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Victoria

Respiro fundo, depois que eu sair do hospital por tá muito nervosa eu fui pra casa da Beth para descansar, o tio Fernando sabe e agora está olhando para a Elizabeth com indiferença, claro, qual é o pai que iria a filha com um traficante, nenhum. A minha mãe mesmo me colocou na rua quando ficou sabendo.

Suspiro passando a mão nas minhas pernas gelada, eu tive que vir reconhecer o corpo, eu estou com medo, muito medo mesmo em entrar e acabar tendo o corpo do João lá.

Elizabeth: você quer entrar mesmo? Eu posso entrar no seu lugar. -Nego limpando as minhas lágrimas e as delas que descia. -

‐ você é de menor, eu entro e vejo se o corpo do… grego está lá também. -Falei  baixinho com a minha voz embriagada por causa das lágrimas que desciam.-

Entrei no iml e sigo o homem que disse que os corpos recentes estavam em uma sala separada.

Sigo ele até um lugar onde estava aberto, olho abismada pros corpo que estava em cima de um negócio de ferro só cobrido por uns lençóis.

O homem vai me mostrando cada corpo e eu vou dando um suspiro de alívio quando eu não vejo que o corpo do João, enxugou o meu nariz que escorria.

Xx: esses corpos aqui foram uns dos primeiros a chegarem, talvez a senhora consiga a reconhecer. -Ele levanta o lençol e eu do um suspiro alto vendo que não era nem o grego nem o jv.- esse aqui é o último. -Apontou pra que estava do lado.-

Com as mãos trêmulas eu levanto o pano deixando só o rosto que me fez paralisar e me agachar no chão chorando de soluçar.

Ele foi embora, ele me deixou sozinha com a nossa filha, filha nossa que vai crescer sem o pai.

Soluço pegando na mão dele que estava gelada, olho para a minha inicial que ele fez no mesmo dia que ele me pediu em noivado. Noivado que não haverá mais, o meu amor foi embora, me deixou sozinha.

Eu não sei se consigo ter força para gerar a bebê, nem escolhemos o nome para ela…

‐ Pq você se foi e deixou nos aqui? Você prometeu que ia ver a nossa filha nascer, pq você não me contou que ia ter essa invasão, pq João, pq! -Sento no chão chorando.-

Eu te amo muito, você é o grande amor da minha vida.

Meu eterno João Vitor.

[...]

Elizabeth 🏐

Se algum dia alguém me falasse que eu ia me ensolar de tudo e todos por causa de uma pessoa que não deu notícias por 1 mês inteiro, eu iria falar que essa pessoa ficou doida e iria rir muito.

Nunca imaginei que a ausência de uma pessoa iria doer tanto como está doendo agora, nunca iria imaginar a cara do meu pai querendo me fazer comer ou me ajudar a passear na praia para tentar me fazer esquecer das coisas que aconteceram.

Faz 1 mês, 1 mês que o grego não deu sinal de vida, o fael já rodou todos os presídio e não tem o sinal do grego dentro de nenhum, já fomos em todos os IML e não achamos.

Gv disse que se não acharam o corpo no iml, ou no presídio, então eles mataram e jogaram o corpo dele em qualquer canto. Isso a cada dia tá me machucando, eu quero ele, a presença dele.

Tô sentindo que a cada dia estou me quebrando por dentro, mas tento ficar forte por causa da Victoria, ela quase entrou em depressão depois do enterro do João, mas tá indo para psicólogo, a mãe dela tá dando o maior apoio a ela depois que ficou sabendo que o João morreu.

Fico me perguntando se nós não tivéssemos começado algo, eu iria sofrer desse jeito, claro que não iria, pra mim ele só ia ser mais um traficante que morreu.

Mas não é isso, pra mim ele é o homem que eu quero algo, sei que a minha escolha é errada, que essa vida que ele proporciona é uma merda, mas eu o amo.

Suspiro pegando o meu casaco, como sempre vou fazer a minha caminhada diária na praia, ajuda a esquecer os momentos difíceis que eu tô passando.

Desço do prédio e vou até a praia, olho para as pessoas que riam enquanto conversam, ou jogando.

Olho para o céu vendo a noite, o céu cheio de estrelas o deixando maravilhoso. Ponho as mãos dentro do bolso do casaco quando eu sinto um arrepio, volto a andar olhando para o céu, desço o meu olhar lata frente mas paro bruscamente quando eu vejo ele, ele totalmente na minha frente, com o rosto meio machucado e me olhando com um sorriso fechado.

‐ Natanael…Natanael! -Falo alto e corro o abraço que me abraça de volta, sinto as lágrimas saindo dos meus olhos molhando a blusa dele.- onde você tava? Eu estava tão preocupada, pq não deu sinal de vida?

Grego: me desculpa, me desculpa mesmo. Eu tentei contatar você, mas acabei em uma porra de emboscada, fiquei uma semana levando porrada. Mas um afavor me ajudou e eu fiquei inconsciente por duas semanas.

‐ eu fiquei com tanto medo, tanto medo de ter perdido você. -Solucei alto e ele abraço o meu corpo com mais força.- eu te amo, não faz isso comigo mais.

Grego: eu não vou, eu prometo. -Alisou o meu cabelo levemente.- você sabe que eu te amo, né? Sou loucamente apaixonado por você, temos a porra de uma conexão que eu não sei, nossa conexão é coisa de outro mundo, preta.

Sorrio pra ele que Alisa o meu rosto levemente, me inclino dando um beijo delicado na boca dele que estava machucada, separamos dando um sorriso um para o outro.

NO MEU MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora