Cap_35

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Pov_Becky

- Srta. Rebecca - Henrique visivelmente emocionado, com sua voz trêmula, me deixando preocupada - a Freen, um carro bateu nela, estamos a caminho do hospital - sinto um arrepio percorrendo toda minha espinha e de repente não escuto mais nada, meu corpo não me responde mais.

- Qua-qual o nome do hospital para onde você está indo? - pergunto, tentando manter a calma que não tenho. Ele me passa o endereço do hospital. Às pressas, pego minha bolsa que estava na minha mesa e saio da minha sala, dando de cara com a Irin, que estava prestes a entrar na minha sala.

- Becky, o que aconteceu? Você está pálida, está passando mal?

- Não, a Freen sofreu um acidente. Irin, estou indo para o hospital.

- Eu vou com você. Você não está em condições de dirigir. Me passa logo a chave do carro. - Entrego a chave em suas mãos e saímos às pressas da minha sala, passo pela Letícia pedindo para ela cancelar todos os compromissos do dia.

Assim que chegamos ao hospital, Irin foi procurar uma vaga para estacionar e eu saí correndo do carro, entrando no hospital e parando só na recepção.

- Bom dia, a paciente que sofreu um acidente de carro perto da R&R Armstrong Tec Company, onde é o quarto dela?

- A senhorita é o quê da paciente?

- Esposa, falei sem pensar - mas ao fundo escuto alguém me chamar.

- Rebecca? - viro e vejo a Nam entrando no hospital vindo para a recepção.

- Nam? Como você chegou aqui?

- Eu sou um dos contatos de emergência dela, o hospital me ligou e a Yasmin que me trouxe ela está estacionado o carro - só quando ela se aproxima o suficiente consigo enxergar seus olhos vermelhos com vestígios de lágrimas - alguma notícia dela?

- Ainda não - me viro para a recepcionista - Qual o quarto que ela está? - A recepcionista dá um suspiro e fala o nome do quarto.

- Está no 411 - eu e a Nam andamos às pressas para chegar onde ela está, encontramos a Manuela, Liam, Noy e o Henrique e o Gabriel sentados, ambos com os olhos vermelhos. Manuela é a que parecia mais desolada nos braços do Liam.

- Alguma notícia dela? - pergunta para o Henrique e nesse momento chega a nós Irin e a Yasmin - Como você deixou isso acontecer, eu pago você para proteger ela, seus incompetentes.

- Não tivemos culpa, ela saiu para almoçar e falou que não precisávamos acompanhar porque ela estava na outra rua da empresa, não tinha necessidade.

- Não tinha necessidade? - pergunto, minha voz subindo um décimo. - Se não tivesse necessidade, eu não estaria pagando vocês para protegê-las, seus idiotas.

- Becky, calma - Irin pede, tocando em meu ombro para eu me acalmar.

- A culpa não foi deles, foi minha - escuto a voz trêmula de Manuela, fito seus olhos. - Meu salto quebrou e a Freen parou para me ajudar, mas aí o carro veio em nossa direção em alta velocidade e só deu tempo da Freen me empurrar e quando vi, ele já tinha batido nela - ela termina de falar e as lágrimas vêm com tudo.

- O médico falou alguma coisa? - pergunto, me sentando na cadeira e a Nam me acompanha.

- Ainda não, eles estão com ela, mas disseram que logo viriam nos dar notícias. - Gabriel diz.

Ficamos todos em silêncio, esperando alguma notícia do médico, até me dar conta de um pequeno detalhe. Me viro e olho para Nam, fitando seus olhos inchados de tanto chorar.

- Cadê a Ploy?

- Meu Deus! - vejo seus olhos se arregalarem - Eu estava terminando de fazer o almoço quando me ligaram e saí às pressas junto com as Yasmin. Ela deve estar me esperando para buscá-la na escola. Ainda vou lá agora mesmo.

- Não precisa, eu posso ir pegá-la e levá-la para minha casa. Não vamos nos preocupar com a menina - Irin se intromete no meio da conversa, mas fico grata pela atitude. Nam agradece e eu peço para que Yasmin acompanhe Irin para pegar Ploy, já que a diretora conhece Yasmin e iria liberar a saída.

Já se passaram quarenta minutos e um  médico apareceu exausto. Ele nos falou que ela estava em cirurgia, que o estado dela era grave e que ainda demoraria para vir com notícias, e meu coração se apertou. Já estava de noite quando o médico apareceu, sua aparência era de cansaço. Todos estávamos de certa forma preocupados.

- Familiares de Freen Sarocha - sua voz grave chega aos meus ouvidos. Eu, Nam, Manuela, Noy e os seguranças nos levantamos e escutamos com atenção tudo o que ele nos fala.

- A Srta. Sarocha sofreu um acidente de carro. Sabemos que a condutora estava em uma velocidade acima do permitido, o que fez o carro chocar-se com seu corpo, arremessando-a e fazendo com que batesse a cabeça muito forte no chão. Ela precisou passar por uma cirurgia na cabeça, que durou muitas horas, mas correu tudo bem. O impacto em sua cabeça foi forte e ela teve um traumatismo cranioencefálico. Agora temos que esperar que ela acorde.

- Então quer dizer que ela não está mais entre a vida e a morte?- questiono o médico à minha frente.

- O pior, que foi a cirurgia, já passou - ele para de anotar coisas em sua prancheta e me olha atentamente. - A cirurgia era arriscada, mas tudo correu bem. - ele coloca seus papéis de lado e gesticula com as mãos. - Precisamos esperar que ela acorde para ter certeza de que está tudo bem, mas ela não está mais em risco. O impacto foi forte, então pode ser que demore alguns dias para ela acordar. Só precisamos que ela acorde e tudo voltará ao normal.

- Podemos ir vê-la? - pergunto, mas mal escuto minha própria voz.

- Quando transferirmos ela de quarto, por enquanto ainda está na UTI, mas logo vamos transferir.

O alívio chega em meu peito e consigo respirar um pouco melhor. A Nam continua a conversar com o médico sobre algumas coisas que ela têm dúvidas.

Meu telefone toca e vejo que é Irin, atendo logo em seguida.

- Becky, a Ploy sumiu - escuto ela soltar a respiração antes de continuar. Minhas mãos tremem, meu corpo dói, meus olhos não deixam de esbanjar lágrimas gordas. É sufocante tudo isso. - Eu não te liguei antes porque eu e a Yasmin estávamos tentando procurá-la. Fomos na casa dela e na casa das amiguinhas para saber se tinha sido alguma mãe das amigas da Ploy, porém não foi nenhuma delas. A diretora falou que a mãe da Ploy veio pegá-la hoje na escola.

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Boa noite, esse capítulo foi bem tenso de escrever. Espero que tenham gostado!

Nossa menina Ploy sumiu e agora, hein?

Beijo, até o próximo!

Amores Inesperados: FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora