58

368 29 10
                                    


1 semana depois...

Acordo mais ou menos as 07h da manhã, me arrasto até o banheiro e tomo um banho frio. Visto minha roupa de treino e desço, apenas como uma fruta e saio de casa. 

Coloco uma música enquanto dirijo, tentando relaxar um pouco. Chego ao treino com 15 minutos de antecedencia, encontrando apenas o Arrascaeta ali. 

Arrascaeta: E aí mano. - me cumprimenta com um toque de mão e em seguida um abraço. - Como que você tá?

- Tô bem, e você?

Arrascaeta: Tô bem também, mas e a S/n? 

- Tá se recuperando, mas não teve alta ainda. 

Ela ficou desacordada por mais ou menos dois dias. Foi um milagre completo ela ter continuado viva.

Flashback on

Médico: Sr. ... - da uma olhada na prancheta e logo olha para mim. - Gabriel?

Me levanto rapidamente, atento ao que ele iria me dizer.

Vejo o médico olhar para seu pulso, parecendo estar vendo a hora.

Eram 00h47.

Médico: Fizemos tudo que era possível... - sinto meu coração parar por um momento. - Eu sinto muito.

- O que? - minha respiração começa a falhar e meu peito se aperta de uma maneira em que a dor fique insuportável. 

Médico: As agressões foram muito fortes, ela teve algumas fraturas na costela e...

- Eu quero ver ela! 

Não, ela não morreu. Eu sei que não.

Médico: Certo, me acompanhe então.

Subimos com pressa até o terceiro andar, a sala que ela estava era a última, e parece que quanto mais eu corria, mais longe ficava.

Abro a porta de uma vez, vendo seu corpo completamente pálido. Minha visão se embaça por conta das lágrimas.

Médico: Vou deixar o senhor sozinho. Mais uma vez, sinto muito, estarei aqui no corredor caso precise.

Entro no quarto e fecho a porta, me arrastando até sua cama. 

Vejo as máquinas já desligadas, coloco minha mão sobre seu coração, e não consigo sentir nada.

Me ajoelho ao seu lado e faço carinho em seu cabelo.

- Ah meu amor... - começo a chorar.

Abaixo a minha cabeça e começo a orar, assim como minha mãe sempre me ensinou a fazer, seja boa ou ruim a situação.

Eu pedia que se fosse da vontade de Deus, que ele trouxesse ela de volta, pedi com a mesma fé de sempre, por mais que eu já tivesse visto seu corpo ali, sem ao menos um batimento cardíaco. 

Sinto algo sobre a minha cabeça. Levanto minha cabeça rapidamente, e a vejo olhando para mim, tentando sorrir um pouco. Sua mão desce até chegar em minha bochecha.

- Amor? - começo a chorar.

Me levanto rapidamente e vou até o corredor, começo a gritar pelo médico que vem de pressa.

- Ela abriu os olhos! 

Médico: Que? - ele corre até a cama, mas ela já havia fechado os olhos novamente.

Ele coloca o estetoscópio em seus ouvidos e logo em seguida, coloca abaixo do peito da S/n.

Médico: Mas como? - ele tira o estetoscópio e o coloca em cima da mesa, ligando os aparelhos novamente. 

- Foi Deus. - começo a rir e chorar ao mesmo tempo, me ajoelho e começo a agradecer a Deus em um tom tão alto que talvez o bairro inteiro tenha escutado.

Flashback off

Arrascatea: Caraca mano, e por que você demorou pra me contar isso?

- Queria te contar pessoalmente. - digo colocando minhas meias. - Logo logo ela volta pra casa, mas vai ter que ficar mais um tempinho no hospital, teve muitos machucados internos.

Arrascaeta: Esse Victor é um desgraçado mesmo.

- Nem me fale nele, vou fazer ele apodrecer naquele lugar!

Tela Quente - GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora