Namorada

396 62 14
                                    

Pov: Marília

Eu estava indo encontrar a Deolane em um posto de gasolina, como combinado, quando meu mundo virou de cabeça para baixo. Enquanto esperava dentro do carro, com tudo fechado, estacionei o carro dentro do posto onde estava fechado, não tinha ninguém, fui abordada por um homem mascarado, uma arma apontada para mim. O terror gelou minhas veias enquanto ele exigia eu saísse do carro. Minhas mãos tremiam enquanto eu tentava alcançar minha bolsa, meu coração batendo descontroladamente no peito, meu celular começou a tocar, vi de longe que era a Luísa me ligando desesperada.

- Desliga essa merda agora! – Escuto o cara dizendo, mesmo com o vidro fechado – E abre essa droga desse vidro! Antes que eu abra no soco!

Abri, não demorou nem segundos, ele não pediu minha bolsa, meu celular, carteira! Nada!

O medo era palpável no ar, uma sombra escura, mesmo assim eu decidi entregar meus pertences ao assaltante.

- Eu não quero isso! Quero outra coisa!

Mas antes que eu pudesse reagir, perguntar o que ele queria, ele fala.

- Sai do carro! Agora!

Desci e não demorou muito, um barulho ensurdecedor ecoou pela rua.

A dor foi como uma onda, uma explosão de agonia que irrompeu em meu ombro quando a bala perfurou minha carne. Um grito escapou dos meus lábios enquanto eu caía de joelhos, a dor paralisando-me. Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, outro tiro foi disparado, atingindo minha perna e enviando uma nova onda de dor agonizante.
Enquanto eu lutava para manter a consciência, ouvi o som distante de sirenes se aproximando. A polícia estava chegando, mas eu sabia que isso não significava que o perigo havia passado. Porque no fundo do meu coração, eu sabia que Deolane tinha feito isso e poderia estar perto, eu deveria ter escutado a Luísa, ela tinha armado esse assalto.

Enquanto os policiais se aproximavam, minha mente se voltou para Maiara, o amor da minha vida, e meu precioso filho, Leo. Eu me agarrei à imagem deles, à lembrança de seus sorrisos gentis e amorosos. Eles eram minha âncora, minha razão para lutar pela vida, apesar da escuridão que ameaçava me engolir.

Fui levada às pressas para o hospital, a dor ainda latejando em cada fibra do meu ser. Enquanto os médicos corriam para salvar minha vida, eu me agarrei à esperança de um futuro ao lado de Maiara e Leo. Mesmo quando a anestesia começou a me envolver, prometi a mim mesma que sobreviveria.

Acordo com uma grande dor de cabeça, sonolenta e com a visão turva, chamo pela Maiara.

- Maiara...

- Oi! Ai graças a Deus! você acordou! – Escuto a voz dela, me abraçando forte

- Ai! Meu braço... – Reclamo de dor, a lembrança da dor do tiro vem na minha cabeça – O que aconteceu? Cadê o Leo?

Acabo me despertando mais, ao sentir o cheiro do meu filho, mas não escutar a voz dele, ao procurá-lo pelo quarto, vejo ele abraçado com a sua coberta e dormindo.

- Me desculpa, meu Deus como você é doida Marília! – Maiara fala, chateada.

- Eu...eu sei! Eu achei que era verdade, eu queria ver o meu pai, foi questão de minutos...não tive como fugir! – Falo, abraçado a Maiara, sentindo seu coração bater desesperadamente.

- Maiara eu...- Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, a porta se abre com força, é a Luísa e mais dois policiais.

- Que bom que acordou! Vamos depor e vamos dar um jeito de manter a Deolane longe de você! – Luísa fala e a Maiara pula da cama, indo se sentar ao lado do Leo, fazendo carinho em seu cabelo.

- Luísa por favor, eu não quero falar sobre isso, preciso descansar, eu levei dois tiros! – Falo, com a maior dor de cabeça.

- Não lavaria um tiro se tivesse me escutado! Se estivesse ficado em casa, com a porra da sua família! Foi atrás do seu pai, sem saber se ele está mesmo vivo! Essa mulher é maluca Marília, me escuta! – Luísa fala, brava.

Ela tem razão, eu não sei se a Deolane estava me dizendo a verdade, eu não sei o que essa mulher quer comigo, mas desde o momento que ela entrou na minha vida, ela vem me dando alguns prejuízos.

- Eu percebi isso, Luísa! Não precisa gritar e eu não vou depor agora, quero ficar com a minha namorada e meu filho! – Falo, sem pensar.

Olho para a Maiara que está de boca aberta, sem entender nada.

- Namorada? – Ela pergunta, Luísa olha para ela e revira os olhos.

- Precisou mesmo levar dois tiros, quase morrer de hemorragia para perceber isso? inacreditável Marília! – Luísa fala, chateada.

- Senhora, mais rápido você depor, mais rápido as pessoas que fizeram isso vai ser pega, eles levaram alguma coisa? Viu o rosto deles? Ou alguma coisa que podemos identificá-los! – Um dos policiais fala.

- Não quero! Que droga, porque vocês não me deixam em paz! Eu não vi nada, eles não levaram nada! eu não sei! Droga!! Vão atrás da Deolane bezerra e vão saber!! – Grito, e Leo acorda assustado e é acalmado pela Maiara. – Saiam!

Os policiais saíram na mesma hora, Luísa foi atrás e fechou a porta com a maior força do mundo.

Maiara veio até mim, com o Leo no colo.

- Mamãe! Que bom que está bem! Fiquei com sodade! – Leo fala, me abraçando forte.

- Eu sei meu amor, eu estou aqui! Não precisa mais sentir saudade! – Dou um beijo no rosto dele, e abraço meu filho com a maior força do mundo.

Maiara ficou me observando durante um bom tempo, estávamos sozinhas no quarto, Leo foi pra casa com a Luísa e a Maiara ficaria para dormir comigo no hospital.

Mas ela estava agitada, suspirando fundo, como se quisesse falar alguma coisa, ela estava deitada no meu ombro, o ombro que não estava machucado, abraçado ao meu corpo.

- O que você quer falar? – Pergunto, passando a mão sobre a suas costas, vendo-a se arrepiar por inteira.

Maiara suspira fundo e se senta na cama, pegando na minha mão.

- Eu...eu não contava com isso e... comprei a passagem de volta! – Maiara conta, ergo a sobrancelha, desacreditada que ela fez isso.

- Maiara? Por quê? Porra! Você iria embora sem falar comigo?! – Pergunto, sentindo meu sangue subindo, Maiara abaixa a cabeça, arrependida e nega com a cabeça.

- Eu não preciso ir, você está mal! O Leo não tem com quem ficar e eu, eu gostaria de conhecê-lo melhor, você me chamou de namorada e eu gostei disso... – Ela responde, sem ao menor olhar para mim, sabendo que eu a encarava com raiva.

Eu sabia disso, mesmo que o desespero dela tenha ficado tão explicito na hora que falei "minha namorada", ela tinha gostado e eu também! Fazia tanto tempo que não chamava ela assim, foi tão natural que eu nem percebi.

...

Nota da autora: meus amores, perdão o sumiço! Por alguns motivos pessoais não consegui escrever tanto e postar com tanta frequência! Mas aqui está um capítulo para vocês matar essa saudade apertada! Prometo que logo logo eu volto! Principalmente com novidades! Amo vocês!!!

Minha Querida Porteira - MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora