04.

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CELESTE SPERANDIO

Soltei um suspiro, já me sentindo cansada depois de correr para lá e para cá na quadra de tênis. Eu estava jogando com a Tina, viemos à um clube em Barcelona porque ela queria treinar e eu como sou uma boa amiga, vim ajuda-la. Aproveitei que a minha melhor amiga estava um pouco recuada na quadra e resolvi que faria um drop-shot, ou ao menos tentaria. Quando a bola veio na minha direção, eu me posicionei como se fosse fazer um movimento forte -que cairia no final da quadra-, levantei o braço para trás, mas depois movi a raquete de cima para baixo delicadamente e segundos depois, a bola caiu na área de saque da morena. Ponto para mim.

Depois de voltar de Porto, eu fui à Madrid entrevistar o Bellingham, já que eu estava cobrindo a Espanha inteira, não só a Catalunha. Desde que eu voltei, não consegui parar em casa e eu estava mais cansada do que o normal, acabei descobrindo que qualquer lugar e hora pode ser um bom momento para tirar um cochilo, mas que o único verdadeiro conforto seria a minha cama.

Meu rosto demonstrava o quão cansada eu estava somente pelas olheiras e olhos fundos.

Quando eu conseguia, ajudava algumas pessoas a jogarem tênis no clube, os donos quase imploraram para isso. Eu era como uma lenda tenista lá. Queria ter dado certo na carreira, mas hoje em dia vejo que foi até melhor ter feito jornalismo, não sei como lidaria com tanta pressão no tênis.

— Drop-shot? Fala sério! — Martina esbravejou e revirou os olhos. Eu abri um sorriso me gabando e a morena direcionou o dedo do meio para mim. — Você tem que me ajudar com isso, é a única coisa que eu tenho dificuldade.

— Eu ajudo, é óbvio, mas eu aprendi vendo o Roger Federer fazer isso. — eu dei de ombros e ela assentiu. — Preciso te contar uma coisa.

— Fala. — a morena disse e bebeu a água que tinha na garrafinha dela.

— Eu saí com o Pedri em Porto. — eu contei e ela congelou com a água na boca, fazendo suas bochechas ficarem enormes. Martina engoliu o líquido com dificuldade e me encarou surpresa.

— O quê? Como assim? Vocês transaram? — ela me encheu de perguntas e eu chiei, um sinal para que ela falasse mais baixo. Ajeitei o meu cabelo, somente passando a mão por cima, já que ele estava preso em um rabo de cavalo.

— Lembra de quando eu fui embora da Pacha antes de vocês? — eu perguntei e a minha melhor amiga assentiu freneticamente. — Meio que nós transamos naquela noite.

— O quê? — Martina berrou e eu arregalei os olhos, tampei a boca da mulher e ela lambeu a minha mão, eu fiz uma careta de nojo e tirei a mão da boca dela, limpando na sua blusa. Que merda! — Você transou com o Pedri González? Celeste, eu achava que você não gostava de jogadores de futebol.

— Não gosto, mas aquele filho da puta é muito atraente e gostoso. — eu respondi. Tina me encarou maliciosamente e eu já sabia o que ela iria perguntar.

— E como foi? — a morena perguntou e eu empurrei ela, soltando uma risada nasal. Foi ótimo, muito ótimo.

— Foi normal como qualquer sexo. — eu dei de ombros e fiz bico. — Ele só é um pouco agressivo.

Obviamente foi modo de falar, tendo em vista que eu estou com dor nas pernas até agora.

— Que safada! — Martina disse e uma risada saiu da minha boca. — Mas fico feliz em saber que você está saindo com alguém depois daquele traste.

hotel, pedri gonzálezOnde histórias criam vida. Descubra agora