O Soldado, O Poeta e o Rei [Em Revisão]

Ogros

- eu nunca ouvi falar -disse Takeshi

Meraki vinha andando lentamente na nossa direção analisando todo vilarejo. Ele pergunta se há um riacho por perto para que possamos reabastecer o cantil, não está vazio, a água está na metade, mas ele quer completar com mais água para não passarmos nenhum tipo de sufoco.
A mulher de muito bom grado nos aponta a direção que o riacho fica, mas neste momento, escutamos um urro seguido de um grito horrendo; não um, mas vários juntos.

Todos no vilarejo pararam de fazer imediatamente suas tarefas tendo seus olhos voltados para a entrada ou saída de onde viemos. O som estrondoso dos passos de monstro se aproxima deixando todos apavorados, as crianças começam a correr em busca de suas mães e as mulheres começam a recuar em passos lentos como se fossem fugir da aldeia. O som dos passos fortes foram ficando cada vez mais fortes e mais altos, até que um grito de pavor não muito distantes de nós percorre por todo o local

E lá está ele, o grande monstro de pele esverdeada e mucosa com sua enorme boca suja de sangue enquanto segura em sua mão metade do corpo de um homem. Apenas da sua cintura para baixo estava em sua mão, o resto ele obviamente comeu. Todo vilarejo entrou em desespero, gritos de terror por todo lado enquanto corriam para qualquer direção tentando salvar suas vidas
São sete orgros, e nós estamos em três, provavelmente não há soldados neste vilarejo, então estamos sozinhos e muito provavelmente perto demais da morte.

Os ogros cercaram o vilarejo de todos os lados devorando tudo oque se mexia, desde humanos até o gado do povo que assustados com o alvoroço corriam sem rumo algum

- Adalia, leva as crianças para algum lugar seguro! -exclamou Meraki

- não tem lugar seguro, estamos cercados!

Aa crianças choravam de medo e outras mal conseguiam expressar seus sentimentos, apenas deixavam as lágrimas escorrer enquanto atônitos encaravam a cena. Rapidamente analiso o local perecendo que há duas rochas bem grandes perto da mata, há um espaço entre ambas formando uma fenda

- Meraki, Takeshi, preciso que ganhem tempo para que eu leve as crianças para o lado esquerdo esquerdo vilarejo

- podemos fazer isso -disse Takeshi sacando sua espada

- por favor, não morram

Corro na direção onde há uma grande concentração de crianças que antes brincavam na areia, grito para que elas se levantem e me sigam e o mais novo deles eu peguei no colo. Ponho as crianças para correrem na frente gritando para elas irem para a rocha, desesperadas e em prantos elas correm incansavelmente pelo campo até que finalmente chegamos nas duas grandes rochas, digo para elas ficarem em silêncio escondidas entregando a elas o mais novo que estava em meu colo, em seguida, corro de volta a procura de outras crianças, mas infelizmente era tarde demais para algumas.

Os ogros já as havia pego.

Atônita começo a olhar ao redor, mas não consigo me concentrar com tanta gritaria e desespero ao redor

- Adalia, você precisa se recompor -soou uma voz em minha consciência

- não dá, não consigo, isso foi inesperado demais

- você está preparada para isso, lembre-se quando estava na vila do Soldado com Meraki e foram atacados por ogros, vocês não estavam preparados, mas tiveram exito

- Adalia, não é hora de conversar sozinha -digo a mim mesma

- você não está falando sozinha, confia em mim

Sinto algo formigar dentro do meu corpo como se eu estivesse queimando de dentro para fora. Uma coragem surreal me atingiu, como se eu já não tivesse mais controle do que corpo fui guiada por una força muito maior que eu, minhas pernas estavam andando sozinhas em uma direção desconhecida e isso me levou a um esconderijo onde as crianças estavam. Com ou ouvidos tapados eles choram.

Tiro as mesmas da parte detrás da casa e as levo para a rocha onde estavam as outras, mas percebo que não há espaço suficiente para alguns

- o que eu faço? O que eu faço? -pergunto a mim mesma

- dentro da penúltima casa há um porão subterrâneo. Ponha as crianças ali -disse essa voz

Seguro a mão das crianças e corro para a penúltima casa do vilarejo, dentro da mesma no solo do quarto há uma tampa, retiro a mesma e ponho as crianças lá dentro, peço a elas para me esperarem pois eu as viria buscar quando quando acabasse.
Novamente correndo para fora vejo Takeshi e Meraki distraindo os ogros e matando alguns, até que eles sabem se viram bem.
No meio da vila vejo uma criança suja de sangue abraçada com uma cabeça degolada que imagino ser de um familiar

Um gobelim a viu e de imediato correu na direção da criança. Minhas pernas novamente ganham vida fazendo-me correr mais rápido que o comum, ao chegar perto, me lanço no chão abraçando a criança, a essa altura, o ogro estava com as mãos abertas para nos pegar, não dava mais tempo de correr.
Mas neste momento algo mágico acontece, uma barreira de proteção é formada ao meu redor e, no momento em que o ogro tentou por as mãos em nós, ele foi empurrado brutalmente para longe caindo inconsciente no chão.

- que loucura!

Levo a criança para a penúltima casa onde estavam as outras, a escondo no porão e corro para fora novamente

- não há mais crianças. Ajude seus amigos -disse novamente a voz

Indo na direção de Takeshi o vejo sendo lançado em pleno ar, seu corpo então atinge o chão e isso lhe causa uma pequena falta de ar. O ogro sedento corre na direção de Takeshi, mas sou mais rápida cortando sua perna fazendo o montro gigante cair ajoelhado no chão e nesta oportunidade, cravo minha espada em suas costas fazendo o mesmo soltar um grito de dor
Quando o ogro se curva, subo em cima do mesmo cravando minha espada em sua cabeça, e só então ele cai morto no chão

- você está atrasada! -reclamou Takeshi

- estava protegendo as crianças

Correndo por todo campo vimos casas sendo destroçadas e colheitas sendo destruídas, Takeshi e eu trabalhamos juntos contra alguns ogros matando-os, mas percebemos que Meraki havia sumido.

- onde está Meraki? -perguntei atônita

- eu não sei -diz Takeshi olhando ao redor enquanto desce de cima do ogro

- não eram sete ogros? Matamos três. Onde estão os outros quatro?

Uma grande explosão aconteceu do outro lado da vila. Corremos na direção de onde veio este som e, entre duas casas vimos barreiras de proteção, a mesma que me rodeou quando corri para salvar a criança, e no meio do caminho está o homem ruivo ajudando Meraki a se levantar do chão. Meraki está ferido, mancando, mas se forçou a ficar de pé. No momento em que seus olhos se encontraram com os nossos, Meraki grita para que tenhamos cuidado, nos viramos percebemdo que um ogro vem em alta velocidade na nossa direção.

Demos passos largos para trás nos preparando para golpea-lo, mas o homem ruivo vai a nossa frente estendendo as mãos, e com apenas este ato, o ogro explodiu em milhares de pedacinhos espalhando seu sangue verde por toda parte e um pouco respingou em nós. Mas o homem ruivo está intacto

Assustados e surpresos o encaramos sem reação alguma

- por que estão me encarando? Ainda faltam dois

Corremos de volta para o centro da aldeia vendo ainda algumas mulheres e homens correndo, o homem ruivo mais uma vez estende a mão em direções opostas, mas na direção dos monstros, pois eles estavam separados, a perna das horrendas criaturas falharam e eles foram ao chão, não conseguiam se mover. Takeshi e eu em uma troca de olhares entendemos que íamos avançar, fiquei com o da esquerda e ele com onda direita, subido em cima dos monstros cravando nossas espadas em suas cabeças trazendo assim vitória para o povo da aldeia

Descendo de cima dos monstros fomos direto no homem ruivo, que está com sua expressão séria e serena de sempre