A dívida.

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Uma ardência e marca vermelha foi deixada no rosto do homem com mais de 50 anos, ele foi acertado com um tapa em cheio o fazendo desequilibrar e acabar por cair no chão, mas ao invés de revidar para se defender, o homem derramou-se em lágrimas ficando de joelhos e juntando suas mãos encarando a mulher que lhe olhava com olhar de raiva.

-POR FAVOR! Me dá só mais um ano e vou te pagar tudo o que eu devo!- disse em lágrimas soluçando e berrando, mas isso fazia a mulher se irritar ainda mais, fazendo o cara de joelhos receber outro tapa no rosto.

- Não conseguiu me pagar durante esses 3 anos, e acha que pode me pagar em 1?!, esta me achando algum tipo de idiota? - a mulher levantou uma de suas mãos com alguns aneis de ouro e fez um sinal para os guardas costas atrás de si (que estavam armados), os fazendo começa a caminhar até o homem de joelhos no chão, o que fez ele se apavorar e falar:

- NÃO!, POR FAVOR, eu te pago! Te pago com qualquer coisa, eu tenho uma filha(enteada) para cuidar! - então no momento de desespero ele teve uma ideia e esbravejou - Um trato! Um acordo! Por que não fazemos um acordo?! - ao berrar sua ideia acabou por fazer ambos os guardas pararem se olharem e encararem a mulher, a vendo pensativa

- um acordo?

- sim! Sim isso mesmo, um acordo!

A mulher relaxou sua expressão e ficou em silêncio como se estivesse pensando em algo, então ela fez um sinal de "pare" para seus dois guardas, fazendo eles não apontarem mais para o cara de joelhos o que causou um alívio nele, já que viu quase a dona morte chegando, então se levantou devagar do chão viu a mulher caminhando para sua mesa e se acomodar na grande poltrona preta com detalhes dourados, logo ficando em uma posição reta e rígida com olhar que causava calafrios, tendo logo uma resposta dada junta a uma pergunta:

- Senta-se, e me diga, que tipo de acordo você tem a me propor? - Disse encarando o homem com marcas vermelhas no rosto se sentando a sua frente com tremendera então diz com a voz trêmula, estava mais que claro que o medo e pavor ainda consumia aquele rapaz, porém estava interessada no que ele tinha a lhe dar em forma de acordo, porque acordos com si era uma escolha sem reversão.

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A jovem Rebecca estava em seu quarto desenhando paisagens enquanto cantava baixinho o refrão da música chamada "Give Me Your Forever " que tinha o som escutado pelo seu próprio celular, ela estava relaxada até se ouvir a porta da humilde casa ser aberta bruscamente e um berro de seu pai(padrasto) ser escutado da sala já que havia acabado de entrar

- BECKY!

- JÁ ESTOU INDO! - gritou em resposta pegando seu celular e o desligando, logo correu até a sala, Rebecca usava ainda sua farda da escola uma blusa branca de manga curta junto a uma saia até os joelhos azul, e ao chegar na sala seus olhos arregalaram ao ver a cena que teve.

- PA-PAPAI?! - era assim que ela o chamava já que ele a criou desde que nasceu, ela gritou e correu até ele que estava caido no sofá, seu rosto estava vermelho e com marcas de machucado, seus braços com hematomas roxos - o que aconteceu? - segurou no braço do homem que tentava se sentar e o ajudou fazendo ele ficar sentado e então ele encara sua "filha" com expressão triste - quem fez isso com você? Vou buscar a caixa de pronto socorro, calma papai!

- Becky minha filha , tenho que te contar uma coisa mas prometa não se chatear fiz isso pelo seu bem.

A menina não estava entendendo nada mas prometeu mesmo assim, estava tão sensível por conta da cena que estava tendo do seu "pai" que aceitava tudo por ele naquela hora, e então ele soltou uma explicação maluca que devia um dinheiro para uma "patroa" que lhe emprestava para dar as coisas para a Becky, levá-la nos lugares de passeios lhe pagar roupas, comidas, e para pagar as contas, com isso fez com que a garotinha se sentisse culpada que por seus caprichos fez seu "pai" se endividar tanto.
Mas essa não era a maior, a maior mesmo foi quando o homem disse que fez um acordo com a tal "patroa" que seria ter pagado toda sua dívida e tirado todos os riscos que tinha na vida, não com dinheiro, mas sim com si mesma, ela não entendeu e até achou que fosse mentira, mas ao ver que não era se derramou em lágrimas, seu "pai" tinha nada menos que a arrumado para um casamento! Como um tipo de acordo para pagar todas as dívidas, a garotinha de apenas 17 anos foi "vendida" para uma mulher de família que nem tinha intimidade mas sabia que era perigosa e muito poderosa.

- como assim papai?! Você... você me trocou como se eu fosse... - se derramou em lágrimas e tentava falar mas estava soluçando, a impedindo de dizer.

- claro que não minha filha! Isso é pro seu próprio bem... Lá você vai poder ter do bom e do melhor, os melhores estudos... Entenda por favor, é pra te dar um bom futuro. - o homem disse com voz trêmula e então recebeu um abraço da garota que chorava e dizia que estava tudo bem e que o desculpava, mas enquanto ele a abraçava, deu um leve sorrisinho cheio de pura maldade e sem remorso, mas quando o abraço acabou seu sorriso sumiu e voltou para uma expressão de pobre coitado.

- vou pegar a caixa de primeiros socorros lá em cima, eu já volto - A menina se levantou e mesmo chorando foi caminhando devagar até as escadas para o andar de cima onde ficava a caixa de primeiros socorros.

Quanta maldade aquele homem tinha ao ponto de fazer aquilo com uma menina que só queria realmente o bem para ele, quanta maldade ele tinha para fazer de tudo por um mínimo de riqueza e que maldade ele tinha para por uma menina tão delicada nas mãos brutas de uma mafiosa.

 Minha dama.                                                   Freenbecky Onde histórias criam vida. Descubra agora