Capítulo 45

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Abdiel narrando

A chuva chiou e decidimos ir para o hospital.
A mãe de Ellie ainda estava em coma induzido, teríamos que esperar 48 horas de cirurgia.
Deixei Ellie no hospital e fui no shopping, ficava bem próximo ao hospital.
Eu estava morrendo de medo da mãe dela morrer e sentir que vai deixar Ellie sozinha.
Sei que temos apenas 3 meses de namoro, mas eu estava decidido a me casar com ela, eu a amo e não quero que ela sinta como se não tivesse mais ninguém.
Levei um anel de Ellie comigo, para usar de modelo. Comprei nossas alianças de compromisso.
Quando senhora Helena estiver bem, vou pedir a mão de Ellie em noivado para ela. Antes tenho que ver se Ellie aceita.

Voltei para o hospital e Ellie estava sentada, olhando para fora.

- O que é esse rostinho triste? - Passei a mão no rosto dela.

- Estou pensando na minha mãe, ela pode ficar com sequelas. E se ele quiser descansar antes do tempo. - Uma lágrima escorreu em seu rosto. - Estou com medo, Abdiel. - Vê-la daquele jeito parte meu coração. - Eu vou ficar sozinha. Acho que não tinha parado para pensar nisso.

- Ei, você não vai ficar sozinha. E eu? - Limpei o rosto dela.

- Nós somos tão jovens. - As lágrimas rolavam enquanto ela falava. - Eu não quero que você se sinta na obrigação de ficar comigo, só porque fez uma promessa.

- Ellie, do que você está falando? - Meu coração entrou em desespero.

- Não quero ser um fardo para você, por causa de uma promessa. Somos jovens, você tem muita coisa para viver e conhecer. Não tem que abrir não de tudo por mim.

- Olha aqui, você está deixando o medo tomar conta de você? Realmente eu tenho muita coisa para viver, tenho um mundo pela frente me esperando para ser explorado. Mas eu só quero se for com você. Está me escutando? Só tem graça se for com você.

- Abdiel. - Coloquei o dedo na boca dela, a impedindo de falar.

- Me escuta, tá bom? Eu não fui obrigado a concordar com nada, se eu concordei foi porque eu quis. Eu quero você como nunca quis algo, nem ninguém. Você não enxerga que estou disposto a abrir mão até dos meus sonhos para ficar com você? E sabe o por que disso? Porque você é o meu maior sonho. Eu não quero ter que viver sem ter você ao meu lado. Então você nunca mais diga que não quer ser um fardo para mim, pois você é a coisa de mais especial que eu tenho na vida. - As lágrimas escorreram em meu rosto.

- Desculpe, meu amor.  Só estou morrendo de medo de ficar sozinha. E se você me abandonar no futuro?

- Eu não sou seu pai, Ellie. Você não pode levar esse medo para outros relacionamentos. Eu estou aqui te dizendo que eu preciso mais de você, mais do que você precisa de mim. Não faz isso comigo, se eu não tiver você eu sei lá o que pode acontecer comigo. O meu amor está pouco para você? Você ainda não acredita nele?

- Desculpe. Desculpe. - Ela levantou e me abraçou. - Eu estou com muito medo. Me desculpe. - Ela enfiou o rosto no meu tórax e se permitiu chorar alto.

- Eu te entendo. Não precisa se desculpar. Só não duvide do que eu sinto por você. Se você me deixar, eu morro.

- Pare de falar isso. Ninguém vai morrer, eu não vou te deixar. - Ela chorava. - Você acha que sou doida de abrir mão de um partidão como você? Você é meu e eu sou muito ciumenta.

- Você é ciumenta? É sério? Sempre quis uma mulher ciumenta, daquelas surtadas mesmo. - Sorri para ela.

- É sério isso? Posso treinar para ficar assim. - Isso a fez sorrir.

- Faça isso, por favor.

- Você não é normal. - Ela gargalhou. - Não preciso ser assim, eu sei que você só tem olhos para mim.

- Ainda bem que você sabe. - Passei a mão em seu rosto.

- Você não precisa de uma surtada, você já é um bad boy. Eu teria medo de me aproximar de você. Só tive coragem, porque foi você quem falou comigo primeiro.

- Eu não resisti ao seu charme.

- Você é bobo. Estava só com pena do meu sofrimento com Ian.

- Isso foi apenas uma desculpa. Está até nascendo uma gratidão aqui, por Ian.

- Ah é? - Ela colocou as mãos na cintura.

- Claro. Pense comigo, se sua mãe não trabalhasse para ele, com certeza você não estaria estudando lá na escola. Se ele não te perturbasse tanto, não teria me chamado tanto a atenção.

- É, por um lado você tem razão. - Sorrimos.

- Vamos sair hoje? Quero te levar à praia. Vamos ver o pôr do sol e sentir a maresia. Você me acompanha? - Dei o braço para ela segurar.

- Claro que sim. - Ela entrelaçou o braço no meu. - Não tem o que fazer por aqui. O jeito é esperar.

- Então vamos distrair a mente. - Saímos em direção ao carro. Passamos  em casa para pegar algumas coisas e seguimos para a praia.
Sentamos para ver o pôr do sol, Ellie tinha levado sorvete. Ficamos ali sentados, comendo sorvete.

- Está gostando? - Ela sorriu com os olhos.

- Estou sim. Você pode me filmar rapidinho? - Perguntei. - Quero fazer uma coisa. - Levantei e peguei a caixinha com as alianças no bolso de trás da minha calça. Permaneci com as mãos para trás.

- Filmo sim. Pera aí... - Ela pegou o celular. - 3,2,1 ação.

- Oi, estamos aqui assistindo esse pôr do sol maravilhoso e comendo sorvete. Estou aqui com a mulher da minha vida. Sei que ainda estamos jovens demais para assumir algumas responsabilidades, mas sempre fui uma pessoa que tem certeza do que quer. Sei bem escolher o que quero, e por isso estou aqui. Tenho certeza da minha escolha e nunca vou me arrepender dela. Estou aqui, Ellie, te pedindo para casar comigo. Você aceitar ser minha noiva e se casar comigo após concluir a sua faculdade?

- Abdiel... - Ela estava boquiaberta.

- Eu quero ser seu noivo e te mostrar todos os dias que você é a minha melhor escolha. Não por causa de uma promessa e sim por uma necessidade. Eu necessito ter você na minha vida. Eu necessito de você para ser feliz. Você aceita?

- Você tem dúvidas ainda? É claro que eu aceito. - Abaixei na frente dela e peguei sua mão para colocar a aliança. Logo em seguida dei a aliança em sua mão e estendi a minha mão, para ela colocar a minha.

- Te amo. - Falei.

- Eu que te amo. - Ela grudou no meu pescoço nos fazendo cair na areia. - Você é minha alegria.

- E você a minha. - Tomei  seus lábios.

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