Capítulo 17

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Abdiel narrando

Criamos o Vlog, o nome não poderia ser outro se não Remember.
Criamos uma senha que juntava os nossos nomes: Abdielli.
Os dois celulares tinham acesso ao vlog, carregamos algumas fotos e vídeos, do celular dela e do meu.

- Já estou até vendo, vamos ter muitas lembranças. E se você arrumar uma namorada ciumenta e obriga-lo apagar o vlog? - Ela me olhava esperando minha resposta. Namorada? Quem disse que eu queria namorar? Sorri.

- Pode ficar tranquila quanto a isso, não quero namorar nem tão cedo. E ela não vai precisar saber do nosso Vlog, pode ser nosso segredinho. E se for você? E se você arrumar um namorado? - Falar aquilo me deu um certo ciúme. Ellie namorando?

- Não quero namorar também, tenho muito o que estudar ainda. Nem sei se um dia conhecerei alguém que goste de mim, mas também não estou preocupada com isso. Penso em estudar, e ter um bom emprego para cuidar da minha mãe.

- Sua mãe tem quantos anos? - Mudei logo de assunto. Esse assunto de namoro me deixou desconfortável.

- Já tem 50 anos, você acredita? Ela me teve muito tarde, estou com 17 anos. Até eu me formar na faculdade ela vai estar com uns 56 anos.

- Você quer fazer faculdade de quê?

- Ainda não sei. Eu acho que vou fazer nutrição, só por causa de você.

- Por minha causa? Vou até filmar isso, caso você não cumpra  o que está me prometendo. - Comecei a filmar. - Então, você vai fazer faculdade de nutrição por minha causa? No caso, você vai cozinhar para mim também.

-Sim. Para eu cuidar da sua dieta, quando você se tornar um jogador de futebol famoso. Eu cozinho também, pode deixar.

- Ah é? Então você vai ser minha nutricionista particular? E cozinheira também?

- Sim eu vou. Ai de você se arrumar outra pessoa.

- Prometo que vou manter você ao meu lado. Você vai ser minha nutricionista particular, pode deixar que o emprego é seu. - Sorri para ela.

- Muito obrigada. - Ela sorriu.

O medicamento acabou e tivemos que aguardar mais meia hora, para ver como o organismo reagiria aos medicamentos.
Após aguardarmos, fomos liberados.
Levei Ellie até a moto, em uma cadeira de rodas. A ajudei a subir e a levei para casa.
A ajudei a descer da moto e a peguei no colo, para mim é fácil pegar alguém no colo, muito treino. Entrei com ela no colo e a sentei no sofá da sua sala.

- Fica aqui que eu vou comprar os medicamentos. Aproveita para ligar para sua mãe, como ela ainda não te ligou? Será que Ian não falou nada com ela?

- É bem a cara dele. Mas não precisa se preocupar, eu peço os remédios pelo telefone.

- E quem vai atender a porta quando eles chegarem? Pode esquecendo. Eu vou lá comprar, já volto. Vou levar a chave para abrir o portão. - Sai em direção a farmácia, tinha uma próxima a casa de Ellie. Aproveitei para comprar duas muletas, sei que ela não vai sossegar sentada, pelo menos vai ter no que se apoiar.
Voltei o mais rápido que pude.

- Já voltou? Você foi rápido.

- Sim. Me dê seu celular, vou colocar os alarmes com os horários dos medicamentos. Olha aqui o que eu trouxe, muleta rosa.

- Vou filmar isso. Você pensa muito a frente, né?

- Pelo o pouco que eu te conheço, você não vai sossegar sentada. Então comprei uma terceira perna. - Aproveitei que ela estava filmando e comecei a dançar valsa com as muletas.

- Não conhecia esse seu lado dançarino.

- Eu tenho muitos lados que você não conhece. Jogo golfe, tênis, basquete, faço karatê, natação, boxer, entre outras coisas.

- Como você acha tempo para tudo isso? Ainda tem tempo para dançar? - Ela deu uma gargalhada.

- Para você ver. Agora tenho que arrumar um tempo para cuidar de uma amiga.

- Pois é! Por isso não quero te dar trabalho, não quero ser um peso.

- É um prazer fazer algo por alguém, que não seja por mim mesmo. Ai de você se me proibir. - Sorrirmos.

- Liguei para minha mãe, contei para ela o que aconteceu. Você acredita que Ian não falou nada para ela?

- Bem a cara daquele almofadinha. Esse vai aprender da maneira mais difícil, a vida vai ensinar.

- Verdade. Ela só virá amanhã. Vou ter que ficar aqui de molho.

- Eu te faço companhia, se não for incomodo, é claro.

- Se você me ajudar, eu faço almoço para nós dois. O que acha?

- Você tem que manter o repouso, se me ensinar eu faço.

- Então está bem. Vou filmar você cozinhando. Vou ter mostrar onde estão as coisas.

- Mostra daqui mesmo. - Ela estava sentada no sofá, puxei uma cadeira e coloquei uma almofada em cima. Levantei sua perna com gesso e coloquei em cima da almofada.

- Obrigada por tudo, Abdiel. - Seus olhos brilharam.

- Isso tudo é por minha causa, se eu não tivesse deixado você sozinha... -  Minha voz falhou. Só de pensar me dá raiva de mim mesmo.

- Para com isso. Eu que puxei meu braço forte demais, acabei caindo.

- Deixa Ian comigo, aquele covarde.

- Vamos parar de pensar em coisas ruins? Ele vai se machucar sozinho, não vai precisar de ninguém.

- Sim, vou fazer nosso almoço. Me fale onde estão as coisas. - Ellie falou onde estavam as coisas e eu fui pegando. Na hora de fazer a comida, ela me ensinou como fazia. Me filmava de longe.

- O cheiro está maravilhoso. - Ela falou, enquanto eu colocava nossa comida no prato.

- Bom apetite. - Dei o prato na mão dela e fiquei esperando sua reação.

- Isso está muito bom. - Ela falou ao comer o macarrão com carne moída.

- Sério? - Dei uma garfada. - Hum, até que não está tão ruim.

- Você já pode cozinhar para mim.

- Para, você vai ficar doente comendo minhas comidas. - Gargalhei.

- Até parece. Vou comer tudo e quero mais. - Me referi ao macarrão.

- Vai me convencer que a comida está realmente boa. Você tem um gosto peculiar.

- Eu sei valorizar quando as coisas são feitas com amor e dedicação. Essa é uma delas.

- Obrigado Ellie. - Sorri. - Agora come, você está tomando antibiótico, não pode ficar com o estômago vazio.

- Está bem.

Ela comeu a refeição, logo levei as louças e a ajudei ir para seu quarto.
Não a ajudei trocar de roupa, não poderia fazer isso por ela, mas deixei as coisas próximo a ela.
Ellie deitou na cama e eu a cobri.

- Tenho que ir, marcaram um treino para essa tarde, mas estarei com meu celular, não hesite em me ligar.

- Está bem. Obrigada.

- Fica bem. Posso levar a chave do portão? - Perguntei

- Pode sim. - Ela respondeu.

- Então tá. Tenta descansar, até daqui a pouco.

- Abdiel. - Ellie segurou meu braço. - Obrigada! Você pode se abaixar um pouco.

- Claro. - Abaixei. Levei um susto com a espontaneidade de Ellie.

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