Mesmo de olhos fechados, o sinto se aproximar. Seu perfume — agora misturado com o doce do melado — e a forma como só dele chegar perto demais meu corpo por inteiro entra em um estado de alerta disparando arrepios; o entrega. Sebastian se coloca estrategicamente atrás de mim e não abro os olhos quando sinto seus toques em cada lado das minhas cinturas, sequer os abro quando ele puxa — pouquíssima coisa — meu corpo pra trás, na intenção de resumir o espaço ali presente a quase nada. Nessa nova aproximação; Sebastian me convida a senti-lo em vários pontos que estão reagindo a mim. Não abro os olhos e não paro de movimentar meu quadril, porque sei que se fizer uma dessas coisas; voltaremos a história do querer e o não dever. Porque eu quero Sebastian, droga quero mesmo cada pedacinho tatuado seu, mas não deveria.
— Pensei que tinha se perdido — seu sussurro rouco muito próximo a minha orelha consegue com facilidade fazer com que a música do lugar se torne apenas um som qualquer em segundo plano.
— Estou aqui — o respondo abrindo os olhos e começo a mexer meu quadril de forma mais lenta, sem me importar de estar me esfregando em si, como sei que nunca faria se estivesse um pouquinho mais sóbria.
— Não sabia que você dançava, amor — no instante que escuto o apelido deixar seus lábios; respiro fundo, enquanto suas mãos que antes estavam fixas em cada lado da minha cintura; escorregam até se encontrarem o meio da minha barriga, deixando uma trilha de brasas quentes como se ele estivesse me tocando por debaixo do vestido.
— Me diga uma coisa que sabe sobre mim, amor — o respondo pronunciando o mesmo apelido e me arrependo no mesmo segundo por senti-lo sorrir contra minha orelha.
— Sei que gosta de ler — sinto seus dentes mordiscarem o nódulo da minha orelha e por não estar esperando por isso luto para esse seu simples gesto não fazer meu corpo inteiro desmoronar.
— Óbvio demais, Carter — não que nesse momento realmente quisesse escutá-lo falando coisas sobre mim, na verdade, a última coisa que quero nesse momento é conversar, porém uma pequena curiosidade sobre como Sebastian me vê, me atiça mais do que eu gostaria.
— Que seu gato se chamava mister Cookies — ele continua e não preciso olhá-lo para saber que Sebastian está sorrindo, sua voz o delata, enquanto suas mãos sobem um pouco mais e seus polegares começam um ir e vir numa carícia simples demais, convidativa demais, brincando entre o fim do decote do vestido e a pele exposta do meu seio — Que você gosta de Jelly Beans e que fica indescritível nesse vestido.
— Tente descrever o indescritível — peço sentindo cada pequena descarga elétrica que o toque gelado do seu polegar consegue produzir sempre que ora acariciar a minha pele exposta pelo decote, ora risca o tecido que está brincando entre; o ser a barreira sã disso que estamos fazendo e a droga da barreira que está impedindo ele de continuar seja lá isso que está fazendo.
— Não sou bom com palavras, amor — por um segundo o apelido, somado a forma como seus lábios raspam propositalmente na minha orelha me faz voltar a fechar os olhos — O meu forte é o toque — assim que pronuncia sua última palavra; meu colega de quarto arrisca em subir ainda mais seus dedos, traçando uma linha imaginária até chegar no meu queixo, o levantando, até minha nuca encostar no seu tórax em um tipo de contorcionismo estranho e sexy, onde agora consigo vê-lo, porém de um outro ângulo.
— Sei que você está mentindo, Carter — sussurro — Já vi pessoalmente o quanto você é "bom" com palavras e promessas.
— É o que pensa? — seus dedos descem do meu queixo, em carícias cheias de promessas para o meu pescoço e me fazem engolir no seco, por saber que não deveria reconhecer, nem aceitar nenhuma delas.
— É o que sei.
— Você é boa exemplo, boa até demais para mim, boa para tentar me manter longe, mas não boa o suficiente para me impedir desde o momento em que te vi dentro desse vestido; imaginar coisas — Sebastian pressiona com um pouco mais de força seus dedos ao redor do meu pescoço, fazendo meu corpo inteiro sentir um prazer novo nessa dificuldade em bombear oxigênio — E por mais deliciosa que você esteja nesse vestido; ainda não consegui decidir se quero te ver dentro, ou fora dele — seus lábios roçando na minha orelha, conseguem elevar a minha dificuldade em simplesmente respirar — Esquece, acabei de decidir; segunda opção — meu colega de quarto afrouxa seu aperto no meu pescoço e desce suas mãos até elas estarem moldando e apertando meus seios sem vergonha alguma, como se fossem propriedade sua e não tivesse mais ninguém mais nesse salão além da gente.
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Em Cada Traço
RomanceQuincie Wyne não vê a hora de terminar a sua faculdade em odontologia, por um único motivo; voltar a ler e estudar sem a presença do seu detestável colega de quarto, qual sua única missão consiste em tirar o sono, a paz e a tranquilidade dela, atend...