57 - Coliseu!

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— O que você iria me contar? – perguntei curiosa ao mesmo tempo, não querendo saber.

— Um dos meus caras confessou ser o traidor. – ele suspirou, relaxando sua postura. — Eram três e como recompensa, ganham cocaína. Viciados que no conseguiam ficar sem.

— Isso é uma coisa boa. – tentei alegrá-lo novamente.

— Que eles eram viciados? – ele levantou uma sobrancelha, me tirando uma risada nasalada.

— Que achamos o traidor. – estendi minha mão até a Rosa, pegando-a com cuidado. — Isso é uma coisa boa, não é?

— Bom…ainda non acabou. Eu duvido muito que três viciados de merda fizeram isso. Nada mais a minha volta é confiável. – ele tirou minha bolsa da cadeira, deixando-a em seu colo, como se precisasse mexer em alguma coisa. — Promete no ficar brava se eu te contar uma coisa?

— O que você fez? – olhei para Rosa, admirando sua beleza mesmo com os espinhos.

— Eu cortei a aliança com Andray. Ele no faz mais parte dos Abiti. Fiz isso para te livrar de perto dele. – ele disse baixo como se fossemos agentes e ninguém podia descobrir.

— Isso é uma coisa boa, não? – ergui os meus olhos para ele.

Atlas estava quieto sentado na cadeira. Ele passou a mão na nuca algumas vezes, parecendo realmente com medo da minha reação sobre o assunto que ele havia tratado na tal reunião.

— Tudo que tinha o meu nome na Rússia, acabou. Eu no me importo com drogas, com dinheiro. Seria menos um país que a família Vecchi comandava. – ele falou em um tom sarcástico fitando a mesa, como se não gostasse desse título. — Cidades carentes também saíram das minhas mãos. Todos que eu mantinha, famílias pobres e o orfanato de lá. – sem me olhar, ele engoliu em seco.

Uma ardência atingiu minha mão esquerda, uma corrente fina escorregou pelos meus dedos, molhando-os. Ergui os olhos rapidamente para minha mão que sem perceber, eu havia apertado a Rosa, o que a fez ela me cortar com tal violência.

— Você ficou maluco? – olhei para os lados, olhando para o homem, incrédula — Como você toma essa decisão, Atlas?

— Foi na horas, Sofia. Eu no pensei. – ele cruzou os braços, segurando na alça da minha bolsa.

— Você vai desfazer isso! – deixei a Rosa no vaso, a ardência se tornando pontiaguda.

Ele bufou e olhou para minha mão. Deixou minha bolsa encima da mesa e se levantou, me chamando em um aceno de cabeça. Não protestei. Me levantei e segui o homem que entrou em um corredor, andamos juntos até o final dele e paramos em frente ao banheiro femino, que eu apenas soube que era, por conta da tradução na placa em inglês.

Atlas olhou para os lados e então abriu a porta, pedindo que eu entrasse. Ele xingou algum palavrão e me acompanhou para dentro do banheiro, cheiro de lavanda inundando minhas rainhas. Abri a torneira da pia de mármore, ouvindo a chave trancar a porta, enquanto esfregava minhas mãos uma na outra.

— Eu não pedi para você fazer isso, Atlas. – falei, sem olhar para o espelho, mesmo sentindo seus olhos nas minhas costas. — Você poderia me consultar primeiro, eu nunca aceitaria isso.

— E você acha que eu no sei? – ele suspirou, eu me virei, fitando seu o homem com as costas na porta e braços cruzados. — Isso é coisa de vida ou morte e você acha que eu no sei que você aceitaria morrer pra ajudar as pessoas? – Atlas se distanciou da porta, caminhando lentamente até mim. — O que importa, é que ele no tem mais contato direto com a gente.

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