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Anis se sentou na cama da suíte, as luzes dos abajures e do banheiro acesas, e analisou suas mensagens. Pamela queria que ela ligasse o mais rápido possível, estava preocupada sobre o caso da sasaeng.


– Diga que você está em segurança - Anis deu um sorriso contido, achando graça no tom de voz de Pamela.


– Você nunca atende no segundo toque.


– Dane-se! Invadiram seu quarto e quero ter certeza de que você está viva.


– Estamos nos falando, não? Acho que seria difícil fazer isso do além túmulo - Anis se deitou para trás, sentindo o colchão macio se moldar ao peso do seu corpo.


– Deduzo que está em Xangai - Pamela fez um barulho de arrastar de cadeira, o que fez Anis revirar os olhos. - Eu vi as fotos do céu no seu stories e pesquisei. Sei que Xangai está com um clima mais bonito do que Seul.


– Tomar mais café não vai fazer seu dia ser melhor do que já foi.


– Sem gracinhas - Pamela resmungou algo para alguém sair do caminho e depois empurrou uma gaveta de talheres com força. - Você, senhorita, está aí na Ásia, vivendo um romance de fanfic, mas algumas almas deprimidas estão ralando de trabalhar.


– Interessante você dizer que estou vivendo um romance de fanfic, quando, na verdade, uma doida tentou me matar a facadas - Anis rolou na cama, ficando de bruços sobre as almofadas do topo da cama. - Foi mais como um filme de terror.


– Ah! Tadinha da minha bonequinha. Ela é sofrida.


– Não vejo graça alguma no seu tom de deboche.


– Não é deboche. Eu fiquei muito preocupada, só que a questão é que você foi salva pelo próprio príncipe encantado. E, para a sua informação, isso quer dizer que o seu drama não conta - Anis fez um bico, respirou fundo e esperou que Pamela continuasse. - Ok, você poderia ter morrido, mas não morreu. E ainda vai poder contar essa história para os seus netos.


– Oi? - Anis deu uma gargalhada, quase como se não tivesse passado as últimas horas completamente triste. - Do que você está falando?


– Dos seus netos. Lindas crianças bochechudas, cheias de energia e que serão chamadas de Japa pelo resto de suas vidas.


– De Japa? - Anis se controlou para não rir.


– Sim. Você e o Bird vão ter bebês gordos e saudáveis, e eu vou encher eles de doces e ensinar palavrões. E, quando eles tiverem filhos tão gorduchos quanto eles, você vai contar como aquela foi a noite em que você percebeu que estava completamente apaixonada pelo avô deles.


– Você está incluindo, nessa sua história mirabolante, que o Bird não é japonês e sim taiwanês? - Anis ergueu uma sobrancelha, mesmo que Pamela não pudesse ver. - E tem mais, você não encheria minhas crianças de doces porque você não gosta de crianças.

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