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Assim que o carro parou na frente da porta dos fundos do estádio do show, Bird apareceu como mágica. Ele saiu de dentro do pequeno corredor que levava aos camarins, todo vestido de preto e de capuz, e abriu os braços para abraçá-la. Anis aceitou o abraço, mas se afastou dele quando sentiu luzes de flashes pipocando ao seu redor.


– É sempre assim: intrusivo? - ela indicou os paparazzi do lado de fora com um aceno de cabeça. - Parece desesperador. Te abracei de olhos fechados, mas estou vendo pontos verdes.


– Acho que já me acostumei - Bird a estava puxando pela mão, o corredor os engolindo aos poucos para dentro do estádio, e o som do público crescendo ao redor conforme se aproximavam dos camarins. - Como foi seu dia?


– Escrevi - Anis se apoiou no ombro dele para desviar de um staff que estava vindo em sua direção. O homem fez uma pequena reverência para eles, mas não pareceu ver Anis de verdade.


– Desculpa. A equipe costuma achar ruim quando tem gente estranha circulando. Ele ia desviar de você antes de esbarrar, eu juro.


– Tudo bem. Você é o idol aqui. Eu sou só a visita - Anis ainda não tinha se afastado do ombro de Bird, e ele a puxou para mais perto pela mão, garantindo que ela não iria se afastar. - E como foi o seu dia?


– Eu passei o som três vezes, e marcamos os passos uma vez. Também tivemos que cuidar das luzes porque dois canhões deram problema e isso sempre gera um burburinho, mas agora já estamos bem e prontos - ele parou com ela na frente de uma sala fechada, que tinha uma placa na porta escrito "refeitório", e abriu a madeira devagar. - Você pode vir aqui e se servir do que quiser. Já vou te dar o crachá de liberação, mas essa área é nossa e tudo de comida aqui foi o que pedimos. Pedi opções de lámen sem carne e sem sabor de carne. Você vai ficar bem.


Anis enfiou a cabeça para dentro do cômodo, o corpo inclinado entre ele e o batente. A sala era um pouco maior que a sua sala de casa, e tinha prateleiras do chão até a metade da parede, abastecidas com comidas instantâneas e cestas de frutas. Um carrinho de serviço de quarto estava em um canto, cheio de garrafas de água e uma geladeira de porta de vidro iluminava o lugar, exibindo garrafas e latas de cerveja e refrigerantes.


– Não vou comer lámen - Anis analisou as comidas expostas. - Se eu for comer algo, o que obviamente não vou, não vai ser lámen.


– Está com medo? - Bird brincou, cutucando a lateral da barriga dela com a ponta do indicador da mão livre.


– De você?


– Então você sabe o que uma proposta de lámen quer dizer? - Bird aproximou o rosto do dela, mordendo o lábio inferior e sorrindo de um jeito malandro. Ele analisou Anis de perto, e ela sentiu a respiração dele bater no topo da sua boca. - Você deveria ter medo de mim, sim. Posso não ser confiável depois de um pote de lámen.


– Eu tenho certeza de que é - Anis afastou o rosto um pouco, virando sua bochecha para Bird e o encarando de canto. Ela também tinha um sorriso sapeca nos lábios. - Você tem que parar com isso. Eu estou começando a aprender a flertar.


– Não ligo de ser seu professor de flerte - Bird depositou um beijo carinhoso e demorado na bochecha dela, e sorriu quando se afastou. - Gosto de saber que você não foi submetida a nenhum flerte estranho ou burro, assim você sempre vai saber como é ser exaltada.

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