Remember

Capítulo 29

Abdiel narrando

A deitei no sofá e deitei do lado, coloquei uma almofada para ela apoiar o pé.
Estávamos deitados de barriga para cima, entrelacei nossos dedos e levantei nossas mãos para olhar como ficava.

- Vamos contar quando, para sua mãe?

- É sério? - Ela virou um pouco a cabeça para me olhar.

- Ué, você é minha namorada, não é? E foi ela que deu a idéia. Nem estava pensando nisso. - Sorri.

- Pode ser hoje, ela está em casa. Ia te levar lá mais tarde, para ela te dar seus parabéns.

- Podemos estrear o carro, o que acha? Meus pais queriam que eu fosse de carro ontem, para o evento . Como eu já sabia, tinha algo por trás, o motivo era levar Anne para sair depois do baile.

- Essa Anne de novo. - Ela fechou os olhos, cruzou os braços e fez um bico.

- Você fica mais linda ainda quando está com ciúmes. - A enchi de beijos no rosto e por fim beijei seus lábios.

- Mas você estava de moto ontem? Você veio em casa primeiro?

- Não. - Sorri. - Fui de moto e sem capacete reserva, até porque aquele capacete é seu. Teria que te pedir permissão, mas não consegui falar com você.

- Então você queria levar o capacete, para Anne andar agarrada em você? - Ela me fuzilou com os olhos.

- Eu não sairia com Anne de jeito nenhum.  Minha princesa, por isso eu fui de moto. Só tinha minha moto lá, ninguém vai de moto para esses eventos, ela não iria amassar os cabelos colocando capacete. Se por acaso tivesse um para ela.

- Vamos parar de falar dessa criatura, afinal, ela é linda.

- Você acha? É sério? Deus me livre! - Anne não era feia, mas também não era linda. Ellie dá de mil a zero nela.

- Hum. - Ela fechou os olhos novamente.

- Não faz isso, deixa eu filmar para deixar bem claro que eu só quero você. E para registrar sua primeira crise de ciúmes. - Ela sorriu. - Aqui, essa é a sua cara de brava. - Filmei de perto. Sorrimos juntos. - Está com ciúmes de Anne, sendo que eu já deixei bem claro para as duas que eu tenho namorada. Eu sou louco por ela, farei tudo o que for preciso para ficar com você. Me beija? Quero deixar registrado aqui nosso primeiro dia de namoro. - Ela se virou de frente para mim e tomou meus lábios. Havia um pequeno desespero ali, aquele beijo foi diferente. - Ei, o que houve? - Falei quando paramos de nos beijar. Estávamos olhando um no olho do outro.

- Tenho medo de te perder.  - Uma lágrima rolou no seu rosto.

- Ah, não faz isso. Sabe como me dói ter ver triste? - Deixei o celular na mesinha, só esqueci de apertar para parar de filmar. - Vem aqui. - Coloquei um braço embaixo de sua cabeça e a puxei para mais perto. - Eu só quero você. Está me escutando? Ainda que me desse amnésia, assim como o cara do livro, eu lembraria de você rapidinho. O que eu sinto por você não é um namoro de escola, é algo para a vida. Se um dia você não me quiser mais ou eu não puder te ter, vou ficar solteiro o resto da vida. - Ela enfiou o rosto no meu pescoço. - Nunca mais tenha esse medo, eu só te deixo se você não me quiser mais. Mas saiba que ainda assim eu vou sofrer, pois vai ser contra a minha vontade.

- Me beija? - Ela levantou um pouco a cabeça para falar comigo.

- Claro que beijo, sou louco por seus lábios. Já viciei no primeiro contato. - Minha boca estava encostada na dela. Tomei seus lábios com amor, nesse beijo tinha proteção e conforto. - Eu sou seu, ouviu?

- Ouvi. Tenho que me acostumar, daqui a pouco você se tornará famoso, quem não vai querer agarrar você para tirar fotos? - Ela sorriu.

- Ah, então é ciúmes? Já vou contratar um segurança, para ninguém tirar fotos grudados em mim. Não gosto de contato físico, só da minha namorada.

- Temos que tirar uma foto abraçados. Isso foi um grande passo, você me deixar te abraçar. Seu corpo é tão atlético.

- Quer por a mão? Olha aqui meu abdômen. - Levantei a blusa para me exibir. Ela tapou os olhos com as mãos e gargalhou. - Põe a mão. - Peguei a mão dela e passei no meu abdômen.

- Isso é duro e tem muitos gominhos.

- Muitas horas de treino.

- Dá até para contar quanto gominhos tem. - Ela começou a contar. Eu olhava para ela, com a tal cara de bobo.

- Ellie, fica comigo para sempre? Promete? - Meus olhos procuravam os dela.

- Claro que fico, depois que eu me formar, vamos nos casar e vamos ter muitos filhos. Eu não tenho quase ninguém, você também não. Então temos que ter muitos filhos para termos muitos netos. Além do mais, é ruim ser filho único.

- Com certeza é. Então está combinado, vamos nos casar daqui há cinco ou seis anos? Está muito longe. - Fiz um biquinho.

- Por enquanto vamos escolhendo nossa casa, o nome das crianças... - Ela sorriu.

- Acho justo.

A envolvi nos meus braços e ficamos assim. Acabamos adormecendo. Eu estava mega cansado da festa e por não conseguir dormir. Pois fiquei esperando meus pais.

Já era hora do almoço, deixei Ellie sentada no sofá e fui nos servir, não é que ela tinha preparado tudo?

- Espero que você goste. É uma comida bem simples.

- Claro que vou gostar, você quem preparou. - Abri a marmita e lá estava: arroz, feijão, peito de frango grelhado e purê de batatas. Em outro recipiente tinha salada verde com acelga. Nossa, quanto tempo não como uma comida assim. - O cheiro está ótimo, estou até salivando. Que horas você acordou para fazer isso?

- Bem cedinho. Você merece cada esforço. - Ela sorriu com aquele jeito meigo.

- Você fica falando essas coisas, eu fico todo derretido. - Sorri e pisquei os olhos para ela.

- Você é tão fofo. Nem parece ser de verdade, uma perfeição.

- É? Você acha? - Falei manhoso e me aproximei dela dando um selinho naqueles lábios carnudos. - Vem, vou te ajudar a sentar na cadeira, eu nos sirvo. - Ela apoiou em meu ombro e eu a segurei pela cintura. Fomos andando sem a ajuda das muletas. Nos servi e ela ficou me olhando, esperando eu provar a comida.

- Experimenta e me diz o que achou. - Levantei a marmita para cheirar, o cheiro estava divino. Dei uma pequena garfada na comida, coloquei na boca e degustei lentamente.

- Isso está maravilhoso. Deixa eu experimentar o frango e a salada. - Cara, que comida boa. - Falei até de boca cheia.