• 𝟎𝟑𝟓 ‐ 𝑵𝒖𝒏𝒄𝒂.

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- Faith, eu não achei ele - diz Bill ofegante, assim que a ruiva abre a porta

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- Faith, eu não achei ele - diz Bill ofegante, assim que a ruiva abre a porta.

- Por que esse idiota inventou de sumir? - a garota suspira, passando a mão pelos cabelos vermelhos - Você procurou em todas as casas noturnas?

- Em todas que ele possivelmente estaria... mas não estava em nenhuma - choraminga o Kaulitz - E se... e se ele esperou a gente sair da casa do Louis e foi lá matar ele?!

- O que?! - Faith arqueia as sobrancelhas, surpresa com aquela hipótese - Não, ele não faria isso... eu acho. Mas o que o seu pai disse mesmo? Ele não o viu pela janela?

- Sim, ele falou isso - concorda o garoto de cabelos negros - Mas eu e mamãe pensamos que era outra pessoa. Reviramos todos os cantos e não o achamos. Você não o viu andando por aí quando voltou de taxi?

- Não... - responde ela, pensativa - Mas acho que sei onde ele está.

- O que?! - os olhos do Kaulitz brilham, esperançosos - Então vamos!

- Bom... acho melhor eu ir sozinha - comprime os lábios a ruiva - Devo uma explicação a ele.

- Oh... ok - assente Bill, com a mão no coração - Eu também preciso dizer algo a ele... Espero que o encontre, Faith.

- Eu vou - sorri a garota, despedindo-se com um sinal de cabeça e fechando a porta.

Após ver Bill se distanciando e entrando na própria casa, a Srta. Gomez se permite sair. Pula o murro da casa dos Kaulitz sem fazer barulho, dando a volta por ela. Lá estava a escada que uma vez subiu com Tom. Alguma coisa a chamava para escalá-la novamente. Uma sensação curiosa.

Respirando fundo e sem olhar para baixo, começa a subir. Assim que seus olhos têm a visão explícita do telhado, encontra uma figura encarando o nada. O garoto no qual imaginou ali encontrar, estava sentado com os joelhos envoltos pelos braços. Estava de costas para Faith, mas já sabia que ela estava ali.

Se aproximando do garoto, a Srta. Gomez senta ao seu lado a uma distância razoável. Não diz nada por um bom tempo, apenas olha na mesa direção que o Kaulitz. Tom permanece imóvel, só um pouco mais tenso.

Os minutos que se passam com aquele silêncio ensurdecedor, parecem horas. Faith não fazia ideia do que dizer e sabia que o garoto de tranças não diria uma palavra sequer. Tentou pensar em algo engraçado, mas nada encontrava.
Desistindo, apenas fala:

- É linda a vista daqui.

Tom não reponde, mas entende o porque da fala da jovem. O céu estava nublado, não tinha nenhuma estrela e a lua mal aparecia. As palavras que por ela foram ditas, foram as mesas da primeira vez em que ambos estiveram ali. Aquilo foi proposital. A jovem quis despertar as memórias do passado.

Vendo que não provocou nenhuma reação no Kaulitz, Faith continua.

- Eu... peço desculpas pelas palavras que disse antes - diz, olhando-o de canto - Não quis chamar você de maluco.

- Rá - Tom solta uma risada fraca.

- Falei algo engraçado? - a ruiva franze o cenho, confusa.

- Com certeza... É sério que você veio me pedir desculpas por ter dito isso? Não é por ter escolhido ficar do lado daquele merda do Louis ao em vez do meu? - o Kaulitz olha para ela, com desprezo - Não me diga que aquilo não provocou nenhuma reação em você, porque não acreditarei. Se não fosse por ele... não teríamos brigado e estaríamos...

- Não - a garota o interrompe.

- Não? - Tom arqueia as sobrancelhas, perplexo.

- Não estaríamos junto de qualquer forma.

- Mas... do que você está falando? - ele pergunta, confuso.

- A sua banda... - Faith suspira - Vocês se afastaram de mim. Duvido que a carta faria vocês... quer dizer, você, a se aproximar novamente.

Tom a encara com os olhos levementes arregalados. Estava pensativo. Aquelas palavras realmente faziam sentindo. A culpa que sentiu ao longo dos anos foi por esse exato motivo. Quem estragou o que eles tinham não foi Louis, e sim o distanciamento dele por causa da banda. Mesmo repetindo para si mesmo que era melhor não ter distrações, naquela época, ainda queria ter algo com a ruiva... Por isso foi até a casa dela e tentou se reconciliar, apesar de não ter dado certo. Seu orgulho o fez pensar que não era o maior culpado, porém estava enganado.

Mesmo se recebesse a carta e a lesse, não mudaria o fato de que anos seguintes faria turnê pelo mundo todo, tendo que deixar Faith sozinha na Alemanha. Louis não era totalmente culpado por aquela separação definitiva, o orgulho e o ego do Kaulitz e da Srta. Gomez também contribuiram para o distanciamento.

Os olhos cor de mel da ruiva eram os mesmos nos quais o Tom do passado havia se apaixonado e que o Tom do presente ainda admirava. Seu peito ardeu de alegria e tristeza. Nunca imaginou que se sentiria feliz de falar novamente com a garota que jurou odiar, mas que nada adiantou. O sentimento era o mesmo, um pouco adormecido, mas nada que um simples olhar daquela mulher o acordasse.

Com esses pensamentos, mal percebeu que estava com os olhos fixos no rosto perfeito de Faith. Admirou seus longos cílios; os olhos brilhantes; sua boca rosada; o nariz fino com o piercing; seu cabelo vermelho... tudo nela era perfeito.

- Hum-hum - pigarreia a ruiva, fazendo-o voltar ao mundo real - Você está bem?

- Sim... estou - responde ele, desviando o olhar - Você tem razão. Se Louis não tivesse atrapalhado e tivéssemos feito as pazes, provavelmente o relacionamento não duraria muito. Você ficaria aqui enquanto eu estaria viajando pelo mundo.

- Por esse motivo nunca daria certo - solta uma risada fraca a garota.

"Nunca", pensou Tom, com o coração dolorido. Aquela palavra foi como uma facada, mas era a verdade. Foi angustiante e o Kaulitz não conseguiu parar de encará-la. Queria saber como era possível uma mulher daquelas ter ficado presa em sua mente há sete anos. Tentava não alimentar esperanças, mas não conseguia quando analisava a bela mulher que um dia fora dele.

- Tem certeza de que você está bem? - arqueia as sobrancelhas a ruiva, sentindo-se desconfortável com o olhar de Tom.

- Sim... - suspira - Acho que irei para casa.

- Ah, tudo bem - comprime os lábios a garota.

Vendo o Kaulitz se levantar e deixando-a ali, sozinha, xinga-se mentalmente por ter dito aquelas palavras. Algo a fazia querer a presença dele... algo inexplicável. Por isso, ao vê-lo descer as escadas não resistiu.

- Tom! - chamou, levantando-se - O que você acha de a gente... recomeçar, como amigos?

- Ah... amigos? - ele pensa, sabendo que seria difícil ter como amiga a garota que tanto desejava - Claro.

- Que bom - ela sorri, nervosa - Até amanhã.

- Até, ruivinha - se despede o Kaulitz, com a voz grossa, fazendo a Srta. Gomez arrepiar.

 Gomez arrepiar

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ᴠɪᴢɪɴʜᴏs | 𝐓𝐨𝐦 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳 Onde histórias criam vida. Descubra agora