Capítulo 76

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Abdiel narrando

No outro dia fomos para casa.
Ellie tem cuidado o dobro de mim, é engraçado vê -la se dedicar tanto. Mas eu entendo perfeitamente o que é você encontrar alguém que achou ter perdido.
Ellie me mostrou os vídeos suspeitos de Dereck, encaminhei para um advogado.
Foi comprovado que ele pagou o jogador para fazer aquilo comigo, os dois estão respondendo processo.
Dereck foi mandando embora de nosso time, provavelmente não vai trabalhar nunca mais com times de futebol. Ia ficar preso, mas pagou fiança e está respondendo em liberdade.

Vamos viajar para o Brasil, pois eu estou de repouso por causa do joelho.
Já estamos com as malas prontas e as passagens compradas.
Embarcamos e após muitas horas chegamos no Brasil, pedimos um carro por aplicativo e seguimos em direção a minha casa.
Tem uma pessoa que limpa a casa, ela limpa todos os apartamentos do prédio, não iremos ter trabalho com limpeza.
Descemos do carro em frente ao prédio. Ellie congelou olhando tudo ao redor, uma lágrima rolou em seu rosto.

- Tenho tantas lembranças boas daqui. Como fui feliz.

- Eu também. - A abracei por trás. Apoiado na muleta. - Vamos subir?

- Sim. - Subimos e caminhamos em direção ao apartamento. Entramos no apartamento e Ellie se derramou em lágrimas. - Está tudo como eu deixei. - Ela passou a mão nas coisas. - Parece que saímos daqui ontem, as memórias estão tão vivas. - As lágrimas escorreram em seu rosto. Ah, Abdiel, você fez quadros. - Ela pegou a foto em cima do rack, estava ela, sua mãe e eu na praia, na outra estávamos em casa, no aniversário de senhora Helena. Em outro porta retratos tinha Ellie e eu, a primeira selfie que tiramos na rua  do restaurante onde ela trabalhava.

- Vem aqui. - Abri o quarto que ela escolheu para ser dela. - Está tudo aqui, do jeito que você deixou. - Ela passou a mão nas roupas e nos objetos.

- Ah, eu tinha achado o livro, lembra? Está aqui na caixa. - Ela levantou os pés, tentando alcançar a caixa na parte superior da prateleira do closet. Vim pra trás e peguei com facilidade, entreguei a caixa na mão dela.

- O livro está aí? Tentei achar a escritora, mas não consegui.

- Sim. - Ela colocou em cima da cama e abriu a caixa. O livro estava lá. - Eu achei, mas esqueci de falar. Coloquei nessa caixa para não perder novamente. Agora vou saber como termina. - Ela sorriu. - Nem deu tempo de ler.

- E que tal nós escrevermos um livro nosso? Relatando tudo o que nos aconteceu?

- Seria incrível. Eu aceito. - Ela sorriu.

- Vamos começar a escrever então, daí juntamos com o Vlog.

- Quero visitar seu quarto. Era tão bom dormir lá, tinha seu cheiro. Ah, minhas muletas estão por aqui. Você pode usa-las também, só que são rosa. - Ellie procurou e me deu suas muletas.

- Vamos lá, no meu quarto. - Dei uma mão a ela e apoiei a muleta do outro lado. Vou marcar algumas seções de fisioterapia.

Entremos no meu quarto, observei as coisas. Lembrei do dia em que quis tirar minha vida.
As lágrimas escorreram em meu rosto, sentei na cama e me derramei. Senti uma dor tão grande no peito, tentei respirar e não consegui.

- Abdiel, respira. Por favor. Deita aí. - Ellie colocou o travesseiro embaixo da minha cabeça. - Se acalma, tá bom? Você quer me deixar viúva antes de casar comigo? Eu vou atrás de você heim.

- Deita aqui aqui comigo? - Ela deitou do meu lado, a puxei para um abraço. Te amo. Obrigado por tornar meus dias felizes e dar sentido a minha vida. - Comecei a melhorar depois de um tempo.

- Está melhor? - Ela passou a mão no meu rosto. - Você não me deixa preocupada não, por favor.  - Ellie caiu em lágrimas. Eu não sei o que fazer se eu te perder, vai que você infarta. Eu não vou aguentar.

- Isso é só meu psicológico, minha vida. Sou atleta, esqueceu? Temos que fazer exames cardíaco, exigimos muito do nosso coração. Foi só uma lembrança ruim. - Sequei as lágrimas nos olhos dela.

- Se as memorias ruins estão superando as boas. Vou te dar uma boa lembrança, para você ficar feliz. - Ellie tomou meus lábios com desejo, ela nunca tinha me beijado daquele jeito. - Casa comigo? - Ela sussurrou em meu ouvido.

- Agora? Onde eu assino? - A puxei para mais perto. - É o que mais quero na vida. Vamos procurar na internet, não vai ter burocracia, eu pago o valor que for. - Ela voltou a me beijar. Ellie me deixa de pernas bambas, ainda bem que eu estava deitado.

Após nos alimentarmos, fui procurar os cartórios online, para fazer nosso casamento. Perguntei a Ellie se queria casar na França ou no Brasil. Claro que ela optou pelo mais rápido. Conseguimos para daqui há três dias, no dia do meu aniversário.

Tentei falar com meus pais, mas como sempre, estavam ocupados. Deixei a mensagem que eu ia me casar e o endereço.
Como a tia de Ellie também a abandonou, só tínhamos nós dois mesmo.
Decidimos casar e passear de lancha, Ellie que escolheu.  Vamos passar a lua de mel em uma chácara na serra, Estou aqui para fazer todas as suas vontades.

Fomos em algumas lojas escolher nossas roupas.
Não vi a de Ellie e nem ela a minha, compramos e fomos para casa.
Aproveitei para comprar novos pares de alianças.

Hoje é o grande dia, Ellie foi se arrumar em um salão. Teve um dia de noiva. Um carro iria leva-la para o cartório. Cheguei primeiro que ela e já estava mega ansioso.
Para minha surpresa, meus pais estavam lá e a tia de Ellie, com seu esposo.
Minha mãe me abraçou e caiu em lágrimas, ela nem conhecia Ellie, vai conhecer no dia do casamento.

Após muito choro e muitas felicitações, meu celular tocou, ela me avisou que estava chegando. Meu coração parecia que ia sair pela boca.
Minhas mãos estavam trêmulas e suadas.

O carro parou e meu pai  foi abrir a porta para ela descer. Ela desceu e eu congelei o olhando.
Parecia um anjo dentro de um vestido de renda, devia ser proibido alguém ser tão linda assim. A transparência mostrava as partes certas do corpo dela.
Em seu cabelo tinha um coque baixo e ela fez uma franja. Estava tão perfeita, a maquiagem clean realçou ainda mais sua beleza.

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