Sentados ao lado de Faith que treme de febre, a Sra. e o Sr. Skinner esperam avidamente para que sua querida sobrinha acorde. Fazia vinte quatro horas desde que a encontraram na chuva, sozinha.
Esperavam, pele menos, encontrar Tom lá. Contudo, ao ver o rosto de Faith e as lágrimas que saiam de seus olhos sem dizer uma única palavra, confirmaram ambas as suspeitas.
Entretanto, Kennedy jurava que o Kaulitz havia ido. Era uma e meia da tarde quando Gordon saiu, não só com Tom, mas com Bill também. Estavam tão apressados que achou que estavam indo levar o de dreads para a praça.
Quando começou a chover, os tios da ruiva ficaram preocupados. Decidiram passar pela praça e verificar se a jovem menina não estava debaixo da chuva... e estava.
A febre, os tremores, tosse, vômito... tudo isso a pobre menina foi acometida assim que chegou em casa. O Kaulitz mais velho tentou vê-la, mas Olivia não o deixou. Faith não queria saber dele no momento.
Temendo que fosse uma pneumonia, os Skinner chamaram urgentemente o médico. Este, por sua vez, assegurou que não tinha com o que se preocupar, a menina apenas havia pegado uma forte gripe.
Faith se contorcia e resmungava de dor, mesmo em um sono profundo. Estava tendo um sonho terrível, sendo abandonada em meio a chuva pelo Tom milhares de vezes.
Seus olhos se abrem, torcendo para que tudo que aconteceu tivesse sido um sonho. Mas ao sentir a dor irradiando em cada parte de seu corpo, teve a total certeza se que não era.
- Oh, Faith! - exclamou a tia, chorando incontrolavelmente - Você acordou... você acordou.
- Por quanto... tempo eu dormi? - perguntou a ruiva, quase sem voz.
- Treze horas, meu amor - respondeu a tia, acariciando o rosto da menina - Como está se sentindo?
- Péssima - diz Faith, suspirando - Minha cabeça inteira lateja.
- Quer que chamemos o Dr. Dave de novo? - questionou o Sr. Skinner - Ele pode te medicar outro remédio.
- Não precisa - negou a garota - Só quero dormir para sempre.
- Faith! Não diga isso - funga Olivia - Você quase nos matou de susto... Ficamos tão preocupados quando fomos te buscar e você não disse uma única palavra. Eu devia ter ficado com você mesmo com suas objeções.
Ficando em silêncio, Faith observa a cara cansada e preocupada dos tios. Não queria ser motivo de mais tristeza para eles... não queria ser um fardo.
Ela nunca perdoaria o Kaulitz.
Independente do motivo pelo qual ele não foi, deixou a garota sozinha e ensopada, podendo até pegar uma pneumonia. O garoto não havia saído de casa nenhuma vez naquela manhã de sábado. Não a cumprimentou e nem disse que estava ansioso para o encontro.
Mas ainda sim, ela queria que ele tivesse ido.
- Ele... veio de novo? - quis saber, receosa.
- Sim - assentiu Kennedy, com um olhar triste - A cada meia hora. Ele queria saber se você estava bem em todas as vezes que veio.
- Agora ele se importa - ri Faith, tossindo logo após - Estou com fome.
- Oh! É claro que está! - exclamou a tia, se levantando - Faz treze horas que não come nada. Vou trazer o seu almoço. Um momento.
A ruiva observa Olivia saindo do quarto e escutando seus passos rápidos descendo as escadas. Então, outro barulho a chama atenção. A campainha.
Levantando-se rapidamente e deixando seu tio protestando atrás de si, para em frente a porta, vendo pelo o olho de vidro quem mais queria.
Sua tia encara a cena supresa, estava indo anteder quando um vulto passou por ela. Indaga-se como era possível sua afilhada estar ali se todo o seu corpo doía.
- O que veio fazer aqui?! - pediu Faith, abrindo a porta e dando de cara com um Tom supreso - Está se sentindo culpado, por isso veio?
- Faith... - susurra ele, analisando a aparência deplorável da garota que ele mesmo causou - Eu sinto muito...
- Que bom! Que bom que sente - continua a ruiva, com sua voz rouca - Eu te esperei... eu te esperei por uma hora. Você nem me avisou que não iria e me deixou lá! Morrendo de frio.
- Eu posso explicar - começa o menino de dreads, nervoso - Eu ia ir, eu juro. Mas houve um imprevisto e marcaram a apresentação de hoje para ontem e não tinha como eu recu...
- Você preferiu ir à uma apresentação do que sair comigo? É claro, com certeza - gargalha a garota - Sua banda em primeiro lugar e sua namorada que se dane.
- N-namorada? - repete Tom, arqueando as sobrancelhas - Escuta. Você nunca disse que queria ser minha namorada e a banda não depende só de mim. Essa era a oportunidade que precisávamos e eu não iria deixar que eu fosse o motivo da ruína dos sonhos de Bill, do Gustav e do George...
- Sim, entendi. Sou a segunda opção - sorri Faith, com lágrimas nos olhos - Fuck it.
- Não... espera... - tenta dizer o Kaulitz, até que a porta se fecha em sua cara.
Olivia que assistiu a cena perplexa, corre até Faith assim que a garota cai no chão, aos prantos.
Tom escuta tudo do lado de fora, sentindo seu peito arder. Sabia que era culpado, mas que fez o certo para a felicidade dos amigos e irmão.
Voltando para casa, encontra Bill o esperando com um olhar triste. Abraçando-o, o mais novo chora pelo que o irmão perdeu e também para o que ganharam.
Haviam ficado em primeiro lugar, abrindo um leque de oportunidades. Estava feliz e ao mesmo tempo triste. Talvez, era melhor assim... sem distrações, poderia focar mais na banda.
Faith obrigou-se a comer, pensando que a comida fosse capaz de preencher um pouco do vazio que sentia. Mas o vazio não era na barriga e sim, no coração.
Foi até seu quarto e lá deitou. Estava com raiva... muita raiva. Sabia que Tom não tinha culpa; Sabia que ele faria de tudo para o bem da banda; Sabia que tinha errado mas não sabia como reverter o erro.
Agiu de forma não racional, fazendo o pobre garoto se sentir ainda mais culpado. Chorou e chorou, até pegar no sono mais uma vez...
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ᴠɪᴢɪɴʜᴏs | 𝐓𝐨𝐦 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳
RomanceCom a morte repentina de sua mãe, Faith Gomez, uma menina que desde cedo experimentou a amargura da perda de um ente querido, se muda para a casa de sua tia, na Alemanha. Passando pelo estágio da aceitação e da superação da morte de sua mãe, um grup...