Capítulo 30

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Abdiel narrando

Ser cuidado por Ellie é tão bom. Me sinto acolhido e amado. Enquanto Ellie comia e falava algumas coisas, eu estava parado a observando.
Bendita hora que voltei para essa escola. Só conseguia observar o quanto ela é linda.

- Você está me ouvindo? - Ela apoiou o queixo na mão e sorriu para mim.

- É para falar a verdade ou é para mentir?

- A verdade. - Ela levantou as sobrancelhas.

- Não ouvi nenhuma palavra. Estou hipnotizado olhando você.

- Para de bobeira. - Ela sorriu sem graça.

- É sério. Estou aqui te admirando e pensando no quanto sou sortudo. Obrigado por cuidar de mim, obrigado por fazer desse dia o mais feliz da minha vida. Eu nunca tive um aniversário com bolo, docinhos e salgadinhos. Pode parecer bobeira, mas eu sempre desejei isso.

- As vezes precisamos de poucas coisas para sermos felizes. Tem gente que não valoriza isso.

- Pois é. Obrigado por realizar meus sonhos. - Estiquei a mão em sua direção e ela segurou. - Deixa eu te dar o mundo? Para onde você quer viajar? Qual culinária você quer conhecer? Eu quero te dar tudo o que você quiser. - Levantei e sentei do seu lado.

- Tudo o que eu quiser? Então me dê você. Você é o suficiente. - Passei a mão em seu rosto.

- O que eu tenho que fazer, para mostrar que eu sou seu? Vou tatuar seu nome, o que acha?

- Você é doido? E se você se arrepender depois? Não faz isso.

- Então vou fazer algo que lembre você.

- Então vou fazer uma também, já sei até o que vou fazer. - Ela sorriu.

- O que você vai tatuar?

- Uma chuteira e uma bola de futebol. Quando você ficar bem famoso, vou lembrar que sempre acreditei em você.

- Vou tatuar uma prancheta e uma maçã. Você vai ser a melhor nutricionista do mundo.

- Vou por seu nome. Vou ser sua fã número um.

- Ah, isso não vale. Eu não posso por o seu, mas você pode por o meu? Então vou por o seu também.

- Você é quem sabe, só não vale se arrepender depois.

- Eu nunca me arrependo das minhas escolhas. - Dei um selinho nela.

- Vamos fazer hoje? - Ela falou empolgada.

- Hoje? Está decidida mesmo, né? Então vamos. Conhece algum lugar?

- Não. Mas podemos pesquisar. - Ela sorriu.

- Então depois do almoço, vamos procurar na internet. - Almoçamos bem lentamente, pois eu não parava de admirar Ellie e muito menos ela a mim. Lavei as louças e a ajudei sentar no sofá.

- Abdiel, vou voltar para a escola na segunda-feira.

- O quê? Por quê? Você ainda está debilitada.

- Tenho que estudar, não posso perder essa bolsa.

- Eu já te falei que você não vai perder essa bolsa, confia em mim.

- Ian é traiçoeiro. Nem minha mãe ele quis liberar para ficar comigo, nem perguntar como estou ele perguntou. Você não acha que se ele se sentir ameaçado, ele não vai fazer de tudo para eu perder a bolsa?

- Só de falar nesse nome me dá náusea. Olha aqui para mim, preste bastante atenção, ok? Ian não pode fazer nada contra você, no que diz respeito a escola, nem se ele nascesse novamente.

- Mas o pai dele é um dos investidores ou amigo do dono, sei lá. - Ela abaixou os olhos. Não consigo ver Ellie insegura ou triste, daí a impulsividade aflora.

- E meu pai é dono da escola. - Pronto, falei.

- O quê? - Ela levantou aqueles lindos olhos e me olhou.

- Era para manter segredo, mas eu não consigo ver você sofrendo e se sentindo insegurança. - Passei a mão em seu rosto.

- É sério isso? Seu pai é o dono mesmo? Se bem que eu pesquisei sobre a escola e tinha só o sobrenome, Min Kyu, isso é coreano. Esse é seu pai então.

- Sim. Kim Min Kyu.

- Estou sem palavras. - Ela sorriu. - E Ian se achando o cara.

- Eu vou te proteger, já falei. Ninguém mexe com a minha namorada.

- Você pode me abraçar?

- Só se for agora. - Apoiei as costas no braço do sofá, passei uma perna por detrás de Ellie e a outra ficou pendurada. A puxei e a deitei no meu peitoral, a envolvi em meus braços.

- Obrigada por ser meu anjo da guarda.

- Você que acha que eu sou o seu. Você não sabe o que você fez dentro de mim. - Apoiei meu queixo em sua cabeça e respirei fundo. - Obrigado por me ensinar tanto, obrigado por tanto cuidado e dedicação. Se alguém um dia me perguntasse se eu já sentir amor de uma pessoa por mim, seu nome seria o primeiro em minha mente. Sei que meus pais me amam, mas não me dão tanta importância quando você me dá. Eles parecem cumprir um protocolo, eu não pedi para nascer, eles me dão o que eu preciso, alguns presentes e está tudo bem. Esquecem que eu preciso da presença deles. Sei que trabalham para me dar o melhor, mas o melhor nem sempre pode ser comprado. Com você já é diferente, você faz questão de estar comigo, era para você está de repouso. Daí você aparece aqui, cheia de bolsas. Com bolo, docinho, salgadinho, balões, comida...

- Eu sei que você faria o mesmo por mim. Eu não posso te dar o mundo, assim como você quer me dar, mas o que estiver ao meu alcance, farei por você.

- Você já me deu o mundo Ellie. - Ela levantou a cabeça para me olhar.

- Como assim? - Tinha uma interrogação no seu olhar.

- Você não reparou isso? Você é meu mundo agora. Tudo o que eu preciso está em você.

- Abdiel, não faz isso. - A lágrima escorreu em seu rosto. - Eu vou ficar mais apegada do que já estou. - Ela passou a mão no meu rosto.

- Pode ficar apegada, eu vou casar com você. Eu te amo Ellie. - Seus olhos se arregalaram. - Não me envergonho de dizer isso, eu pensei que nunca sentiria isso. É estranho até para mim.

- Eu amo você também. Tinha medo de confessar em voz alta. - Meu coração parecia até ter  errado a batida.

- Olha aqui, você está me deixando de quatro. Isso não é justo, o bad boy sou eu. - A puxei e tomei seus lábios.

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