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Pov: Maília

Bebendo a 4 taça de vinho, passando das 2h da madrugada, e a minha cabeça só pensava em que passamos toda a vida nos preocupando com o futuro. Fazendo planos para o futuro. Tentando prever o futuro. Como se desvendá-lo fosse aliviar o impacto. Mas o futuro está sempre mudando. O futuro é o lar dos nossos medos mais profundos e das nossas maiores esperanças. Mas uma coisa é certa: quando ele finalmente se revela, o futuro nunca é como imaginamos.

O futuro que eu estava louca para ter, com a Maiara, com o nosso relacionamento, foi embora pelo ralo, escorrendo como se não fosse nada.

Já estava alterada, sentia meu corpo mais leve que o comum, tinha saído do tribunal direto para o apartamento da Luísa, mas a Maraisa começou a brigar com ela, então decidi vir embora, arrumar a minha cama e dormir, mas não conseguia, não conseguia dormir naquela cama, estava arrumada, do mesmo jeito que a Maiara deixou antes de começar a dormir na Luísa.

Não tive coragem de me deitar lá, não sem a Maiara.

Estava no sofá, com a minha aliança, a carta que a Maiara tinha deixado, e um taça de vinho, meu celular sobre a mesinha de centro, esperando qualquer mensagem da Maiara, qualquer uma. Ela não tinha me bloqueado e nem me excluído da sua vida, rede social. Mas não sei se deveria invadir o espaço dela e mandar mensagem, e não sei e devia ficar aqui, esperando-a me mandar qualquer mensagem ou até mesmo uma ligação, é bem provável que ela já sabia que eu tinha sido inocentada, então por que a Maiara continua com raiva de mim?


Uma lagrima desce, quando meu consciente diz para abrir aquela maldita carta.

- Não sei se quero me machucar ainda mais! – Falo, sozinha.

"Abre, vai se sentir melhor"

Obedeço às vozes da minha cabeça, assim que abro vejo aquelas pequenas letras, dava um desespero só de ver, saber que ali ela tinha escrito tudo, tudo que não conseguiu me falar.

"Marília, meu grande amor, minha primeira e única paixão. Não sei como começar isso, essa ida tão segura de mim. Sim, eu sei bem o que estou fazendo da minha vida, estou sabendo que estou te deixando, sem saber se um dia vamos voltar.

Não sei se um dia irei voltar e conseguir me entregar novamente para você! Você quebrou a minha confiança do pior jeito. Você sabia melhor que ninguém, que eu não queria ir e se eu pudesse fugir, me esconder, não sei, qualquer coisa que fosse capaz de me deixar ficar em seus braços, nos seus cuidados, eu faria.

Mas você não pensou duas vezes antes de me mandar para cá, por mais 2 anos! Mesmo sabendo que não estava sendo nada fácil.
Se tivesse me dito antes, falado toda a verdade, eu teria ficado, mas você fez uma decisão sem mim, como se a minha palavra não valesse de nada.

Eu te amo Marília, mas você escolheu que eu ficasse mais tempo fora, e eu espero, do fundo do meu coração, que não se arrependa desta decisão e não me convença a voltar antes. Eu te amo, mas foi você quem escolheu!"

Não consigo terminar de ler, ainda tinha o outro verso, fecho a carta e coloco de canto, dou a última golada.

Me deito naquele sofá, o calor de GO me fazia soar frio, com a ajuda do calor que o vinho também ajudava.
Acabei dormindo, não sei como, mas consegui. Acordei com o meu celular apitando alto, abro a mensagem um pouco sonolenta, é a Maiara, mas será que é ela mesmo mandando mensagem? Como eu quero que responda que sim, por favor! Tudo que eu preciso é que seja ela. Somente ela vai me fazer levantar dessa cama.

Eu digitava tão rápido, Maiara digitava devagar, aos poucos ia mandando as mensagens e meu coração disparava a cada mensagem que ela enviava e cada mensagem que eu mandava e ela visualizava na mesma hora.

Minha Querida Porteira - MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora