NO MEU MORRO

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Acordo com uma claridade no meu rosto, sinto minhas costas latejar, minha bunda arder, meu ouvido zumbido, tento me mexer mas meu corpo não sai do lugar, sento na cama com tudo e olho ao redor.

Não estou no meu quarto…olho pro lado encontrando o mesmo homem que a Laís me apresentou na festa, olho pra mim mesma, estou totalmente pelada.

Levanto da cama rapidamente procurando minhas roupas, meu deus, eu transei com ele, vou ficar careca!

Coloco meu vestido e começo a procurar minha calcinha, olho pra cama a onde o homem que eu não lembro nem o nome, visualizo minha calcinha perto do travesseiro aonde ele estava, chego de mansinho e pego a calcinha que tava do lado do travesseiro dele, ele começa a se mexer fazendo eu segurar minha respiração e ficar imóvel no lugar.

Solta a minha respiração quando ele só se mexe ficando de barriga pra cima, olho bem pro rosto dele, deve ser por isso que eu transei com ele.

Coloco a calcinha e pego a minha bolsa que tava do lado do sapato, pego os dois e saio do quarto fechando a porta devagar.

Pego meu celular na bolsa e entro logo no aplicativo chamando um uber, entro no elevador e aperto no botão, olho pro meu reflexo do espelho vendo a minha situação precária, agora eu entendi o pq meu ouvido tá zumbido, meu rosto tá um pouco vermelho…puta que pario!

As portas do elevador se abrem e eu saio do hotel o mais rápido que eu posso, meu uber chega e entro logo colocando a mão no rosto.

Tiro meu celular do modo avião fazendo chegar um monte de mensagens, a maioria era da Victoria, umas era do grego me esculhambando.

[WhatsApp]

Victoria: puta merda liz, que vídeo do caralho é esse que tu postou??? (02:31)
Victoria: misericórdia Elizabeth, que beijo do caralho é esse com esse homem?(02:34)
Victoria:malucaaa, grego tá doido aqui, ele viu os teus status e tá ligando igual doido!! (02:56)
Victoria: liz, apaga esses vídeos, grego tá com fogo nos olhos, mas só pra você dar uma de vítima se ele for com tudo pra cima de você, você fala que não é besta, que do mesmo jeito que ele pegou a Sandra ontem, você também pode hoje.(03:10)
Victoria: ah, eu não sei se ele realmente pegou a Sandra, mas ele saio com ela da resenha que tava tendo aqui, ele saio com ele e não voltou mais.(03:17)
Victoria: mulher kkkkk tu é doida, reza pra Deus te levar ante que o grego te pegue, ele tá dizendo que vai raspar a tua cabeça klkkk, mas também, olha o beijo que tu deu naquela menina e o vídeo que o menino tá quase entrando em você, tô sabendo desse vídeo pq o Leo gravou e postou noa status dele.(03:27)
Victoria:Elizabeth, se tu tiver dando pra esse menino aí que o Leo gravou vocês dois, pfv, não vai pra casa, o grego foi pra sua casa. (04:01)
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Coloco a mão na cabeça, tô fudida, pq porra eu postei esses vídeos, entro nas mensagens do grego e vejo que ele só mandou umas duas mensagens e nada mais.

Desligo o celular até chegar no meu destino, saio do carro e pago o homem, entro no prédio dando bom dia ao porteiro que me olha e desvia o olhar, entro no elevador mais nervosa que o normal, tô sentindo que algo de ruim vai acontecer.

As portas do elevador se abrem e eu saio sentindo meu coração acelerado mais que o normal, sinto minha testa suar e os meus dedos começaram a formigar, começo a morder o bochecha com força sentindo meu nervosismo só aumentar.

Paro no meio do corredor quando vejo uma silhueta encostado do lado da minha porta, engulo seco na hora, começo a andar lentamente para trás mas paro quando ele olha na minha direção, semblante totalmente sério, de braços cruzados ele desconta e vem na minha direção com um olhar frio que faz o meu corpo arrepiar.

Ele para na minha frente analisando cada parte do meu corpo, sinto que ele deve tá analisando até a minha alma, sua postura muda quando ele olha bem pra minha bochecha.

Meus dedos começa a tremer quando ele bota a mão no lado da minha bochecha que estava vermelha, ele desce a mão até chegar no meu pescoço dando um aperto forte, arregalo os olhos quando ele começa a me puxar pelo pescoço, tento soltar o meu pescoço do aperto dele que fica mais forte, não sei como, mas ele abre a porta no apartamento me empurrando com tudo, ele fecha a porta com uma bastante força e vira apertando os punhos.

Em momento de desespero eu começo a correr até meu quarto, tento fechar a porta mas ele bota pé e começa a empurrar para abrir, tento medir força com ele mas é falho quando ele dá um empurrão e eu corro pro outro lado do quarto.

Sinto a minha garganta ficar seca e os meus olhos arde, medo, era isso que eu estava sentindo nesse momento, não sei oque vai acontecer, ele não parece tá em si próprio, o medo estava consumindo cada parte do meu corpo, a cada passo que ele dava o meu corpo estremecia com repulsa.

Começo a jogar as coisas que estava na penteadeira nele, sinto as minhas lágrimas descer quando ele pega meu cabelo com tudo dando um puxão para trás, ele me arrasta até a cama e me joga com tudo, me encolho colocando as mãos na cabeça.

Grego: puta que pariu, eu te dou uma liberdade, uma liberdade pra tu curtir, e é desse jeito que tu agradece? -Ele puxa meu pé com tudo e eu solto um grito com medo.- Cala a boca porra! Eu devia te matar, filha da puta. Tu nem imagina como eu to puto, tô com tanta vontade em meter uma bala bem no meio da tua cabeça. -Fala alto apontando o dedo.-

‐ não me machuca, por favor. -Falo chorando enquanto ele passa a mão na cabeça, ele puxa meu braço com tudo me arrastando até o banheiro.- não Natanael, por favor, não.

Começo a ficar desesperada quando ele me joga no chão e liga o chuveiro fazendo a água gelada cair sobre o meu corpo, ele tira a blusa jogando na pia e se agacha na minha frente, meu corpo começa a tremer quando ele passa o dedo no meu rosto descendo até o colo do meu peito.

Grego: tira a roupa. -Nego chorando baixo, e ele enrola a mão no meu cabelo puxando para trás.- Eu mandei você tirar, tira que eu ainda tô com paciência, só tira.

Tiro o vestido ficando só de calcinha, sinto o aperto da mão dele ficar mais forte no meu cabelo fazendo eu soluçar alto, ele me levantar soltando o meu cabelo e eu abraço meu próprio corpo.

Grego: pq…pq você teve que fazer as coisas ficarem difíceis? -Fala abraçando o meu corpo.- eu não quero te assustar, nem machucar você, me desculpa.

Meu choro fica mais alto enquanto a água cai sobre os nossos corpos.

Ele me solta e tira a bermuda que usava, ficando só com o relógio no braço, não quero ele perto, meu corpo tem medo, medo da aproximação dele. Ele começa a passar a mão no meu cabelo e eu me limito a dizer…

‐ eu te odeio, odeio como você tenta me manipular pensando que eu não vou perceber, eu me odeio pq eu deixei você passar dos limites, te odeio por mentir e achar que não saberia que você fica sim com outras mulheres. -Passo a mão no rosto limpando as lágrimas que desciam.- Eu nunca devia ter deixado você entrar na minha vida, ter dado cabimento em uma coisa que tava na cara que não ia da em nada. Você só vai me machucar grego, pfv, me deixa ir, essa foi o seu primeiro surto, quando vai ser o próximo? Nessa você só puxou o meu cabelo, na próxima você vai fazer oque? Um tapa na cara? Um soco?

‐ eu nunca devia ter me envolvido com você, você só vai me machucar tanto psicologicamente quanto fisicamente, eu só tenho 16 anos, não quero me prender em alguém que tá na cara que bateria em mim no primeiro surto, eu não quero isso pra minha vida, e espero que você mude para encontrar uma mulher que fique do seu lado.

Termino de falar deixando o banheiro totalmente silencioso, enquanto as minhas lágrimas rolavam eu observava ele que tava de cabeça baixa enquanto a água caia na cabeça dele, ele levanta a mão tentando tocar no meu braço mas para no caminho fechando o punho com força, ele levanta a cabeça encarando os meus olhos, encaro os olhos dele que parecia cansado, olhos vermelhos e as pupilas dilatadas. Ele beija a minha testa e sai do Box pegando a bermuda e a blusa fechando a porta do banheiro.

Ali eu comecei a chorar mais ainda, sentada no chão eu chorava igual quando eu era criança.