09:00 AM
Acordo com uma dor forte de cabeça e me levanto ficando frente ao espelho.
Me olho no espelho e vejo meu olhos inchados provavelmente de tanto chorar de noite.
Vejo o Arthur chegar por trás de mim e me abraça.
Th: como você tá?
Manu: bem- minto e ele me encara pelo espelho - mal... Eu só preciso que a dor vá embora...- falo com os olhos marejados
Th: o tempo vai curar, eu vou estar aqui com você.
Manu: todo mundo fala que a passagem do tempo cura as feridas, mas quanto maior a perda mais fundo o corte- falo me deixando chorar.
Th: mas você consegue, são dores passageiras.
Manu: a dor pode passar, mas as cicatrizes ficam como lembrete do nosso sofrimento.
Th: olha pra mim- fala e pega no meu queixo - vamos ficar juntos nessa, estou aqui pra te ajudar - ele fala e eu concordo.
Manu: eu vou me arrumar, o enterro é 11:00- ele concorda e eu entro no banheiro.
Tiro minha roupa e entro no banho.
Deixo a água cair sobre meu corpo me fazendo relaxar um pouco.
(...)
Já estamos saindo de casa, são 10:30 agora e temos que chegar lá 11:00 em ponto.
Estou com uma calça pantalona preta uma blusinha preta colada e um Star.
Arthur tá com uma calça jeans preta e blusa preta igual a mim e chinelo nuvem branco.
Na Vic eu coloquei um body branco sem manga, uma calça preta e um tênis.
No bê eu coloquei uma blusinha da Nike com uma calça jeans e tênis preto.
Estou sem maquiagem nenhuma, sem ânimo pra isso.
Já estamos na metade do caminho, e eu chamei todo mundo que eu sei que minha mãe e meu padrasto iria gostar.
Nossa família, a família dele o pessoal que ela conhece do morro e é basicamente só essas pessoas.
A ste também vai.
🥺💨
Estamos saindo do carro agora e o th tá tirando o carrinho da mala do carro.
Logo coloco os bebês e a gente entra no funeral.
Pedi que fizessem o funeral particular sabe? Só os que eu chamei.
Entro e vejo algumas pessoas e vou cumprimentar.
São 10:58 e já tá praticamente todo mundo aqui.
Estou sentada na primeira fileira junto com o th a Lara e o Kn.
Já começou e tem algumas pessoas indo fazer homenagem.
Chega a minha vez e eu me levanto indo até o microfone.
Manu: minha mãe sempre me falou que tínhamos que aproveitar sempre o nosso tempo com pessoas que a gente ama, antes que eles vão embora sem a gente nem poder se despedir. E isso aconteceu com a senhora e com o Henrique, eu nunca imaginei perder vocês tão cedo, espero que dá onde vocês estiverem cuidem da gente. A morte é o destino de todos, ninguém pode escapar, e ela vem deixando dor, tristeza, desespero e muitas outras coisas. Mas oque ela realmente não pode tirar de nós é o amor e o carinho, quando amamos uma pessoa ela jamais irá morrer, jamais desapareça completamente. Suas memórias prevalecem na nossa saudade e pode atravessar gerações mesmo falecidos. Essa é a melhor homenagem a quem vemos partir antes de nós. Lembrar sempre com carinho, contar suas histórias, recorda datas importante. Dói muito ficar sem aqueles que amamos, mas o sofrimento é menor se pensarmos que é um adeus temporário mesmo não sendo... Sempre em nossos corações, Daniele e Henrique.
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ROCINHA (Andamento)
HumorManuela é uma jovem de 19 anos, que não costuma sair muito de casa, mas tudo muda quando ela vai comprar um açaí e se encontra com seus amigos e seu irmão de consideração, que convidam ela pra um bar que ela acaba aceitando, quando ela chega lá acab...