05.

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CELESTE SPERANDIO

Hoje era o meu dia de folga e eu agradeci internamente por isso, mas por outro lado, tinha que ensinar tênis à Alice, o que provavelmente não demoraria mais de uma hora.

Separei as coisas e coloquei as bolas de tênis presas na minha barriga, contra o short, legging e preto. Estava um sol extremo, então eu estava com uma viseira da Nike também. Observei a Alice vir na minha direção e eu abri um sorriso enorme ao ver a garotinha, estranhei pelo pai dela não ter vindo hoje, mas deixei um beijo na cabeça dela. Ela começou a treinar recentemente, mas eu já tinha criado um carinho gigantesco por ela.

— Oi, princesa. — eu disse e me achei, recebendo um abraço da pequena. — Seu pai está ocupado com o restaurante?

— Oi, rainha. — Alice respondeu. — Sim, mas o meu tio veio comigo.

— É? Cadê ele? — eu perguntei. Quem em sã consciência deixaria uma criança andar sozinha em um clube gigantesco?

— Está ali. — a morena apontou para um cara de boné e eu arregalei os olhos ao perceber quem era somente pelo porte. Nem fodendo. — Ele disse que te conhece, tia Celly.

Pedro se aproximou e tirou o boné da cabeça, conforme ele vinha, pude perceber o quão ofegante estava, provavelmente por ter vindo correndo. Quando ele percebeu a minha presença, abriu um sorriso de canto.

— Celeste! É um prazer revê-la. — González disse e me abraçou, deixando um beijo no canto da minha boca. Eu empurrei ele imperceptivelmente e levei a minha boca até a orelha dele, sussurrando. Ele apertou a minha cintura e eu consegui sentir algo na minha barriga. Revirei os olhos ao perceber o que era.

— Sem gracinhas, González. — eu apertei o ombro dele e acertei dois tapinhas, me afastando e abrindo um sorriso. Ele cruzou os braços na frente do corpo e tampou o que tinha que tampar. — Pedro... O prazer é todo meu em revê-lo! Eu não sabia que a Alice que eu dou aula, é a Alice, sua sobrinha. Que coincidência.

—Tia Celly, o meu tio está solteiro. — Alice contou e eu pisquei várias vezes, desacreditada pelo o que ela falou. Eu me engasguei com a minha própria saliva e o Pedro abriu um sorrisinho idiota, mas eu fuzilei o moreno com os olhos, fazendo assim, aquele maldito sorriso sumir.

— Seu tio é um conhecido meu, querida. Não vejo ele como outra coisa. — eu disse e me agachei na frente dela, abrindo um sorrisinho. Ouvi um barulho nasal vindo do Pedro e encarei ele.

— Sim, princesa. Somos bons conhecidos e não nos vemos dessa forma. — o González complementou e eu respirei fundo.

— Mas, titio, você não disse que... — Alice tentou falar, mas foi interrompida pelo mais velho.

— Você não veio aqui para aprender tênis, Lilica? — ele perguntou e forçou um sorriso amarelo, me encarando quase que desesperado.

— Sim! — a morena disse totalmente animada e veio me abraçar, puxando a minha camiseta, larga e branca da Nike de treino. — Vamos, tia Celly!

(...)

Eu estava surpresa pela garotinha ter efetuado um direita quase que perfeitamente, apesar da pouca idade. Eu ficaria muito feliz se ela fosse como eu antigamente, uma jóia no mundo do tênis e aparentemente, ela era. Eu não poderia estar mais orgulhosa.

— A raquete precisa ficar virada para baixo, então você vai colocar o cotovelo para trás e vai fazer essa forma, parecendo uma letra c. O braço tem que estar reto e em seguida o cotovelo. — eu fiz o que eu tinha explicado a ela, e a mesma fez corretamente. — Isso! E agora, continue mandando a bola para frente e para os lados, ao invés de mandar ela para cima, você vem direto com o ombro, chamamos isso de saque curto. — joguei a bola para a Alice e ela bateu de novo corretamente, fiz isso várias vezes e ela acertou todas. — Isso aí, querida, você arrasou!

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