A Confiança - A Organização - Livro 3

Prólogo

Três anos antes

Juan

A casa noturna de Jacó está cheia, repleta de corpos se misturando ao som de música eletrônica alta. O cheiro de bebida e de sexo impregna meu camarote; uma submissa chupa meu pau enquanto estou distraído observando o movimento. O território neutro já não é tão afastado como no passado. Jacó incluiu esse lugar no mapa, cuidando dos habitantes do território e deixando-o confortável, bem diferente do passado.

A mulher continua lambendo meu pau como se fosse um pirulito. Gosto dessa sensação de controle; pelo menos aqui posso mandar e desmandar sem que me desobedeçam ou façam do jeito que querem. Mirela tem me tirado do sério com sua maldita insistência em não voltar para casa, esquecendo o infeliz do Rossio de uma vez.

– Pare!

A mulher olhou para mim, esperando saber o motivo para que mandasse parar. Pensar na minha irmã tira todo o meu tesão. Mirela vem estragando meus dias com sua teimosia e falta de respeito. Sou seu irmão, apesar de mais novo; ela deveria respeitar minhas ordens, parando de insistir com um casamento fracassado com um crápula.

– Fiz algo errado, senhor?

Amo essa posição de submissão. Jacó consegue encontrar as melhores prostitutas para mim, aquelas que aceitam tudo que vem de mim, sem frescura ou laços, fazem tudo para me agradar sem questionar. Essa em especial já me atende há certo tempo, por isso acredito que tenha me perguntado o motivo.

– Não. Você é perfeita, querida. O problema sou eu. Não estou com cabeça para sexo hoje. Está dispensada!

Ela se levantou de cabeça baixa, seguindo seu caminho. A visão que tenho da boate do meu camarote é fantástica. Consigo ver tudo e todos, com o benefício de que ninguém consegue me ver. Visto minhas roupas, sirvo-me com uma dose de tequila, observando as pessoas na pista de dança. Vejo os irmãos Acácia cercando uma mulher, na verdade uma garota, sua irmã mais nova, Flora.

A menina deve ter seus 15 anos ou até menos que isso. Ela sorri enquanto seu irmão rodopia com ela no salão. Que sorriso bonito Flora tem. Sua mãe a mima como se fosse uma boneca de porcelana; seus irmãos também fazem o mesmo. O pai, apesar de sério e exigente, procura agradar a filha em tudo.

Ela tem seus atributos, além de pertencer a uma excelente família. Sou próximo dos seus irmãos e posso dizer que estou bem familiarizado com o jeito que eles a tratam. Uma ideia surge na minha cabeça. Flora é jovem, com certeza tem uma excelente genética, podendo me dar muitos filhos. Se tiver os mesmos genes da mãe, sem dúvida terá muitos herdeiros.

Tiro o telefone do meu bolso, discando o número de Miguel. Vejo-o atender a ligação saindo do meio da multidão. Percebo que pede para Rafael cuidar da irmã. Eles a protegem, e isso é muito bom, mostra que não é uma garota livre para viver aventuras promíscuas.

Miguel

Quando vai descer do seu pedestal para ficar com os meros mortais, Juan?

Juan

Gosto do meu pedestal, Miguel. Se você tivesse o que tenho aqui, com certeza também iria gostar dessa exclusividade. Vou direto ao assunto: Sua irmã mais nova tem pretendentes?

Miguel

Não. Está interessado em Flora? Pensei que gostaria de uma mulher mais velha.

Juan

Sim! Sua irmã é perfeita, além das terras que são herança do seu avô, que serão dela e fazem divisa com as minhas. Claro que terá um bom dote. Sei que sua família tem muito apego por ela, e não quero deixá-los em desvantagem.

Miguel

Ótimo! Espere meu pai passar a liderança para minha mão. Assim, ele não vai criar atrito com minhas decisões. Será muito bom tê-lo como cunhado, meu amigo.

Miguel aceitou rápido, como imaginei. Flora será a mulher perfeita, me dará os filhos que desejo, além de cumprir com o papel de esposa troféu com sua beleza. Além de todas essas vantagens, sei que não irá me impedir de viver com minhas submissas. Minha necessidade de controle poderá ser exercida sem questionamentos ou reclamações. Flora dança com sua amiga Celeste Mendez, alheia ao seu destino ao meu lado e a todos os meus planos para ela.