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Anis abraçou o próprio corpo, ainda sentindo tremores de adrenalina percorrerem seu corpo. Ela estava sentada em uma cadeira dura, de frente para um policial que parecia mais preocupado em agradar o gerente da empresa para que Bird trabalhava do que em fazer mesmo o seu trabalho.


O gerente do grupo, que parecia um pouco mais velho que o Bird, esfregou o topo do cabelo pela milésima vez, bagunçando ainda mais os fios. Ele estava ficando mais vermelho a cada segundo, nitidamente irritado.


– Não é tão difícil entender, senhor. Meu garoto estava no quarto de hotel, conversando com a amiga dele, e quando ela precisou ir ao banheiro, a garota estava lá - Anis apertou ainda mais os dedos ao redor dos braços, contabilizando que aquela era a sétima vez que ele dizia a mesma coisa para o policial.


– Sim, eu entendi essa parte. Mas preciso saber se as vítimas estavam fazendo alguma coisa que gerasse a garota estar lá armada.


– Estávamos existindo - Bird respondeu antes do gerente, nitidamente irritado. Anis suspirou e tentou contar até dez baixinho, apertando a perna dele de leve, pouco acima do joelho. - Desculpe, senhor, é que eu estou furioso. Como aquela garota entrou no quarto da minha amiga? E por que ela tinha uma faca?


– Ela queria matar a Anis - Arthur apareceu na porta do cômodo, acompanhado de um homem que Anis nunca tinha visto na vida.


– Ótimo! Tudo isso acontece com a sua funcionária e você só aparece agora? - Bird se levantou e foi até Arthur com passos largos, batendo os pés no chão com força. Ele ficou perigosamente perto do rosto de Arthur, desafiador. - Onde você estava enfiado?


– Eu estava em um encontro, não que isso seja da sua conta. E é sempre bom lembrar que você mesmo disse que, fora do horário do programa, ela é apenas uma turista. Como eu saberia? Ela tem passado os dias enfiada com você pelos cantos, e se esqueceu completamente da Zilda e de mim - Arthur deu uma fungada de deboche, inclinou a cabeça para o lado e sorriu de forma provocativa para Bird. - Sinto muito se não sou uma vidente e não sei que alguém invadiu o quarto da minha funcionária. Mesmo porque, a culpa é sua.


– Minha? - Bird arregalou os olhos, aumentando o tom de voz, ficando pronto para um embate.


– Quem é o grande famoso na Coreia que a deixou com um alvo na cabeça quando a beijou em uma live? - Arthur revirou os olhos e passou por Bird, irritado com a situação. Ele se abaixou perto da cadeira de Anis, parecendo mais manso com ela. - Sinto muito pelo que aconteceu. Você se machucou?


– Não. Onde está a Zilda? - Anis ergueu a cabeça, procurando por ela sobre a cabeça de Arthur.


– Ela ficou no hotel, arrumando as coisas. Quero adiantar nosso voo e te levar para longe desse lugar. Vamos voltar para casa e te manter em segurança, certo? Até lá, não vou tirar os olhos de você.


– Agora não adianta - Bird esbravejou, respirou fundo e reverenciou o policial com as mãos unidas, em um pedido de desculpas silencioso. - Manter ela segura não é o único problema. Precisamos saber como alguém entrou lá. Isso coloca até a sua outra funcionária em risco.

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