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Irma

Gosto de cuidar da casa e das crianças, Lucas está se abrindo aos poucos sendo o meu menino carinhoso e atencioso, meus filhos são tudo de maravilhoso que a vida me deu. São meus companheiros, amigos e me ajudam a entender como é importante ter uma família. A mesa de jantar já está posta, eu mandei todos os funcionários da época de Mirela embora, na verdade dei a opção de ficarem.

Mas muitos não quiseram. Sou uma ex prostituta, ninguém quis ficar, eu entendo e no final fiquei feliz por não quererem, a verdade é que eu não queria qualquer influência que ela deixou sabendo poderia prejudicar minha vinda para cá. A governanta que era sua maior fã foi a primeira a sair, claro não antes de me acusar de ter matado sua adorada patroa.

Eu não sujaria minhas mãos com aquela mulherzinha cínica, se ela foi morta não foi por ser uma coitada inocente, muito pelo contrário, foi por ser uma pessoa horrível que fez inimigos piores que ela. Lucas se senta ajudando seus irmãos menores a se sentar, ele sorri para eles beijando suas testas.

Maurílio chega vendo a cena com a expressão odiosa de sempre. Ele não consegue ser bom e carinhoso com as crianças, Lucas se levanta para puxar a cadeira para que eu pudesse sentar, volta para o seu lugar esperando que eu comece a servir o jantar.

— Hoje eu fiz frango assado com purê de batata depois de sobremesa tem sorvete.

As crianças riram e bateram palmas animadas, até Maurílio puxar sua cadeira fazendo um barulho terrível deixando as crianças assustadas. Minha filha é a primeira a entregar o prato para que eu possa servi-la.

— Essa menina não sabe que você tem que me servir primeiro, Irma? Ao invés de se negar a contratar uma governanta para essa casa deveria educar seus filhos melhor.

— Desculpa, senhor.

Minha filha abaixou a cabeça com vergonha por ter sido chamada a atenção, Lucas segurou a faca sob a mesa com força como se quisesse avançar no pai.

— Lucas, meu amor, leve seus irmãos até a cozinha, daqui a pouco vocês voltam para jantar depois que seu pai terminar.

Eu evitava as brigas, discussões e possíveis agressões, sabia bem o que iria acontecer comigo ao aceitar esse casamento por acordo portanto tenho que ser mediadora. Lucas tirou as crianças da sala de jantar levando para cozinha deixando eu e Maurílio sozinhos.

Me levantei e fui até ele pegando o seu prato e preparando para servi-lo, seu semblante continuava o mesmo, insatisfeito e raivoso, preciso proteger meus filhos desse mau humor dele. Coloquei o prato em sua frente esperando ele começar a comer.

— Você não vai jantar?

— Vou jantar com os meus filhos, portanto se puder se apressar para desocupar a mesa, as crianças estão com fome.

Ele começou a comer em silêncio enquanto eu fiquei pensando em como um dia pude ser apaixonada por um homem como esse. Rossio não consegue ser agradável com ninguém, e parece não querer mudar.

— Quando vai contratar alguém para ajudá-la?

— Eu não tenho intenção de contratar ninguém. Consigo cuidar de tudo sozinha, não deveria ficar preocupado com isso. E sobre a educação dos meus filhos, nunca mais ouse falar nenhuma merda sobre isso. Eles são meus até Lucas é meu filho, você odeia as crianças e nunca esteve preocupado com eles por tanto se mantenha longe.

Rossio voltou a comer como se não tivesse falado nada, de verdade, eu estou aqui para ter paz com meus pequenos sem a perseguição terrível que Maurílio iria fazer como também afastar Lucas da minha vida por maldade.

A Confiança - A Organização - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora