52

9.6K 487 40
                                    

Saio do banheiro enrolada na toalha, o quarto complementarmente silencioso, nada dele no quarto demostrando que ele tinha ido embora.

Sento na cama e pego meu celular que estava no chão do lado da cama, ligo para a pessoa que sempre me acalma e fica do meu lado quando eu não estou bem.

[Ligação]

‐ Gustavo? Você pode vir pra minha casa?
Gustavo: Lili, claro que posso…oque houve com a sua voz? Você estava chorando?
‐ só vem pra cá, por favor.
Gustavo: Eu já estou indo, me espera aí.
‐  claro..

Desligo a ligação e deito na cama encolhida, brinco com os meus dedos pensando em tudo que aconteceu em menos de cinco meses, conheci um homem mais velho que eu, pra piorar é um traficante dono de um morro, fui burra em querer me relacionar com ele já sabendo que ele não iria manter a promessa de ficar só comigo.

Ele mostrou ser agressivo quando está com raiva, tentou me manipular quando eu perguntei se ele tava com outra, mentiu na minha cara quando eu perguntei sendo que eu só queria a sinceridade dele, já que não temos nada praticamente e a sinceridade dele estava valendo naquele momento.

Medo, era isso que eu tinha agora, medo que ele não queira da um basta e queria fazer algo comigo, já vi vários casos que eles não deixam as mulheres em paz, chega até matar se eles quiserem, deixei me levar pelo momento e não percebendo o risco que teria se eu realmente me envolvesse com ele.

Solto um suspiro alto e escuto a campainha tocando, sento na cama estranhado, a campainha continua fazendo eu levantar e sair do quarto, ando em passos lentos até a porta que por um momento começa a baterem, abro a porta encaro o Gustavo que ainda tava de capacete segurando a camisa na mão, ele entra fechando a porta.

Gustavo: oque foi? Você está chorando pq? -Fala rápido segurando os meus ombros -

‐ calma Gustavo, tira o capacete primeiro. -Ele tira o capacete colocando no móvel perto da porta.- vamos pro meu quarto.

Ele não diz nada e só me abraça, com cuidado ele dá um impulso pra cima fazendo eu enrolar as minhas pernas na cintura dele, ele vai caminhando até o meu quarto alisando a minha costas que ainda estava coberta pela toalha, cuidadosamente ele coloca eu na cama e fica agachado na minha frente.

Gustavo: o que foi Lili? Pq seu rosto está vermelho? -Diz alisando meu rosto cuidadosamente.- quem te machucou?

‐ Na verdade, essa marca foi por outro motivo, eu acabei transando com uma pessoa ontem, e isso fez um rebuliço hoje, acabei gravando algumas coisas que aconteceram na festa que o Leo fez, eu estava completamente bêbada Gustavo. Hoje eu acordei com uma pessoa que a Laís me apresentou ontem, não me lembro bem de algumas coisas, mas lembro quando eu incentivei a ir para algum lugar.

‐ você sabe, que quando eu realmente não tô em um relacionamento e fico com raiva de algo, eu faço coisas que quando eu estivesse consciente eu não faria.

Gustavo: Claro que sei meu amor, conheço bem você Lili. Você nunca trairia alguém se você estivesse em um relacionamento… mas pq você estava chorando? -Sinto meu olhos começarem a lacrimejar de novo.-

‐ nessas gravações o grego viu alguma coisa, Victoria me alertou a não vir para casa, mas eu vim. Quando eu cheguei ele já estava aqui na porta, me tratou com agressividade e ainda tentou se desculpar por me machucar.

Gustavo: ele te bateu? -Fala com o maxilar travado.- Elizabeth? -Nego rápido.-

‐ não, mas eu estava com medo, ele parecia que a qualquer momento iria me bater. -Coloco a mão no rosto chorando.- pq Gustavo? Pq eu só me envolvo com pessoa que me trata mal ou tenta me machucar, pq nenhum deles é igual a você…pq minha vida amorosa só dá errado? Eu só tenho 16 anos e já me magoei várias vezes depois do nosso término, pensei que alguém iria me tratar com respeito, respeitasse quando eu não tivesse, cumprisse promessa.

Gustavo: Lili, você tem que entender que ninguém é igual, eu fui o seu primeiro beijo, primeiro namorado, primeiro que tirou a sua pureza, a primeira pessoa que você apresentou para família. -Encaro os olhos dele que me olhava sério com um brilho no fundo, ele passa a mão no meu rosto alisando levemente.-

Gustavo: Eu fui criando para tratar uma mulher como ele deveria ser tratada, tenho uma irmã mais velha e nunca gostei ver ela chorando no quarto por causa de um garoto, meus pais sempre me insinuaram a não levantar a mão para bater em uma mulher, e sim tratar carinhosamente. Sempre quis seguir o certo pelo certo, começamos com um namoro meio louco, mas fomos consertamos ao percorrer do caminho, você começou a namorar muito nova Lili, você só tinha 14 anos quando começamos a namorar, mas sempre tratei você com respeito e esperei o seu tempo.

‐ o que fez o nosso relacionamento desandar em? Se eu soubesse que tudo seria difícil aqui no Rio, que eu iria me envolver com pessoa errada, eu devia ter aceitado a proposta de ir para Manaus com a minha mãe.

Gustavo: Lili, você não pode tentar correr de algo que talvez só apareceu na sua vida para ser passageira. O nosso relacionamento acabou pq ambos não queria mais, pq cansamos e percebemos que aquilo estava ficando cansativo, sempre evitamos briga, conversamos sobre algo que incomodava mas nem sempre isso segura o relacionamento.

Gustavo: faz 1 ano que terminamos? 11 meses? Isso não importa, eu me sinto acolhido na sua presença e isso é a mesma coisa que você, eu sou o seu conforto, o seu refúgio de quando você estiver passando por uns bocados, meu abraço vai ser aquele que vai acolher você. Claro, eu sei que aqui. -Toca no meu peito do lado do coração.- Ambos ainda tem sentimento, mas sabemos que se nos tentar de novo vai ficar diferente, não vamos ser os mesmos.

‐ Acho que eu estava começando a gostar do grego, foi pouco tempo para eu realmente sentir algo por ele, mas eu sinto que lá no fundo eu estou começando a sentir algo por ele. E esse sentimento é diferente de quando eu comecei a gostar de você, é um sentimento que eu não sei explicar, que foi prejudicado por ações dele.

Gustavo: se você sente que deve apagar esse sentimento de você, só tenta esquecer ele, eu sei que você é forte e vai esquecer ele. -Beija a minha testa por alguns minutos e depois desce para o meu nariz.- eu só quero ver você feliz, amor.

‐ obrigada por estar comigo, eu te amo muito Gustavo. -Abraço o pescoço dele que Agarra a minha cintura.-

Gustavo: Eu também te amo muito, espero que você encontre alguém que respeite e dê muito amor para você.

Solto o pescoço dele que dá um sorriso mostrando os dentes branquinhos e aliando, acariciou a bochecha dele encarando os olhos castanho claro  que me olha com um brilho no olhar, um brilho que sempre ele tem quando me olha, desde a primeira vez que nos encontramos na praia…

NO MEU MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora