Ditado!

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Pov: Maiara

Talvez a gente goste da dor... talvez sejamos feitos assim... porque sem ela, sei lá... talvez não a gente não se sentisse real... Como é aquele ditado? "Por que eu continuo a me bater com um martelo?. É porque me sinto bem quando eu paro"

Dentro do avião, esperando decolar, meu celular ainda tinha sinal de internet esperando qualquer mensagem da Marília ou até mesmo alguma coisa sobre ela, eu sei, fui uma completa idiota por não ter esperado ela receber a decisão do juiz, sei que fui uma idiota por ter deixado ela, com a minha aliança e uma carta.

Deixei o amor da minha vida, por uma carta! Não tinha coragem de olha-la nos olhos e precisei fazer isso.

"Prezados passageiros, aqui é o comandante Luca Castro falando. Gostaria de lembrá-los que estamos prestes a decolar. Peço que todos estejam em seus assentos, com os cintos de segurança devidamente ajustados e as mesinhas na posição vertical. Por favor, desliguem todos os aparelhos eletrônicos e aguardem as instruções da nossa equipe de comissários de bordo. Desejamos uma excelente viagem a todos. Obrigado pela compreensão"

Escuto o piloto falando, eu teria que desligar o celular, mas sinceramente eu não queria, não mesmo.

Os comissários andavam de um lado para o outro, entregando água e comidas e outras coisas que os passageiros pediam.

- Boa tarde, jovem, me chamo Caroline, tudo bem? Você aceita alguma coisa para beber? – Uma comissária pergunta, gentilmente.

- Ah muito obrigada, mas agora não, talvez mais tarde. – Agradeço e nego, seria uma viagem longa eu sei, mas eu não queria nada por agora.

- Deseja o que para mais tarde? Posso deixar separado, a viagem vai ser longa e você parece está nervosa. – Ela passa a mão sobre a minha mão, estranho, mas não falo nada apenas dou um sorriso.

- Obrigada pela preocupação, mas é a primeira vez que eu estou viajando de avião, sozinha..., mas eu estou bem! – Recuo a minha mão sobre a mão dela.

- Sério? Você vai gostar! Qualquer coisa pode me mandar uma mensagem! Eu venho aqui trazer alguma coisa para você comer! – Ela pisca, colocando o número do telefone dela dentro da minha mão, logo depois ela sai.

Sério que ela estava dando em cima de mim? Assim, na maior cara de pau?

Meu celular vibra, meu coração dispara. É a Maraisa.

- Senhores e senhoras, passageiros! Por favor desligarem o celular, o avião já vai decolar! – A aeromoça que tinha dado em cima de mim fala, e logo depois que percebe que eu estou encarando o celular, criando coragem de abrir a mensagem da Maraisa, vem até mim.

- Você é muito linda e eu gosto de mulheres que não cumpri as ordens, mas aqui eu tomo bronca gatinha! Desliga o celular, depois você salva meu contato como "Meu amor" – Caroline, a aeromoça, dá em cima de mim, novamente. Agora começo a ficar sem graça.
Confesso que gostei da cantada, mas estava estranhando.

Desligo o celular sem ver a mensagem que a Maraisa tinha me mandado, eu sei, iria me consumir do pior jeito, mas eu iria procurar me acalmar.

- Me desculpa! Acabei desligar – Sorrio para ela, e a mesma sai depois de mandar outra piscada.

Ela está mesmo afim, mas ela tem o que, uns 30 anos? Ela não me parecia velha.

Mas com idade o suficiente para saber que não deve ficar com uma de menor, ela só não ficou sabendo disso ainda.

O avião decola, aquele frio na barriga chega, comecei a ficar nervosa e sentir muita sede, abri a minha bolsa e pego um remédio que me faria dormir em minutos.

Minha Querida Porteira - MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora