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Depois de dias sem conseguir pregar os olhos, eu finalmente consegui dormir essa última noite. Até treinar eu vim, estou me sentindo mais leve agora que a minha namorada está bem. De qualquer forma, contratei dois seguranças para ficar com ela no hospital dia e noite, nunca se sabe né.

Tite: Bela bola gabi. - bate palmas após o meu gol feito no treino. - Arrasca, tenta dar um pouco mais atrás da próxima vez.

Arrascaeta: É ruim em. - diz com cara feia, fazendo o elenco inteiro rir.

Treinamos bastante, o foco total é a libertadores agora.

Letycia: Oi primo. - diz vindo correndo na minha direção e me dando um abraço.

— E aí. - faço um carinho em sua cabeça.

Letycia: Como você está?

— Bem e você?

Letycia: Bem também. E a S/n?

— Está bem melhor graças a Deus, já já ela volta pra casa.

Letycia: Que bom! - diz sorrindo.

— E você? Tá caçando o que aqui uma hora dessa?

Letycia: Vim ver um pouco do treino.

— Hum. E o Arrascaeta?

Letycia: O que tem ele?

— Você entendeu a minha pergunta.

Letycia: Ah, agente tá muito bem.

— E como ele te trata?

Letycia: Nossa, como se eu fosse uma princesa.

— Você é uma, mas eu não esperava que fosse diferente, ele é bastante carinhoso.

Letycia: Verdade.

Conversamos mais um pouco e depois eu fui pra casa. Assim que chego, tiro meus tênis e os deixo no canto ao lado da porta, o treino foi pesado hoje e eu estava me sentindo extremamente exausto.

Vou até a cozinha e coloco um copo de água pra encher no filtro.

Escuto a campainha tocar, paro o que estava fazendo e vou até a porta, a abrindo logo em seguida.

— O que tu quer? - pergunto já com raiva ao ver a Rafaella ali.

Ela me estressa em um nível alto, e com essa suspeita de que ela também está envolvida com tudo que aconteceu com a S/n, eu tenho é ódio da cara dessa mulher.

Rafaella: Eu vim apenas conversar.

— Conversar é o caralho Rafaella, eu já te disse que não quero papo com você.

Rafaella: Por favor, eu preciso que você me escute, vai ser rápido.

— Fala logo!

Rafaella: Eu queria te pedir desculpas. - fico calado esperando que ela terminasse de falar.

Pego meu celular discretamente e clico duas vezes no mesmo, ativando o gravador logo em seguida.

Rafaella: Eu não esperava que o Victor seria capaz de tudo isso, eu só ajudei porque...porque ele me prometeu que você iria voltar pra mim se a S/n saísse do caminho.

Filha da puta.

Rafaella: Eu ainda te amo Gabriel. - diz ela com cara de cachorro abandonado. - Por favor, eu...

— Chega Rafaella, chega! O que você tem na cabeça?

Rafaella: Eu só...

— Você tem noção do que você fez? Qual que é o seu problema em? É por isso, por isso que eu terminei com você! Você é doente, completamente doente. E eu vou deixar bem claro, pela última vez, eu não quero mais te ver nem escutar essa sua voz irritante, acabou. Já deu pra mim. Vocês dois poderiam ter acabado com a vida da minha mulher, isso seria suficiente pra você né?

Rafaella: Para de falar assim. - grita e bate o pé no chão, forçando choro.

— Eu não quero alongar essa conversa, só sai da minha casa. Sai daqui.

Rafaella: Gabriel, por favor...

— Eu te vejo no tribunal, Rafaella. - fecho a porta de uma vez.

Me sento no sofá e passo a mão sobre meu rosto, respirando fundo. Minha respiração começa a se acelerar ainda mais e junto dela me sobe uma raiva de mim mesmo. Como que eu pude ser tão burro assim?

Me levanto de uma vez e vou até a parede, começando a soca-la com força, fazendo com que meus punhos ficassem bastante avermelhados e machucados.

— Que merda! - grito e empurro o sofá antes de subir para o meu quarto.

Tento me acalmar um pouco, já está quase na hora de ir visitar a S/n no hospital, e eu não gostaria nada de tratá-la mal por conta do meu estresse.

Tomo um banho gelado, visto uma bermuda preta com uma regata branca, ela adora quando eu me visto assim. Coloco minha correntinha de cruz, passo um pouco de perfume e calço meus chinelos. Pego meu celular e carteira, e em seguida vou para o carro.

Antes de ir para o hospital, passei na farmácia e comprei alguns dos chocolates favoritos dela, junto de um ursinho com meu nome escrito que tinha mandado fazer antes de tudo isso acontecer. Colei os chocolates nas patas do urso com fita e fui direto para o hospital.

Bato na porta antes de entrar.

S/n: Oi amor. - diz ela com aquele sorriso lindo de sempre.

— Oi gatinha. - me aproximo dela e ela praticamente pula em cima de mim.

S/n: Estava com muita saudade.

— Que isso doida, você tem que ficar de repouso. - digo preocupado a deitando novamente.

S/n: Eu já tô be...Aí. - coloca a mão na barriga e se deita devagar.

— Tá bem né? Sei. - coloco o ursinho em seu colo. - Trouxe pra você.

S/n: Hum... -faz som de choro e me olha com os olhos cheios de lágrima.

— Ah qual foi, vai chorar mesmo?

S/n: Eu te amo tanto.

— Eu também gatinha. - passo minha mão sobre sua bochecha. - Te amo demais.

S/n: Que isso bi? - pega minha mão e toca meus machucados.

— Não foi nada.

S/n: Como assim não foi nada? Tá muito machucado, o que aconteceu?

— Eu só... - penso em algo rápido. - Tava fazendo muai thay sem as luvas.

S/n: Amor, você não pode ficar fazendo isso, faz dodói. Não pode.

— Até parece que você tá falando com um bebê.

S/n: Mas você é o meu bebezinho. - diz apertando minha bochecha.

— É, deixa você sair desse hospital que eu te mostro quem é o bebê aqui.

Tela Quente - GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora