Amores Inesperados: FreenBecky

Cap_20

Pov_Freen

Quando abri a porta, meu coração se apertou ao ver a Becky parada na minha porta com os olhos vermelhos, as lágrimas banhavam seu rosto.

- Freen... - ela soluçou e se jogou em meus braços, me apertando. Parecia que ela estava com medo de que eu pudesse sumir.

- Becky, o que aconteceu? – perguntei, mas ela me apertou mais ainda. – Amor, por favor, fala comigo.

- Eu terminei o noivado com a Jane – ela levantou a cabeça e pude ver melhor seu rosto. Seu nariz estava vermelho e seus olhos cristalizados.

- Ela fez algo com você? – a preocupação toma conta de mim e procuro algum machucado nela, mas não acho.

- Ela não fez nada, estou bem – diz ela, tentando secar as lágrimas com a palma da mão.

- Vem, vamos entrar aqui, está frio. - seguro sua mão e a levo até meu quarto. Ela me segue em silêncio. Entramos no quarto e Rebecca observa tudo em silêncio.

- Pode se sentar ali. - aponto para minha cama. - Eu vou pegar água para você beber. - Ela assente com a cabeça e me retiro do quarto, indo para a cozinha. Vou pensando no que aconteceu para ela estar assim. Creio que não foi o término com a Jane, pois a mesma me falou que não gostava dela. Será que os pais dela fizeram alguma coisa? Volto para o quarto com o copo de água nas mãos e vejo que Rebecca está sentada na cama com um porta-retrato que eu tinha, com uma foto minha e da Ploy no parque que tem aqui perto de casa. Quando ela percebe que estou na porta, devolve o porta-retrato ao lugar.

- Me desculpa, eu não queria mexer nas suas coisas. - ela funga ao falar.

- Tudo bem, não tem problema nenhum – falo, entendendo o copo de água para ela, que o pega – quer me contar o que aconteceu? – pergunto quando ela termina de beber a água e deposita o copo na mesinha ao lado da minha cama. Ela balança a cabeça concordando.

- Eu não lhe falei que minha mãe me chamou para ir lá jantar? - ela pergunta e eu apenas concordo com a cabeça - pois bem, eu fui e quando cheguei lá a Jane estava lá. À medida que ela ia me falando, seu choro ia parando. Ela me contou tudo o que aconteceu na casa de seus pais, as discussões com eles, a conversa com a Jane e me contou que eles tomaram a empresa dela. Nestes últimos seis anos, eu me dediquei para caramba naquela empresa, sempre a deixando no topo do ranking das melhores empresas da Tailândia, e tudo isso para quê?

- Meu Deus, Rebecca, sinto muito por você. E agora?

- Tá tudo bem, friend. Eu ainda tenho muito dinheiro, fora que eu e o Richei temos 10% da empresa que nossos avós nos deram 10% para cada. Recebemos bastante com essas ações, por fora, tanto que posso viver tranquilamente o resto da minha vida e ainda sobraria para meus netos. Ela percebe que eu fiquei de boca aberta e dá um leve sorrisinho.

- Como você está?

- Sei lá, eu não estou mal com o cancelamento do casamento, mas eu dediquei meus últimos seis anos àquela empresa. Eu amo trabalhar lá. No início, quando meu pai queria que eu assumisse a empresa, eu não queria, mas depois acabei me apaixonando por aquela empresa. Perdi noites de sono junto com os programadores desenvolvendo apps, dei tudo de mim para a empresa crescer e dar orgulho aos meus pais e, no fim, nada do que eu fiz foi o suficiente.

- Eu não posso te dizer que entendo, porque nunca conheci meu pai, mas minha mãe sempre foi muito boa comigo. Mas te compreendo perfeitamente. - No momento em que vejo seus olhos marejando, puxo ela para mim e deixo um beijo em seus cabelos. - O que acha de dormir aqui hoje? - pergunto, pois não queria que ela voltasse dirigindo para casa nesse estado.