Tom encarava a ruiva com um fogo ardente em seus olhos, que a cada movimento de Louis, acendia ainda mais. Ele não conseguia acreditar no que via. Faith, ao lado da pessoa que mais desprezou na infância. Com certeza, aquilo faria qualquer um perder a cabeça.
Mas não foi só isso que mexeu com ele. A ruiva estava extremamente atraente. Teve que fazer um esforço enorme para não descer o olhar para o seu corpo naquele vestido colado. Ela podia ser bonita nas fotos, mas pessoalmente, daquele jeito, era mil vezes mais.
Fazia cinco anos que não tinha a visto de tão perto. Seu coração acelerou por um breve momento, contudo ao olhar para o acompanhante da garota, o encanto, mais uma vez, se desfaz.
Faith não sabia o que fazer. Aquela situação, sem sombras de dúvidas, foi a cena mais embaraçasa que já lhe ocorreu. Olhava para Tom sem saber se o cumprimentava ou se o dava um tapa. Ela não entendia como alguém podia ser tão bonito e tão escroto ao mesmo tempo.
Mas, o que ambos não perceberam, foi o clima estranho que surgiu entre Bill e Louis. As bochechas vermelhas do Kaulitz mais novo poderiam ser facilmente confundidas com raiva, porém... não era essa a questão.
- O-oi Louis... - cumprimenta Bill, com a voz falhando - Como vai?
Nesse momento, Faith e Tom se viram para o garoto de cabelos negros. De todas as pessoas no mundo, ambos imaginavam que Bill, seria a última pessoa a falar com Louis.
- Bem - sorri o Williams, um pouco nervoso - Adorei o seu visual.
- Ah... obrigado - agradece o vocalista sem jeito, olhando para suas próprias roupas - Você também está bem boni... muscul... hã... legal. É. Você está bem... legal.
- Valeu... - ri Louis, feliz com o elogio. Porém, ao perceber o olhar estranho de Faith e Tom, começa a se sentir um pouco desconfortável.
Nenhum dos dois estava entendendo o que havia acontecido. Era uma alucinação? Bill e Louis tiveram mesmo uma conversa amigável? Aquilo era muito estranho. Muito estranho.
- Eu acho melhor eu... - começa o Williams, apontando para o carro - Tchau para vocês.
- Tchau - diz Bill, observando o garoto indo até o carro.
Se o clima estava tenso antes, agora, ficou bem mais. Ninguém sabia o que dizer ou como começar uma conversa. Faith e Tom se entreolhavam algumas vezes, mas logo desviavam.
- Hã... Oi Faith - toma coragem Bill, forçando um sorriso para a jovem.
- Vocês poderiam - começa a ruiva olhando para os Kaulitz com desprezo - sair da frente da porta?
- Ah... desculpa - pede o Kaulitz mais novo, ao perceber que estava trancando a passagem - Tom?
Este, por sua vez, estava parando em seu lugar, sem mexer um único músculo. Olhava para Faith como se tivesse nojo dela. A ruiva levou aquilo como um desafio e não desviou o olhar do garoto de tranças pretas em nenhum momento.
O Kaulitz mais velho desce um degrau, ficando cara a cara com a Srta. Gomez. A jovem sentia o calor do corpo de Tom que ia de encontro com o seu. Estavam a centímetros distância. Bill podia jurar que via um áurea incontrolável ao redor deles.
O sangue fervia, o coração acelerava, os dentes cerravam, os punhos se fechavam. Aquela era uma verdadeira guerra. Uma guerra silenciosa.
Tom desce o olhar levemente para os lábios de Faith. Os lábios que tanto desejou e que agora, não pertenciam mais a ele. Esbarrando na garota, segue até sua casa, ignorando o irmão que o chama.
No mesmo lugar, Faith permanece parada, tentando raciocinar o que acabou de acontecer. O olhar de Tom, foi capaz de perfurar sua alma que, agora, sangrava. Seu coração se aperta e toma coragem para entrar em casa.
Kleiton estava esparramado no sofá, dormindo. Kennedy, como a ruiva suspeitou, havia pegado no sono em seu sofá. Ao subir as escadas, encontra sua tia dobrando suas roupas.
- Acho que você devia arrumar esse seu guarda... - para Olivia, ao perceber semblante de sua sobrinha - O que foi? Não gostou da festa? Ou não gostou de...
Antes que a mais velha pudesse terminar a frase, Faith corre até os seus braços, chorando incontrolavelmente. A Sra. Skinner não diz mais nada, apenas acaricia as costas brancas da garota, tentando acalmá-la.
Na casa ao lado, o clima não era muito diferente. Tom anda pelos cômodo da casa sem escutar ninguém, nem mesmo Bill, que o segue para reconfortá-lo. Quando estava prestes a entrar em seu quarto, para, fazendo o gêmeo colidir contra ele.
- Você pode me explicar - começa, com a voz grossa, sem se virar - o quê caralhos foi aquela conversa com o Louis?
- Foi nada demais... - responde Bill, levemente encabulado - Só o cumprimentei.
- Ah, não venha com essa - bufa o mais velho indo até o guarda roupa - O jeito com vocês dois se olharam foi....
Parando se falar, Tom é interrompido por uma angustiante visão. Na janela da casa ao lado, no quarto da casa ao lado, uma garota ruiva estava apoiada na tia enquanto chorava.
Aquilo foi terrível. A dor e a culpa que o Kaulitz sentiu eram incompreensíveis. Por que estava se preocupando? Por que sentiu seu peito arder ao vê-la daquele jeito? De repente, todos as mulheres com quem ficou e se relacionou, somem de sua mente. Só conseguia pensar em uma... aquela que havia quebrado seu coração.
- Tom... - chama Bill, seguindo o olhar do irmão - Não acha que devíamos pedir desculpas?
- Não - reponde, secamente - Agora me deixe sozinho.
Indo até o banheiro e deixando o irmão sozinho, começa a se despir. Precisava tirar a visão da garota chorando... precisava tirar a visão da garota que o encarou com a mesa intensidade... precisava tirar a visão da garota que tanto estimou... com outro.
Se ele tinha culpa pelo afastamento de ambos? Sim, com certeza. Contudo, não se arrependia. Era feliz com a banda... tinha realizado um sonho e nada mais importava que a a alegria de seus amigos e irmão.
Ligou o chuveiro. A água quente que caia pelo seu corpo o aliviou um pouco. Queria passar o resto das suas férias daquele jeito porque tinha certeza absoluta, que os próximos dias o deixariam ainda mais estressado.
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ᴠɪᴢɪɴʜᴏs | 𝐓𝐨𝐦 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳
RomanceCom a morte repentina de sua mãe, Faith Gomez, uma menina que desde cedo experimentou a amargura da perda de um ente querido, se muda para a casa de sua tia, na Alemanha. Passando pelo estágio da aceitação e da superação da morte de sua mãe, um grup...