traumas sempre deixam uma cicatriz.

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Pov: Maiara

Uma ligação, no meio da madrugada, me preparando para sair, tinha perdido totalmente o animo quando escutei a voz da Marília, tudo isso para que? Para me fazer me arrepender da minha decisão, e talvez sim, claro que eu me arrependo, como não me arrepender de ter deixado o amor da minha vida?

Eu sei que a Marília está sofrendo, tudo por culpa minha, por eu ser tão covarde assim, não conseguir manter um relacionamento a distância, por 5 anos, por medo de não aguentar a saudade e acabar fazendo mais besteira da minha vida.
Deixei a Marília, sabendo que ela é forte, que vai me superar, e quando eu precisar voltar, ela vai me entender, vai entender por que a deixei assim, sendo a pior pessoa do mundo na vida dela.

Mas doi em mim também, ver que essa superação está demorando tanto para chegar.

Desligo a chamada, puxo a toalha e saio do banheiro, indo diretamente para o quarto onde a Naiara estava me esperando, para me arrumar para a gente sair, iriamos em uma boate, junto com as amigas dela, assim poderia estar mais confortável quando o grande dia, do primeiro dia de aula chegar.

- Quem era, irmã? – Naiara pergunta preocupada, sem entender nada do que estava acontecendo.

- Marília...era a Marília, ela me pediu para voltar, e eu não...não sei! – Começo a entrar em desespero, chorando, com aquele celular na mão, com o arrependimento socando a minha cara de todas as formas.

- Ei! Não chora, Mai! Está tudo bem? Você quer voltar? – Ela pergunta, me abraçando, tentando me acalmar, mas me solto dela e me sento no chão, de toalha e tudo.

- Não! Eu não posso! Não posso voltar para ela, não posso voltar para o brasil...

- Você não quer tentar voltar e conversar com ela? Eu posso pedir para as mamães! – Naiara tenta ajudar, sentando-se ao meu lado.

Seco as minhas lagrimas, com raiva de mim, me levanto, abro o guarda – roupa e um vestido de manga longa, uma meia calça.

- Eu não posso! Isso só vai acabar com nós duas! – Falo, ainda com raiva, raiva de mim! Não dá Marília, ela não tem culpa, eu tenho!

- Então você vai sair, e tentar se sentir menos culpada? – Naiara pergunta, tentando entender.

Afirmo com a cabeça, sem falar nada, me arrumo, passo um batom vermelho, meu perfume recém ganhado.

Antes de ir para a festa, passamos no quarto da Marcela e da Luíza pra nós despedir, pelo que a Naiara estava falando comigo mais cedo, elas não se importam que a gente saia, avisando pra onde e com quem estamos indo, podíamos fazer o que bem nos entendesse, principalmente sobre hora de voltar.

- Mamães, estamos indo! Beijos amo vocês! – Naiara diz, entrando no quarto delas e dando um beijo em cada uma.

- Também amo você filha! – Marcela e Luíza falam, enquanto eu me mantenho fora do quarto encostada na porta.

- Maiara? – Marcela me chama, volto olhando para elas – Está tudo bem, querida?

- Está, preciso aproveitar um pouco! – Falo, dando um sorriso forçado.

- Se cuida ok? Se quiser vir embora mais cedo, me liga e eu vou te buscar! Beijos! – Ela fala, vindo me abraçar.

Confesso que é tanto quanto estranho, sentir esse afeto materno de uma pessoa que me conhece menos de 1 mês, é estranho, mas ao mesmo tempo, me dá um friozinho na barriga muito bom.

- Tem certeza de que quer ir hoje? Podemos remarcar! Somente se você não quiser ir, as meninas vão passar daqui a pouco e...

- Eu quero ir! Relaxa Naiara, eu estou bem! preciso esquecer tudo isso por uma noite! – Outro sorriso falso.

Minha Querida Porteira - MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora