Lourdes
Depois que viemos para casa cedida por Juan e Flora, começamos a limpar tudo, o lugar está conservado com moveis que com certeza vamos usar, as crianças estão ajudando com tudo, Nádia chega com a picape cheia de mantimentos, tintas para pintar os quartos, materiais, roupas e brinquedos. Onde ela arrumou dinheiro para isso?
- Crianças, vão brincar lá dentro, mamãe precisa conversar com a tia de vocês.
- Trouxe tudo que está faltando, a geladeira vai chegar mais tarde, vamos pintar os quartos das crianças e colocar papéis de paredes lindos, encher os quartos de brinquedos. Comprei bastante comida também, vou fazer o jantar como fazíamos em casa.
- Nádia, onde arrumou tanto dinheiro? Não me diga que roubou?
Ela sorriu me levando até o carro, levantou o banco do motorista tirando de lá uma mala repleta de dinheiro, fiquei apavorada, não posso acreditar que minha irmã roubou.
- Não me olhe assim, não roubei deles. Esse dinheiro é nosso, tio Carlos deixou para nós, a surpresa que deixei para eles era essa. Agostinho estava tentando abrir o cofre do nosso tio, só que ele não sabia a combinação, mas eu sabia. E não é só essa mala cheia de dinheiro, tinha um notebook lá dentro com a combinação das contas da Suíça, em resumo, não roubei ninguém e estamos ricas, irmã.
Eu sabia sobre esse cofre, Bartolomeu me perguntou muitas vezes sobre ele mas eu não sabia a combinação, Nádia disfarçada de José não tinha vínculo nenhum comigo que a ligasse a história do cofre. Inventamos que formos criados juntos, até uma paixonite minha irmã inventou para não chamar a atenção quando íamos conversar.
- Eles devem estar morrendo de ódio. Essa foi minha vingança por tudo que fizeram você passar, não precisamos de mais ninguém com esse dinheiro estamos seguras para o resto da vida. Antônio e Liliana serão criados com nós formos, com fartura e amor. Não gostou da surpresa?
- Irmã, você sempre pensando em mim, mas e você? Perdeu tanto como eu, inclusive acredito que muito mais do que posso imaginar.
Nádia como nossa madrinha sempre colocou a família acima de qualquer um até mesmo dela.
- Eu estou bem, e vou ficar melhor quando você estiver também. Minha felicidade é vê você feliz, agora, também as crianças. Comprei roupas novas para você e para elas, e também para mim, agora voltei a ser mulher. Na verdade nunca deixei de ser, mas enfim, me ajude aqui, temos que guardar tudo isso e começar o jantar. Conheci um homem lindo na cidade, com um sorriso de deixar qualquer uma encantada.
Ajudei minha irmã a guardar tudo, e começamos a preparar o jantar, as crianças pareciam tão felizes. Agora consigo dar atenção não só para Liliana mas também para Antônio.
- Eu estava na loja e vi essas bonecas, e pensei: a minha Lili linda vai amar, você gostou, linda da titia?
- Eu amei, titia. Mamãe, vamos brincar muito de boneca, e o Antônio, tia?
Liliana sempre se preocupa com o primo, Antônio é filho de uma namorada de Agostinho que faleceu de uma maneira horrível junto com a esposa de Bartolomeu em uma chacina a mando do meu tio. Nádia mostrou os vários brinquedos que trouxe para ele, carrinhos, uma pista circular e uma ferrovia de brinquedo com trenzinho e vários bonequinhos.
- Você gostou, amor da tia?
Ele correu para os braços dela chorando, fui até ele o abraçando, meu menino tem tanta dor no coração.
- Eu tô feliz, mamãe, é choro de felicidade. Não estou triste, acabou a tristeza, mamãe
É maravilhoso ouvindo dizer que está feliz, quero construir memorias doces como eu tive, eles não vão passar pelo mesmo que os seus pais que se tornaram cruéis por conta de toda maldade e abandono que tiveram.
Miguel
Observo o movimento da cidade sentado em um bar em frente a avenida principal, já passei todas as minhas funções para Rafael, ele e Celeste junto com o filho voltaram para nossa casa, e por uma escolha minha resolvi me afastar, é a melhor decisão. Seria insuportável conviver com eles sabendo de tudo que fiz, a casa da cidade é boa e espaçosa, muito mais do que eu realmente mereço.
Vejo uma moça tentando se equilibrar com várias sacolas nas mãos, corro até ela para ajudá-la, seus cabelos pretos cacheados cobriam seu rosto enquanto ela tentava sem sucesso colocar as várias sacolas em uma picape velha.
- Me deixe ajudar você!
- Muito obrigado! Acho que exagerei com as compras, foram muitas sacolas.
Ajudei a garota a colocar as sacolas dentro do carro, o sorriso dela é encantador, ela é toda linda, um corpo pequeno, uma bunda empinada e seios redondos e pequenos que com certeza caberia perfeitamente nas minhas mãos. Sacudo a cabeça de um lado para o outro espantando o desejo que essa garota acendeu em mim.
Preciso trepar urgente. Talvez assim apago esses pensamentos sujos da minha mente, nem sequer conheço a garota e já estou querendo me enfiar no meio das pernas dela. Ela ajeitou o cabelo em um rabo de cavalo deixando algumas mechas soltas, que garota linda, meu Deus.
- Muito obrigado. Sou Nádia, e você?
Nádia. Esse nome não me é estranho mas não sei aonde o ouvi antes
- Miguel, seu criado. Parece que comprou muitas coisas, está de mudança, não me recordo de ter visto você aqui.
- Sou nova aqui. Me mudei recentemente com minha irmã e meus sobrinhos, eu preciso ir, está ficando tarde. Nos vemos por aí!
Queria pedir o número de telefone dela para poder conhecê-la melhor, mas eu não posso. Se tudo sair como planejado, vou me casar com Lourdes e ser pai adotivo de duas crianças. Já passou da hora de ser responsável, e parar de agir como um irresponsável estupido.
Ela entrou dentro da picape, sorriu se despedindo, tomara que não a veja novamente, não vou conseguir me controlar se ver uma beldade como Nádia novamente.
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A Confiança - A Organização - Livro 3
ChickLitJuan Magalhães é leal, sério e dedicado a manter sua família em uma posição favorável e de confiança dentro da Organização. No entanto, tudo muda com um erro cometido por alguém muito próximo. Agora, Juan tem que lidar com pecados que não pertencem...