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PEDRI GONZÁLEZ

Martina me encarava com pesar em seus olhos verdes-águas. Eu estava quase morando com o meu irmão novamente, ele fez com que eu viesse para a casa dele até conseguir ver uma melhora no meu comportamento.

Fiquei sabendo que ele foi conversar com a Celeste, mas ela disse que não podia fazer muita coisa por mim ou pela minha família. Por um lado, Fernando cortou todas as relações com a jornalista, mas mesmo assim não passou a mão na minha cabeça pelos meus erros.

Hoje faria uma semana que eu estava sem beber uma gota de álcool, completando também com uma semana desde que a Celeste publicou a reportagem e uma semana desde que toda a internet começou a zombar de mim e me xingar.

Além de não poder mais beber, eu não podia mais entrar nas redes sociais. Essa foi uma decisão tomada pelo meu irmão e o meu empresário. Eu estava me sentindo uma criança, porque até as mensagens que eu mandava estavam sendo monitoradas.

Eu liguei para o Maximus e pedi para que ele cancelasse toda a escolta secreta com a Celeste. Paguei ele por tudo o que conseguiu e uma generosa parte do meu salário foi embora.

Eu não podia mais sair à noite, meu irmão tinha olhos e ouvidos em todos os lugares e ainda guardava todas as chaves da casa dele em um lugar secreto.

Além de todas essas merdas, Ferran me indicou um psicólogo para que eu recuperasse a minha confiança e tratasse os meus 'probleminhas mentais', como ele disse.

A minha melhor amiga sentou na ponta da cama do meu novo quarto, na casa do meu irmão mais velho, e ajeitou o cabelo dela.

— Sabe que isso foi culpa dela, não sabe? — eu perguntei e a Laventura ficou em silêncio por um determinado tempo, então eu novamente me pronunciei. — Se ela não tivesse o interesse de escrever uma reportagem difamatória e nojenta sobre mim, eu não estaria assim, na merda.

— Celeste estava errada sim, Pedro, mas ela não teve muita escolha... — Martina disse e eu revirei os meus olhos, soltando uma risada nasal. — Não faça eu escolher entre vocês dois, você sabe que guardo o mesmo carinho por ambos.

— Ela poderia muito bem ter escolhido outro emprego. — eu respondi e semicerrei os meus olhos. — Não farei.

— Ser um repórter de sucesso atualmente é muito complicado. Uma de cem empresas qualificadas aceita alguém assim, em um piscar de olhos. — Martina tentou explicar e eu movimentei os meus ombros para cima e para baixo. — Não estou defendendo as atitudes dela.

— Tanto faz. — eu resmunguei e cruzei os meus braços rente ao meu peitoral. Minha expressão facial estava rígida.

Nós dois ficamos em um silêncio desconfortável até a Alice entrar no meu quarto. Martina e eu abrimos um sorriso fechado na direção da minha afilhada, que praticamente pulou em cima de mim e me agarrou em um abraço de urso.

— Cadê a tia Celeste, Pepi? — a garotinha questionou e encarou a Martina, analisando-a, mas a minha melhor amiga abriu um sorriso fechado e abaixou a cabeça. Elas já se conheciam, mas a Alice achava que eu estava traindo a Sperandio com a minha melhor amiga.

— Está trabalhando. — eu respondi qualquer coisa e a minha afilhada semicerrou os olhos na minha direção.

— Esta hora? São onze da noite. — Alice questionou suspeitando e eu assenti. — Estou com saudades dela. Papai falou que a Leste não tinha mais tempo vago para me ensinar tênis.

Isso eu não fiquei sabendo.

Martina e eu nos entreolhamos e ela deixou os lábios em uma linha reta. A minha melhor amiga sabia de alguma coisa que eu não estava ciente.

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