Uma vida sem dor!

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Pov: Maiara

Se eu dissesse que meu coração dói tanto que às vezes eu quero arrancá-lo do peito com minhas próprias mãos... eu desmoronaria. E eu não quero desmoronar. Todo mundo quer uma vida sem dor. E o que isso lhe dá? A dor precisa estar em um cartaz em todo lugar para lembrar as pessoas de que ela existe por um motivo.

Marcela, Luiza e Naiara tiraram o dia para me apresentar a cidade, antes de sair, mandei mensagem para a Marília, inventei que não estava conseguindo entrar em contato com a Maraisa, conversamos e... não sei! não foi ruim.

Quando era quase 21h da noite, estamos saído para comer, estava bem frio, Naiara teve que emprestar mais uma blusa dela, Marcela tinha dito que iriamos no shopping hoje, comprar algumas roupas para o inverno que está batendo na nossa porta, mas acabou que não deu tempo, ficamos andando pela cidade, ela me mostrou a escola que eu já estava matriculada e depois ficamos andando pela cidade, conversando, não falei nada da minha vida, não queria que elas soubesse do caos, não antes de me sentir segura com elas.

Quando chegamos no restaurante que a Naiara tinha escolhido a dedo, elas pediram o que comer, enquanto eu encarava o cardápio.

237 em um prato chamado Galettes Bretonnes? Isso é um roubo.

- Querida, você vai ficar com fome? Não pediu nada até agora! – Luiza fala, me perguntando, fazia quase uma hora que eu estava com aquele cardápio e eu ainda não decidi.

- As coisas são caras aqui né, convertendo isso em...

- Carla, por favor não se preocupe! Não terá que gastar nada do seu bolso enquanto estiver aqui. – Marcela fala e logo depois beberica seu vinho de sei lá quantos milhões de anos atrás.

- Entendido, então pode ser esse Galettes Bretonnes! – Falo para elas, elas fazem uma cara, mas não questiona o porquê, Marcela chama o garçom e faz o meu pedido.

- O que você quer beber querida? – Ela pergunta, mas ali só tinha vinho, elas vão me deixar beber vinho mesmo sendo de menor? Claro que a minha mãe nunca deixaria.

Olho desesperada pra Naiara, ela bebericava o vinho da Luíza.

- Qualquer coisa, não tenho frescura para beber. – Dei de ombro e deram risada.

Marcela olha no cardápio e mostra pra Luíza.

- Ela vai gostar desse amor, pede duas garrafas! Vamos beber, comemorar! – Luíza fala, animando!

Meu deus, eu não estou podendo beber, muito menos comemorar, não posso recair, não posso fazer de novo o que fiz hoje a tarde.
Não posso saber mais da Marília, e beber vai ser como reviver tudo que vivi com ela.

- Pourriez-vous s'il vous plaît apporter deux bouteilles de LA VIEILLE FERME ROUGE 2013? – Marcela pede para o garçom, falando muito bem francês

(Por favor, traz duas garrafas do vinho LA VIEILLE FERME ROUGE 2013?)

- Oui madame, combien de tasses? – O garçom fala e eu não entendo nada! Nada mesmo.

(sim senhora, quantas taças?)

- Quatre verres s'il vous plaît ! merci! -  Macela fala e o garçom anota e logo depois sai.

(Quatro taças por gentileza! obrigada!)

Olho surpresa para ela, Marcela falava muito bem em francês.

- Carla eu mesma vou te ensinar a falar em francês! É fácil! Não terá dificuldades nenhuma. – Ela sorri.

Não demora muito nossas comidas chegam, os vinhos vieram em um baldinho cheio de gelo, o mesmo garçom serve a bebida e coloca os pratos em seus devidos lugares.

Minha Querida Porteira - MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora