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Maratona: 1/3.

CELESTE SPERANDIO

Ajeitei o meu cabelo em frente ao espelho do quarto do meu namorado e bufei, cruzando os meus braços rente ao meus peitos. Pedro aproximou-se por trás e deixou um beijo no meu ombro enquanto esfregava os meus braços de forma carinhosa.

Já haviam se passado três meses. Estávamos no quarto mês de gravidez. Martina estava com oito meses, logo logo o seu bebê nasceria.

Eu estava usando um vestido de seda, longo e vermelho. O meu namorado estava usando uma calça formal preta, um blazer da mesma cor e uma camisa branca por baixo do blazer.

— Que foi, amor? — ele teve a audácia de perguntar. O que foi? Pedro me chamou para um jantar em um restaurante caríssimo aqui de Barcelona e eu estou muito feia, horripilante, tenebrosa.

— Cala a boca, Pedro. — eu mandei. O meu namorado calou-se imediatamente. O homem estava confuso, mas no momento eu não ligava porque eu estava parecendo a Trunchbull de Matilda. Eu estava mais para a fera do que para a Bela.

E olha que eu nunca fui muito insegura.

Que horror!

— Dona, relaxa. — Pedro pediu. Eu revirei os olhos e peguei o meu batom vermelho na minha bolsa, retocando. — Por que você está me tratando assim? Eu não te fiz nada, cara.

Enruguei a testa e girei meu calcanhares na direção do mais velho.

— Cara? — eu recitei o que ele disse. Ele achava que eu era os amiguinhos dele para ficar me chamando de cara?

Aos poucos, um bico se formou na minha boca e lágrimas ameaçaram escapar dos meus olhos. Meu namorado arregalou os olhos e me segurou pela bochecha, esmagando as minhas bochechas de tanta preocupação e me encarando preocupado e confuso ao mesmo tempo.

— Amor, não chora... Meu Deus. — o homem que um dia eu jurei amar disse desesperado. Ele me chamou de cara. Só eu posso chamar ele assim.

— Você me chamou de cara... — eu choraminguei. O González entreabriu a boca e me encarou surpreso. Eu virei uma bebê grande e chorona. Não estava gostando disso.

— Não foi a minha intenção, linda. — Pedro respondeu. Ele limpou as lágrimas que tentavam sair dos meus olhos e deixou um beijo na minha testa. — Vamos comer?

Um sorriso de orelha a orelha surgiu nos meus lábios e eu assenti.

— Sim! — eu respondi de forma animada.

Comer... Minha coisa favorita.

(...)

Minhas emoções já estavam estabilizadas e o Pedro estava sentado na minha frente, lendo o cardápio. Eu deixei isso na conta dele porque eu sabia que ele escolheria algo bom.

— Posta alta de salmão grelhado sobre cama de arroz negro, com crocante de Kimchi, bisque de camarão e capim cidreira, crocante de Sagu com gel de limão siciliano, maracuja e de Ponzu finalizado com flores e brotos orgânicos... — Pedro leu a opção em voz alta. Eu alinhei os meus lábios e assenti.

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