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Flora

Entrei no quarto comemorando mais uma vitória. Deixei Juan totalmente desmoralizado perante seus empregados; essas pessoas vão conversar com outros empregados das cinco famílias, e logo todos ficarão sabendo do tratamento horrível que Magalhães tem comigo. Comecei a pular no quarto, feliz por estar vencendo cada batalha travada. Acredito que até o final desse mês estarei livre de Juan.

Sinto meu celular vibrar na mochila, tranco a porta e corro para o banheiro. É Ulisses. Ele não conseguiu cavalgar comigo no final das contas, já que teve de resolver problemas nos carregamentos de armas para o Brasil.

– Liguei só para saber se chegou bem. Soube que fez uma bagunça com Orquídea no rio. Fico feliz que tenha aproveitado, mas ao mesmo tempo triste por não ter ficado com você.

– Haverá outras oportunidades, Ulisses. Eu amei essa manhã. Agradeço por ter sido tão legal comigo, e se não for abusar da sua boa vontade, gostaria de continuar indo visitar Orquídea. Ela é minha nova amiga agora, e não quero ficar longe dela.

– Farei melhor: Orquídea agora é sua, Flora. Pode vir buscá-la quando quiser. Não sei se a fazenda do seu marido tem um lugar para ela, no entanto, se quiser deixá-la aqui, não tem problema. Será uma honra cuidar dela para você como receber sua bela visita.

Comecei a pular no banheiro de alegria. Amei ter a companhia de Orquídea, e estaria mentindo se não dissesse que não queria tê-la como companhia permanente. Assim que me livrar desse casamento, vou levá-la comigo para bem longe daqui. Só preciso me planejar para não levantar suspeitas.

– Prefiro que fique com você, Ulisses. Voltei para casa, e Magalhães estava me aguardando daquele jeito autoritário dele. Não tem nem um dia de casada, e já quero ficar viúva.

– Garota, tem que ser submissa ao seu marido. Enfrentá-lo será ruim para você.

– Pior do que está não pode ficar, Ulisses. Preciso desligar. Agradeço a atenção e o carinho. Estou ansiosa para vê-lo de novo.

Ele se despediu, dizendo que sou bem-vinda em sua casa a hora que quiser ir. Ouço batidas na porta. É Juan, pois começa a gritar pedindo para abrir. Desligo meu celular, escondendo-o debaixo da cama, depois vou guardá-lo no meu esconderijo secreto. Fui alegremente abrir a porta, vendo Magalhães entrar feito um louco dentro do meu quarto.

– Nossa! Poderia pelo menos esperar para ser convidado para entrar no meu quarto. Você perdeu sua educação em algum lugar? Se sim, deveria buscar.

– Não estou no clima para brincadeiras, Flora. Onde você estava?

– Bom, isso não é da sua conta. Ainda não estava me divertindo com outros homens, apesar de que vi alguns trabalhadores na plantação que me chamaram muita atenção. Lindíssimos, com toda certeza. Fiquei pensando: será que iriam gostar de se envolver com a esposa do patrão?

Magalhães me pressionou contra a parede, apertando meu pescoço com tanta força que comecei a sufocar. Ainda assim, permaneço firme, sem demonstrar o medo que esse ataque dele me causa.

– Vagabunda, não ouse se deitar com meus homens ou os trabalhadores da minha plantação. Posso até perder minha reputação, mas acabo com sua vida no mesmo instante.

Ele continua segurando meu pescoço contra a parede, só que agora começa a subir meu vestido com a mão livre. Não é possível que vai querer transar depois de tudo que falei.

– Está sem calcinha, vadia. Onde estava, Flora? Não vou perguntar de novo.

– Não é... da... sua conta!

Ele força minhas pernas para abri-las e coloca o dedo dentro da minha boceta, como se estivesse procurando algum vestígio de que fiquei com outro homem.

– Está me machucando... pare!

Juan solta meu pescoço e se afasta. Novamente, uso da minha melhor encenação para deixá-lo fora do eixo.

– Juan, acha mesmo que seria idiota no nível de transar sem camisinha? Como disse a noite passada: não gostei quando gozou dentro de mim, imagine deixar outros fazerem isso.

Ele levantou a mão para me bater, mas alguém o chamou na porta. Estou amando ver Juan perder o seu amado controle para mim, justo a garota que ele queria "educar". Juan saiu sem olhar para trás. Deitei-me na cama, recuperando a respiração. Sabia que ele rapidamente iria mostrar o grande monstro que é. Só preciso continuar focada no meu plano. Logo estarei livre desse casamento maldito!

A Confiança - A Organização - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora