• 𝟎𝟒𝟎 - 𝑨 𝒄𝒂𝒓𝒕𝒂.

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Bill andava de um lado para o outro

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Bill andava de um lado para o outro. Estava na frente do quarto de Tom, esperando algum sinal de vida do irmão. Desde que o Kaulitz mais velho pegou a carta, se fechou no quarto e não saiu por quatro horas. A Sra. Simone tentou conversar com ele, mas o garoto não fez o que já deveria ter feito.

Ler a carta.

O vocalista não entendia o porquê daquela hesitação se Tom, obviamente, era apaixonado por Faith. Por que, então, não lia? Por que estava sentando na cama encarando a carta de uma forma estranha?

Kleiton avisou que iriam ficar duas semanas fora, no acampamento em família. Se Tom não lesse a carta até amanhã, estragaria toda a magia que pouco restava.

Não aguentando mais, abre a porta. Encontra o gêmeo da mesma forma. Os braços ao redor das pernas e a cabeça apoiada nos joelhos. Os olhos ainda estavam fixos na carta.

- Tom, por favor - suspira Bill, sentando ao seu lado - Leia a carta. O que está esperando?

- Eu disse para me deixar sozinho - murmurou ele, sem tirar os olhos do papel.

- Eu não vou - responder o irmão - Se você não se decidir hoje, não verá a Faith por duas semanas.

- O que? - o guitarrista olha para o garoto de cabelos negros, confuso - Por que?

- A família Skinner irá acampar - responde Bill, olhando-o feio - Não sei o que você está fazendo, mas acho melhor ler logo.

Tom desvia o olhar do irmão, focando, mais uma vez, na carta. A verdade era que não se achava digno de ler. Havia sido um completo idiota com a ruiva minutos atrás, quando estavam no shopping.

Pensou que a garota não nutria dos mesmos sentimentos que ele... pensou que não era o suficiente... pensou que a faria sofrer, mais uma vez.

Sabia que se lesse aquela carta, seu afeto pela ruiva multiplicaria. Leria as palavras que foram destinadas a ele anos atrás e que agora, talvez, não merecesse.

Porém, a situação não pioraria. Se seu coração aguentou ficar longe da garota que amou por sete anos, com certeza suportaria ler aquela carta e as sensações que ela traria. Se levantando rapidamente, antes que sua coragem se esvaisse, pega a carta e começa a ler.

Bill observou a cena supreso, pensando em como era possível aquela mudança repentina de ideia. Analisou o rosto do irmão assim como as mudanças de expressões que ocorriam a cada movimento de seus olhos.

O coração de Tom acelerou a cada verso e a cada estrofe. Suas mãos tremiam e seus olhos lacrimejavam. Leu inúmeras vezes a carta para ter certeza do que havia lido:

Querido Tom.

Bom, não faço ideia de como se começa uma carta e para deixar claro, acho essa forma de comunicação bem brega. Porém tentarei, aqui, expressar os meus mais sinceros sentimentos.

ᴠɪᴢɪɴʜᴏs | 𝐓𝐨𝐦 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳 Onde histórias criam vida. Descubra agora