Três dias.
Três dias nesse inferno.
E só pra ficar pior, estou doente. Minha cabeça dói muito, e com certeza é pelas pancadas que levei. Estou toda machucada e devo ter emagrecido uns dois ou três quilos, pois me recuso a comer qualquer coisa que ele me ofereça, as vezes ele até me obriga, mas eu vomito tudo quando ele vira de costas.
Eu oro todos os dias pra que o Gabriel me encontre, pra que tudo volte ao normal.
Ele vem tentado diversas vezes a fazer sexo comigo, só não conseguiu porque Deus não permitiu mesmo. Eu não estou tendo mais forças para lutar contra ele. E nem se eu tivesse, ele é maior e mais forte do que eu.
Nesse momento, estou no quarto dele. Estou desamarrada, poderia tentar fugir ou algo do tipo, mas a porta está trancada, a janela é de grade e aqui tem câmera, ele disse que era justamente para poder me vigiar de longe, e que se eu tentasse alguma coisa mesmo assim, ele me matava.
Prefiro não arriscar, mas já estou ficando louca.
Eu preciso do Gabriel...
Começo a suar frio, minha cabeça começou a doer muito mais e um zumbido agudo começou a passar nos meus ouvidos.
Fecho os olhos com força e coloco a mão na testa. Cambaleio um pouco e caio na cama.
Minha visão fica embaçada, e logo depois eu não vejo mais nada além da escuridão.
Gb.
— Precisamos ir atrás dela agora mesmo! - digo levantando da cadeira, com o coração batendo rápido.
Yago: Calma Gabi, não é assim também.
— Como que não é assim?! Esse cara é louco, você já parou pra pensar o que a minha mulher pode estar passando nas mãos desse psicopata? Ela pode até ter... - aperto os punhos com força e me calo.
Me sento de novo na cadeira e coloco uma de minhas mãos sobre meu rosto.
Yago: Agente te entende Gb. - ele fica um pouco pensativo. - Já temos a localização dela, vou chamar reforço. - ele tira o telefone do bolso e faz algumas ligações.
E eu só consigo pedir a Deus que tudo dê certo, meu coração já não aguenta mais. Parece que eu não vejo ela a anos, e só se passaram três dias apenas...
Mando mensagem pro arrascaeta, que disse que iria junto também.
Demorou um pouco, mas finalmente estávamos todos ali em frente à delegacia. O Yago conversava com seus colegas, traçando uma rota, e eu estava inquieto.
Yago: Vamos então? - eles entram na viatura e eu rapidamente entro no carro do arrascaeta, onde a minha prima também estava.
Yago deu um sinal e saiu com o carro, e nós logo fizemos o mesmo.
S/n
Victor: Você vai sim!
— Eu não quero, me larga! - gritei tentando me desvencilhar de seu toque.
Consigo soltar uma de minhas mãos em um vacilo dele, dei um tapa em seu rosto, e logo me arrependi.
Ele me jogou no chão com toda força que tinha, me fazendo bater a cabeça em uma porta de vidro que fez uma rachadura. Coloco a mão no local um pouco tonta e sinto um corte ali.
Minha vista se embaçou e eu apenas vi de relance ele tirando o cinto de suas calças e começando a me bater.
Eu não tinha forças pra mais nada, não gritei, não pedi que ele parasse. Adiantaria de que?
O couro da minha pele estava se abrindo em alguns lugares, as marcas ficavam cada vez mais vermelhas, não sei ao certo se era sangue. Sinto ele pisar sobre o meu estômago com força. Vomitei sangue na hora.
A última coisa que vi foi ele subindo em cima de mim e batendo minha cabeça no chão diversas vezes.
— Senhor, cuida do Gabriel, explica pra ele que eu fui ficar aí do seu ladinho. Não quero ver ele triste. Cuida dele pra mim... - oro enquanto fecho meus olhos lentamente.
É o meu fim.
Nrdr.
Yago: Cerquem a parte de trás da casa, e fiquem atentas às janelas. - diz dando instruções a seus colegas de equipe, enquanto carrega sua arma.
Arrascaeta, Gabriel e letycia chegam na mesma hora.
Yago: Esperem aqui. - diz pronto para arrombar a porta.
Com apenas um chute, ele consegue.
Gabriel estava nervoso, queria ter sua namorada de volta. Não aguentou e entrou dentro da casa, vendo de primeira um rastro de sangue. Seu coração dispara e um nó se faz em sua garganta.
Arrascaeta e Letycia entram logo em seguida.
A Letycia sobe correndo para o andar de cima e seu namorado, sem entender muito, vai atrás.
Arrascaeta: Aonde é qu... - ele foi interrompido por diversos gritos da sua parceira. - Letycia? - ele corre até onde estava vindo os barulhos, abre a porta rapidamente e vê sua namorada chorando desesperadamente. - Que que foi?
Letycia não consegue dizer nada, estava tremendo muito e parecia estar muito assustada. Ela apenas aponta para uma cortina que tinha ali, mas era estranho que ela não ficasse perto da janela. O arrascaeta puxa essa cortina e vê o corpo de S/n completamente pálido, cheio de marcas vermelhas e com sangue em sua boca, pescoço e blusa.
Ele fecha os olhos com força e puxa a cortina novamente.
Letycia: Ela... - coloca suas mãos em sua boca e continua chorando.
Seu namorado a abraça com força.
Gabriel: Que gritos foram esses? - diz aparecendo na porta do quarto.
O arrascaeta olha de forma seria para o seu amigo, para de abraçar a Letycia, e puxa a cortina devagar.
Arrascaeta: Eu...sinto muito irmão. - diz ao ter terminado de puxar a cortina.
Era impossível descrever a feição do Gabriel naquele momento. Seu corpo começou a pesar, ele foi andando até o corpo de sua mulher, e quando chegou até ele, se jogou de joelhos e começou a gritar enquanto chorava.
Gabriel: NÃO, NÃO, NÃO! S/n, meu amor, por favor... - diz pegando a garota em seus braços. - Não me deixa. Por favor, fala comigo. - pega em seu rosto. - FALA COMIGO! - sacode um pouco seu corpo.
Seus gritos eram de puro desespero e tristeza. Ele se culpava pelo que tinha acontecido. Se culpava por não ter aproveitado mais os momentos que teve ao lado dela. Talvez ele poderia ter sido mais carinhoso, mais amoroso, mais atencioso... Talvez ele poderia ter faltado um dia apenas no trabalho como ela pedia para passar um tempo a mais com ela... Talvez.
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Tela Quente - Gabigol
FanfictionSn dos Santos é uma mulher de 22 anos que mora na rua desde os 19. Gabriel Barbosa é um jogador de futebol famoso. #1🥇evertonribeiro (29/07) #1🥇 futebol (06/08) #3🥉pregnant (06/08) #1🥇marilianery (05/08) #1🥇 imagine (09/08)