CAPÍTULO 17- VERBENA

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Rick

🦇


(Um dia depois, as 03:00pm)

Abro a porta do quarto de Lisi com o máximo de cautela, consciente de que acordá-la não é minha função principal. Adentro o ambiente silencioso, e meus olhos buscam pela penteadeira onde ela costuma guardar o colar que tanto estima.

O quarto está envolto em um silêncio delicado, e eu me movo em direção à penteadeira com passos cuidadosos. Minha intenção é simples: encontrar o colar que, de alguma forma, está vinculado ao seu senso de segurança.

Inspeciono cada detalhe da superfície da penteadeira, mas o objeto desejado não se revela imediatamente. Entre frascos de perfumes e bijuterias delicadas, a ausência do colar se destaca como uma lacuna preocupante.

Numa tentativa de preservar a tranquilidade de Lisi,evito perturbar seu sono. No entanto, a busca pelo colar torna-se uma missão quase imperativa. Sinto-me compelido a encontrar esse objeto que parece ter um significado especial para ela.

Minhas mãos vagam em tudo, caixas, gavetas, mas não há sinal de nenhum colar, não do que ela sempre usa.

Eu não estava ali para fazer mal para Lisi, nunca passou pela minha cabeça isso. Eu apenas queria protegê-la, colocar verbena no colar dela,assim como Alaric me pediu.

Aproximo-me da mesinha de canto ao lado da cama de Lisi, ciente de que cada movimento deve ser executado com a máxima discrição.

Minha busca pelo objeto desejado inicia-se com toques suaves, numa tentativa de não perturbar o repouso tranquilo dela.

Deslizo as mãos cuidadosamente sobre a superfície da mesinha, explorando cada centímetro com sensibilidade. Meu olhar perscruta o espaço em busca de um indício do objeto que se tornou o centro dessa busca silenciosa.

Pequenos objetos, como um relógio delicado e um livro de cabeceira, são examinados sem pressa. A luz suave que emana do abajur contribui para a atmosfera serena que preenche o quarto. Cada movimento é calculado para evitar ruídos indesejados.

Não encontrei na mesinha o colar, mas onde diabos estava?.

Enquanto observava Lisi adormecer, não pude deixar de me maravilhar com a tranquilidade que ela transmitia, semelhante à Bella adormecida nos filmes que costumávamos assistir juntos, quando ela tinha 14 anos.

Era um momento tão sereno que me peguei sorrindo involuntariamente.Meus olhos se fixaram no brilho sutil em seu pescoço, onde repousava o colar que se tornara um símbolo importante em nossas vidas. Naquele instante, eu não era apenas seu padrasto; era como se, de alguma maneira, ela fosse minha própria filha.

Essa conexão, fortalecida pelo colar, transcendia as relações tradicionais.Cada detalhe da cena se imprimia em minha mente: os traços suaves de Lisi, a luz suave que iluminava o quarto, e, claro, o colar que reluzia com uma beleza única.

Uma sensação de responsabilidade e proteção se misturava ao orgulho que sentia por fazer parte da vida dela.Perceber que o colar estava ali, intacto, proporcionava um conforto silencioso.

Era como se aquela pequena joia representasse não apenas sua conexão com algo especial, mas também a garantia de que eu estaria ali para protegê-la, independentemente dos desafios que o futuro pudesse trazer.

Com cuidado, me inclino em direção a Lisi enquanto ela dorme serenamente. Em minhas mãos, seguro um frasco de verbena, um poderoso amuleto para proteger contra forças sobrenaturais. Sabia que, embora Lisi fosse uma jovem corajosa, nunca é demais garantir sua segurança.

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