Capítulo 33

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Abdiel narrando

Meus finais de semana serão todos enfiados na casa de Ellie, só viu voltar para casa para dormir. Bem que elas podiam ser mudar para meu apartamento, só assim iríamos conviver mais tempo.

Hoje é segunda-feira, Ellie quer voltar hoje para a escola. Não concordei de primeira, mas depois de vê-la abatida, achei por bem ela sair um pouco, para distrair a mente.
Estou indo busca-la em casa, sua mãe já saiu para trabalhar.
Desci do carro e apertei a campainha, ela veio caminhando com as muletas e abriu o portão.

- Bom dia, meu amor. - Ela sorriu para mim.

- Bom dia, minha princesa. - Me aproximei e dei um selinho nela. - Pronta para voltar à rotina?

- Estou sim. - A ajudei a entrar no carro e voltei para trancar o portão.

- Já vou logo dizendo, não vou aceitar as babaquices de Ian. Você é minha namorada e vou te defender do que for preciso. - Falei ao sentar do seu lado.

- Obrigada por isso. - Ela passou a mão no meu rosto e deu um sorriso cheio de gratidão.

- Vamos? - Falei

- Vamos. - Ela colocou a mão por cima da minha. Pegamos a estrada.

Chegamos na escola, estacionei o carro e abri a porta para Ellie descer. A ajudei a caminhar até a entrada, onde tinha as escadas. Ajeitei a mochila nas minhas costas e a peguei no colo, não tinha como eu deixá-la subir de muleta. Ela virou o rosto e enfiou no meu pescoço.

- O que é? Está com vergonha? - Sorri olhando para frente.

- Sim e não é pouca. Agora as meninas vão querer me comer viva.

- Já falei que eu sou seu, não ligue para os outros. - Chegamos no corredor. As pessoas olhavam assustadas, um cutucava o outro, parecia telefone sem fio.

- Já pode me colocar no chão, daqui da para ir.

- Sério? Mas está tão bom assim.

- Não precisa, deixa eu me virar. Vou acabar ficando mal acostumada. - Ela levantou a cabeça para me olhar, que vontade de beijar aquela boca suculenta.

- Vou pôr você no chão, pois vou acabar não me controlando. Estou doido para te beijar. - Sussurrei para ela. Ela abriu a boca em formato de O.

- Aí vou ser expulsa. - Ela caiu na gargalhada. A ajudei se apoiar na muleta, Ellie só trouxe uma, vou ajuda-la do outro lado. 

Chegamos na sala e as pessoas estavam cochichando. Olhei de cara feia para eles.

- Perderam alguma coisa aqui atrás? - Perguntei em voz alta. Eles rapidamente olharam para frente. Olhei para Ellie e ela prendia o riso.

Ian entrou e olhou para Ellie sentada, sentou em sua cadeira e olhou para mim.

- Pensei que não ia vir mais para escola. - Falou com Ellie.

- Por quê? Estava com saudades? - Ellie falou em voz alta, todos olharam para trás, agora foi minha vez de segurar o riso.

- Olha aqui... - Ele ameaçou falar algo, mas eu me levantei antes dele concluir a frase.

- Engraçado, né senhor Ian? Você machucou Ellie, não prestou socorro, nem comunicou a mãe dela, que por sinal trabalha para você, nem ligou para saber se ela precisa de algo. Ainda bem que eu estava no local, para socorre-la. Agora que dar ordens nela? O que você ia falar?

- Fica fora disso, Abdiel. Eu tentei ajudar, ela que não quis.

- Ficar de fora? Você não sabe o que ela passou nesses nove dias. Se não quisesse fazer nada, pagasse alguém para fazer. Cada vez que conheço mais de você, mais sinto nojo. Como você pode ser tão podre? E você não tentou ajudar, você quis obriga-la a entrar no carro.

- Já falei para você ficar de fora disso. - Ele se alterou e se levantou.

- Ou o quê? - Caminhei em direção a ele. A cabeça de Ian bate no meu peitoral. - Fala! - Desafiei. - De hoje em diante você vai respeitar os outros, você vai deixar Ellie em paz. Esqueça esse negócio dela fazer seus trabalhos, se vira e cumpra suas obrigações. Só pensa em você mesmo, nas vantagens que pode tirar dos outros. Vê se cresce cara! - Senti a mão de Ellie segurando a minha.

- Deixe-o para lá. Não vale a pena. - Virei para me sentar.

- Ellie sabe o que está em jogo aqui, ou você esqueceu? - Ian deu um sorriso sarcástico. Daí voltei com tudo. Ellie levantou e ficou entre nós dois.

- Abdiel, me ouve. Não vale a pena, deixa esse babaca pra lá. Olha para mim. - Eu olhava por cima dela e bufava de raiva.

- Me dá licença, Ellie. Vou ensinar esse filhinho de papai como se vira homem.

- Me escuta. - Ela colocou as mãos no meu rosto. Não sei como ela conseguiu fazer essa mágica, ao sentir seu toque tudo em mim se acalmou. - Pensa no time, vai estragar sua vida assim? - Ela falava dos olheiros. - Vem, vamos dar uma volta. - Ela entrelaçou os dedos nos meus e me puxou para fora da sala, ela se apoiou na muleta. Caminhamos até o jardim da escola, ali ninguém nos acharia.

Ela parou de frente para mim e me olhou nos olhos. Envolvi meu braço em sua cintura e a puxei para mais perto, enfiei minha mão em sua nuca e entrelacei meus dedos em seus cabelos.
Eu estava desesperado para sentir os lábios de Ellie nos meus, parecia ter necessidade de sentir seu gosto.
Me aproximei em câmera lenta e toquei seus lábios, todas as terminações nervosas do meu corpo reagiram. Me entreguei completamente, esqueci onde estávamos e das horas. Só queria que o mundo parasse para nós dois.

- Te amo. Você tem noção do que você significa para mim? - Passei o polegar em seu rosto. - Prometi cuidar de você e vou fazer isso.

- Te amo. - Ela me olhava com o olhar mais profundo e mais apaixonado que já vi. - Obrigada por cuidar de mim, só não se prejudique. Não vou me perdoar se algo acontecer com você por minha causa.

- Não vai acontecer nada, está bem? - A puxei e envolvi seu corpo com meus braços. - Me abraça? - Ela passou os braços por minha cintura.

- Como sou feliz com você, você não tem idéia. Obrigada por chegar na hora certa.

- Eu que te agradeço. - Ela encostou o rosto no meu tórax e se aninhou em mim. Dei um beijo no topo de sua cabeça e encostei o queixo ali.

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