Capítulo 39

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Abdiel narrando

Ver Ellie sumindo pelo retrovisor me deu um desespero, a minha vontade era pegar o retorno e voltar para ela. Mas eu tinha que ser forte. Ela depositou em mim toda a sua confiança, eu vou dar o meu melhor, por mim e por ela.
Sequei as lágrimas com as costas das mãos e foquei na estrada, liguei o GPS e respirei fundo.
Meu celular acendeu com uma mensagem de Ellie.

- Pra você pensar em mim. Te amo

< Love Me like that - Sam Kim >

Ela mandou uma música.
Como se precisasse de algo específico para me fazer lembrar dela.
Para onde olho eu lembro de Ellie, já estou sentido uma falta que não tem tamanho.
Dei o play e chorei mais ainda, isso é uma covardia, a distância podia não existir. Ellie acabou com a minha pose de bad boy, cá estou eu chorando.

- Está me fazendo chorar. Estou me segurando para não voltar. Te amo.

Respondi sua mensagem.

Optei por dirigir até o aeroporto e ir de avião, meu carro ficará guardado no aeroporto. Eu poderia dirigir até outra cidade, mas prefiro descansar um pouco. Chegarei bem mais rápido também.
Cheguei em algumas horas no aeroporto. Mandei mensagem para Ellie avisando que ia entrar no avião.
Essa hora ela já estava na escola, coloquei o fone de ouvidos e fiquei escutando a música que ela me mandou. Que saudade da minha princesa.
O celular acendeu com a mensagem de eu te amo dela.
Consegui relaxar um pouco, assim o avião pousou já tinha uma pessoa me esperando para me levar para o hotel.

Guardei minhas coisas no quarto e coloquei as marmitas no frigobar.
Desci para a palestra no salão do hotel.
Deram um tempo para o almoço, enquanto os meninos foram comer no restaurante, eu subi para comer a comida que Ellie fez para mim.
Coloquei no microondas e mandei mensagem para ela.

- Vou comer a dieta que a minha nutricionista passou. - Tirei foto da marmita e enviei para ela.

-Come tudinho.
Te amo.
Saudades. <3

Acabei de almoçar e fui para o treino.
Na verdade não era bem um treino, era quase uma fisioterapia para relaxar os músculos. Tinha academia, hidromassagem, sauna, piscina com gelo e vários aparelhos de fisioterapia. Ficamos ali o dia inteiro, só sai para jantar e dormir.

Ellie narrando

O carro de Abdiel sumiu no horizonte e eu fiquei parada olhando para aquela estrada vazia, deu uma vontade de correr atrás do carro e pedi-lo para me levar.
Abaixei e abracei minhas pernas
Por um lado a saudade estava gritando, por outro eu estava feliz que ele ia realizar seu sonho.
Não pude demostrar muita fraqueza, para ele não desistir.

Voltei para o apartamento dele e enviei uma música para ele pensar em mim.
Peguei minhas coisas e fui tomar banho para ir à escola. Fui de carro de aplicativo, não sabia onde pegar o ônibus que passava na escola.

Cheguei na escola e Ian veio correndo ao meu encontro, não entendi aquela atitude dele.

- Ellie. - Ele parou na minha frente. - Seus olhos estavam arregalados.

- Fala, Ian. Você está me assustando. É a minha mãe? O que aconteceu com ela? FALA IAN! - Meu coração parecia que ia sair pela boca.

- Ela está no hospital, passou mal agora de manhã. Meu pai a levou, vai ter que ficar lá.

- Quê? Qual hospital ela está? - As lágrimas começaram a escorrer em minhas bochechas. Peguei o caderno na mochila e a caneta.

- Eu vou te levar. Se não quiser que eu vá junto, eu peço o motorista para te deixar lá.

- Obrigada, Ian. - Ele foi andando na frente e eu o segui. Ele abriu a porta para eu entrar.

- Manda um beijo por mim.

- Você não vem? - Perguntei tentando entender.

- Melhor não, não gosto de hospitais.

- Entendo. Obrigada Ian.

- Depois você me paga um suco. - Ele falou e sorriu. Deve ter lembrado do dia em que Abdiel falou para pagar um suco em forma de agradecimento.

Ele fechou a porta e o motorista seguiu viagem, o hospital era um pouco distante.
Cheguei na recepção e dei o nome de minha mãe. O pai de Ian estava lá conversando com o médico. Ao me ver veio ao meu encontro.

- Oi minha filha. - Ele me abraçou e deu um beijo em minha cabeça. Como pode o filho não puxar em nada os pais?

- Oi senhor Bittencourt. Como ela está? - Eu me tremia.

- Está estável. Você sabe o quadro clínico de sua mãe?

- Sei sim, me desculpe não ter avisado. Mas contei para Ian. Minha mãe se recusou a parar de trabalhar, o médico disse que era pra deixa-la trabalhar, para não entrar em depressão.

- Entendo. - Ele respirou fundo e passou a mão no rosto. - Ellie, senta aqui. - Ele me levou até uma poltrona e me sentou.

- O que foi? - Fiquei assustada por ver seus olhos ficando vermelhos e rasos de lágrimas.

- Sua mãe caiu e bateu a cabeça, deu um coágulo. Os médicos acham por bem não operar agora, ela está muito debilitada.

- O quê? - Entrei em desespero.

- Estão dando um medicamento para fortalece-la. Para tentar operar.

- Como ela está agora? Ela está bem? Está sentindo dor? - Segurei a cabeça com as mãos e me permiti chorar.

- Fica calma, está bem? Vou pedir para deixarem você ficar com ela. Agora ela está dormindo, vai ficar assim por alguns dias. - Ele passou a mão no meu cabelo. - Eu sinto muito Ellie, por você passar por tudo isso.

- Está bem. Obrigada. - Sequei as lágrimas com as mãos. - Obrigada por tudo, senhor Bittencourt. O senhor é um homem muito bom de coração, obrigada por tudo que tens feito por mim e pela minha mãe. Espero um dia poder compensa-los.

- Nos compense dando muito orgulho para a sua mãe. Você é uma menina de ouro. Sou feliz por ter conhecido uma jovem como você. Vou conversar com o médico e vou pedir para vir te buscar. Tenho uma viagem marcada nesta tarde e não tenho como desmarcar. Mas se você precisar de qualquer coisa, não hesite em me falar. Vou deixar meu contato com você. - Ele me deu seu cartão de visita e foi em busca do médico.








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