54 - Arte

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Eu entrei na cozinha sentindo um cheiro delicioso de bolo de cenoura e sorri, imaginando que Maria ou Francesca deveriam ter feito o bolo juntas. Mas ao invés de ver Maria, eu vi Jacob colocando suco no copo de vidro com a mesa totalmente arrumada, parecendo ser para duas pessoas, por que na mesa tinha apenas duas cadeiras.

— Bom dia, Jacob. – desejei, vendo-o analisar os talheres.

— Bom dia, Sof. – ele sorriu, sem olhar para mim. — Você acha que isso tá bom pra Ivy me perdoar? – ele perguntou, agora com as mãos na cintura, analisando a mesa.

— Tá sim, tá tudo lindo. – me aproximei, vendo o seu sorriso de animação. — E Atlas? – perguntei, deixando as mãos no bolso da minha calça moletom. — Você viu ele?

— No escritório e ele não está de bom humor. – ele suspirou, trocando os talheres de lugar.

Eu me afastei deixando Jacob sozinho com sua surpresa. Saindo da cozinha, passei pela sala vazia, chegando nas escadas, Ivy desceu-as com um sorriso no rosto. A mulher vestia um short jeans e uma blusa longa, que não era de Jacob. Mas talvez fosse ou fosse dela, sendo parte do seu estilo. Ela sorriu pra mim e desejou um bom dia, seu rosto sem maquiagem porque havia acabado de acordar. Seus cabelos um pouco bagunçados e sua voz meio grossa, pois dormiu a noite inteira.

Eu subi as escadas, desejando que tudo desse certo para Jacob. Ele irá ser pai, eu serei tia e estou feliz por isso. Quando acabei de subir as escadas, eu abri a porta do escritório de Atlas sem bater pronta para dar a notícia sobre o que Jacob estava fazendo. Mas ele não me olhou, ele ficou vidrado no seu notebook, estralando os dedos, girando um pouco a cadeira com os pés e olhando fixamente para a tela ligada.

— Bom dia! – desejei chegando perto. — Você não vai acreditar no que Jacob preparou. Ele fez um café da manhã inteiro pra Ivy, como pedido de desculpas. Ficou a coisa mai…

— Porra, tem como você calar a boca por um minuto?! – ele gritou, me interrompendo. — Eu tô cheio de coisa pra resolver, eu não quero saber daqueles dois, você não tá vendo? – seus olhos encontraram os meus, os dois vermelho.

— Eu só-só q-queria…– me enbolei nas minhas próprias palavras, sentindo o mesmo medo que senti quando estava diante dele pela primeira vez. — Eu vou deixar você trabalhar, Atlas. – me afastei dele, dando um passo de cada vez.

— Fecha a merda da porta, quando sair! – Atlas se virou novamente para sua mesa, me ignorando por completo.

— Fecha a merda da porta, quando sair! – Atlas se virou novamente para sua mesa, me ignorando por completo

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Era o quarto copo de uísque que eu virara em mais ou menos uma hora. Meu cinzeiro cheio de bitucas de cigarros, enquanto meu laptop estava aberto em uma carta que foi entregue ontem pela madrugada. A carta era um agradecimento por eu ter convidado os outros para um jantar de negócios. Foram três cartas, cada uma mandada em horários diferentes. O problema de tudo era que eu não sabia de nenhuma reunião e as cartas haviam chegado um dia atrás.

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