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CELESTE SPERANDIO

As luzes coloridas eram a única coisa que iluminava a área VIP da balada que eu e Allegra viemos. A minha irmã mais velha disse que era para eu me distrair e não pensar nos meus problemas e por incrível que pareça, esse método estava dando certo.

Tudo bem, meu pai disse para eu não sair de casa e vir para esse tipo de lugar... Mas era o que me deixava distraída.

Lo ti conosco do Gianmaria e da Madame soavam pelas caixas de som da boate enquanto eu dançava com um sorriso de orelha a orelha no rosto. Muitos homens vieram tentar falar comigo e com a Allegra, ela saiu com um em específico e me deixou aqui.

Um homem chegou em mim e me ofereceu MD, dizendo que eu parecia um pouco triste e prometendo que eu ficaria feliz. Eu sei, isso é nojento, mas foi isso que me deixou feliz.

É triste pensar que a única coisa que me deixava em um estado de espírito gracioso era uma droga recreativa, entretanto eu não me sentia feliz assim desde que eu tinha o quê? Cinco anos?

Uma mulher se aproximou de mim e me chamou por um apelido específico, arregalei os olhos e o meu sorriso ficou mais largo ainda quando eu percebi quem era.

— Astro! — a mulher de olhos verdes, pele clara e cabelo escuro me chamou. Ela me chamava de astro porque o meu nome tem a ver com astronomia.

— Gianna?! — eu perguntei surpresa e ela assentiu, nós nos abraçamos e eu a apertei com força, não foi de propósito, eu não conseguia medir a minha força. — Meu Deus... Você está linda!

— Você então... Sempre magnífica! — a minha melhor amiga de infância respondeu e umedeceu os próprios lábios. — Voltou a morar em Milão?

— Temporariamente. — eu respondi e gesticulei. — Talvez uns dois meses? Não sei.

Eu soltei uma risada e ergui os meus ombros brevemente. A morena assentiu e me acompanhou na risada, ela se despediu de mim e foi se aproximou de um homem alto e loiro.

Fiz bico e pensei no que eu poderia fazer agora. Allegra sumiu com um homem qualquer, Gianna não era mais tão próxima de mim e eu não poderia simplesmente perguntar à ela se eu posso me ajuntar de seu grupo de amigos.

Alinhei os meus lábios e me direcionei ao bar da boate, pedi um Martini, batuquei os meus dedos na bancada esperando a bebida e observei o local restrito. Quando o bar man me entregou a minha bebida alcoólica, eu agradeci e fiquei por ali mesmo.

Minha alegria se esvaiu brevemente quando meus olhos captaram a figura do Pedro passando pela boate. Eu olhei novamente, porém naquele momento não tinha mais ninguém. Soltei um suspiro aliviada e tomei um gole do meu Martini.

Eu devo estar alucinando. Logicamente eu preciso de um psiquiatra.

Paparazzi da Lady Gaga tocou nas caixas de som da boate e eu cantarolei alguns trechos. Me virei para a bancada e peguei o saco pequeno com MD, enfiei o meu dedo indicador dele e depois levei-o até a minha língua. No mesmo momento, eu senti um cheiro específico e todos os meus sentidos falharam.

O meio-campista do Barcelona me puxou pelo ombro e eu fechei a minha mão esquerda na hora para que ele não visse o saco de MD. Me virei e tirei o meu dedo da minha boca, abrindo um sorriso como se não tivesse feito nada.

— Que merda você está fazendo? — Pedro questionou e eu enruguei a minha testa, umedecendo os meus lábios. — Me deixe ver a sua mão. — eu levantei a mão direita, me fazendo de sonsa. — A outra, Celeste.

Eu entreabri a minha boca, mas sorri, mostrando o saco de MD na minha mão esquerda. Direcionei-o na direção do homem e ofereci.

— Você quer? — eu perguntei e balancei o saco praticamente na cara dele. Pedro cerrou a mandíbula e respirou fundo. Quando ele ia pegar, eu soltei uma risada e escondi o saco no meio dos meus seios, González acompanhou o gesto e claramente estava estressado. — Querido... Você está em Milão, sou eu que mando aqui. Nunca mais apareça na minha frente, caso contrário a estrela do Barcelona nunca mais aparecerá em campo.

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