CELESTE SPERANDIO
Quando eu e o Pedro saímos do quarto do hotel, eu senti uma pancada na minha cabeça, fazendo com que a minha vista ficasse embaçada. Não tinha ninguém além de nós naquele quarto. Eu senti uma tontura invadir o meu corpo e ouvi o Pedro gritar. Tudo em volta ficou escuro e eu senti o meu corpo entrar em contato com uma superfície dura.
(...)
Abri os meus olhos lentamente e uma dor de cabeça me preencheu. A minha vista ainda estava turva, então eu pisquei com força e tentei levar as minhas mãos até a minha cabeça, mas só consegui levar uma e ela estava sangrando.
Arregalei os meus olhos e o meu coração acelerou quando eu observei onde eu estava. Era um banheiro e o Pedro estava ao meu lado, praticamente apagado. Ele estava com um corte na boca e na sobrancelha, além de sua cabeça estar sangrando.
Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus.
Eu praticamente acabei de enterrar a vida do homem ao meu lado. Eu avisei para o Pedro que era para ele fugir, mas ele não me escutou.
Será que ele estava morto?
Senti um arrepio na minha espinha ao pensar nessa possibilidade e balancei a cabeça em negação. Não, impossível.
Cutuquei o González e ele se mexeu, soltei um suspiro aliviada e acertei um tapa no rosto dele, fazendo com que ele acordasse assustado e depois levasse a mão dele que não estava presa até a cabeça.
— Porra. — ele resmungou e tentou soltar a mão dele da algema, o moreno me encarou brevemente. — Esse cara é sadomasoquista? Por que ele tem duas algemas?
Fala sério...
— É a única coisa que você vai falar depois de ter acordado, Pedro? — eu perguntei desacreditada e o moreno fechou a cara.
— Isso é sua culpa. — Pedro me acusou e eu balancei a cabeça em negação, indignada pelo o que ele acabou de falar.
— Minha culpa? Você não foi embora por pura teimosia, eu te avisei que eu cuidaria disso. — eu retruquei e ele revirou os olhos, com um sorriso sarcástico nos lábios. Nós dois estávamos com a mão presa na barra da banheira que tinha.
— Ah, sim... Vejo como está cuidando dessa situação. — González retrucou de forma escarnida e eu revirei os meus olhos. Escutamos passos e a figura do meu ex-cunhado apareceu diante os nossos olhos. O corte dele era militar agora, diferente de quando nos conhecemos. Meus olhos desceram e o meu coração acelerou mais ainda quando eu percebi que ele estava segurando uma arma. — E aí, irmão. Gostou do autógrafo que eu te dei no outro dia?
Hades ignorou o Pedro e veio na minha direção, fazendo com que o moreno ao meu lado se ajeitasse desconfortável. O loiro tocou no meu rosto, acariciando-o e eu virei a cabeça para o lado.
— Você ficou mais bonita ainda, Celeste. Agora eu entendo o porquê de o meu irmão ser obcecado em você. — o homem elogiou admirado. — Infelizmente é uma vadia assassina, mas se você se arrepender, podemos viver juntos em outro lugar, afastado disso tudo, dessa confusão.
Minha mente me deu uma ideia e eu encarei o Pedro, que estava de cara fechada. Eu tentei me comunicar pelos olhos com o moreno e ele virou a cara.
O quê...?
— Eu me arrependo, Hades. Nós podemos viver juntos... Você também está esplêndido, está mais bonito do que o seu irmão. — eu menti e abri um sorriso de canto, me ajoelhando e ficando um pouco torta por causa do lugar que estava a algema. — Me solte daqui e solte ele, assim poderemos viver juntos para sempre.

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hotel, pedri gonzález
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