Pov_Freen
- Mamãe - Ploy é a primeira a falar, se agitando nos braços de Rebecca. Ela se joga para que eu a pegue em meus braços, e assim eu faço. Vejo Rebecca fazer uma careta e resmungar algo.
- Eu falei para você não pegar ela no braço, Rebecca! Você não pode pegar peso. - escuto a voz do Richei.
- Meu amor, você tá bem? - pergunto, apertando-a em meus braços. O alívio era enorme de poder ter ela em meus braços novamente.
- Sim, mamãe, eu tô bem. Tia Becky foi me buscar - ela fala, sorrindo e mostrando seus dentinhos. Escutamos passos atrás de mim até a voz da Nam soar pela sala.
- Quem era, Freen? Meu Deus, Ploy! - sua voz se altera um pouco ao ver minha filha em meus braços, e nesse momento eu já nem me esforço em segurar as lágrimas que escorrem pelo meu rosto.
- Tia Nam! - grita e Nam vem correndo até a porta onde entramos e abraça minha filha e a mim ao mesmo tempo. Ficamos abraçadas até minha filha estourar nossa bolha. - Mamãe, tia, eu tô ficando sem ar - ela falou, fazendo com que eu e Nam saíssemos do nosso transe. Nam nos soltou.
Quando olhamos para as portas, todos tinham lágrimas nos olhos. Passo a mão pelo meu rosto, tentando enxugar as lágrimas.
- Oi, tia Freen, a senhora tá bem? - Noah perguntou, todo educado. Eu nem tinha reparado que ele também estava aqui.
- Oi, príncipe, eu sim, e você, como está? - me agachei, colocando a Ploy no chão, e o Noah se aproximou, me dando um abraço.
- Será que podemos entrar? Tá fazendo frio aqui fora. - Richei fala, e só agora me dou conta de que ainda não os convidei para entrar.
- Meu Deus, claro que sim! Entrem, por favor.
- Como você tá, cunhada? Becky falou que você estava no hospital.
- Tô bem melhor agora, principalmente por ter minha filha de volta - falo sincera, olhando para ele, e Agatha, logo atrás, me cumprimenta com um beijo na bochecha e entra, e por último, Becky.
- É... é... Oi - diz ela, parecendo estar sem graça.
- Oi, acho que temos que conversar - ela confirma com a cabeça e faz espaço para que ela entre. Vejo todos reunidos na sala, sentados no sofá, conversando. Fuflly faz a maior festa, pulando em Ploy e Noah. Becky se senta ao lado de Richei.
- Bom, eu não achei que iria ser só eu e a Freen para o jantar, mas fico muito feliz que vocês apareceram. Estou fazendo lasanha para o jantar, espero que vocês gostem. Todos confirmam com a cabeça e Nam se retira, indo para a cozinha. Agatha se oferece para ir com ela. Nam até tenta recusar, mas ela não permite que Nam recuse.
A sala estava sendo preenchida pelas risadas e conversas de Noah e Ploy brincando com o Fuflly. Eu apenas ficava olhando para eles; só queria me certificar de que ela estava bem e que não era um sonho que ela estava aqui.
- Mamãe, eu posso mostrar meu quarto para o Noah? - Os dois me olham com olhinhos brilhando. Minha vontade era de ficar agarradinha a Ploy, enchendo-a de beijos o tempo todo, sem deixar que ela sumisse da minha vista, mas sei que não seria possível.
- Tudo bem, pode ir lá. - Os dois dão um high five e saem correndo para o quarto da minha filha.
- Bom, acho que vou dar uma olhada nos meninos para que eles não se machuquem, e vocês duas - ela apontou para mim e Becky - têm que conversar. - Richei fala e sai, deixando eu e Becky a sós. Ficamos em um silêncio constrangedor por alguns minutos.
- Obrigado, Rebecca, de verdade mesmo. Obrigado por trazer minha filha de volta. - Digo, quebrando o silêncio ensurdecedor que estava na sala, olhando em seus olhos.
- Eu sempre cumpro minhas promessas - ela fala, porém não me lembro dela fazendo nenhuma promessa. Seus lábios se curvam em um sorriso quando ela percebe que não estou entendendo. - Bom, enquanto você estava em... como eu te prometi, eu iria achar nossa menina. - Foi inevitável não abrir um sorriso. - Como você está? - ela pergunta, mudando de assunto.
- Dores de cabeça constantes e corpo um pouco dolorido, mas o médico falou que era normal. E como você conseguiu achar ela?
- Bom, é uma longa história.
- Creio que temos tempo.
- Ok - ela limpa a garganta. - Quando a Nita voltou, eu contratei um detetive e, no mesmo dia do seu acidente, foi o dia que a Ploy sumiu. Eu tinha até me esquecido dela, até que ele entrou em contato comigo, mas não me falou nada útil no momento. Mostrei uma foto da Ploy para ele e pedi que continuasse investigando. E, bom, no dia que você ficou sabendo da história, ele me ligou falando que tinha achado a Nita, e eu fui para a Inglaterra naquele mesmo dia.
- E por que não me contou? - pergunto um pouco aborrecida. - Eu poderia ter ido com você.
- Você nem me deixou falar nada naquele dia, apenas me expulsou, e você não iria poder me acompanhar; estava fora de si e tinha acabado de sair de um coma de dias. - Ela me contou como achou a Ploy da briga com a Nita e disse que a Nita estava presa. Em breve, o advogado da Rebecca, que estava à frente do caso, iria entrar em contato comigo.
- Meu Deus, Rebecca, você levou um tiro e só me fala agora! - digo, me levantando e sentando ao seu lado no sofá. Ela mostra o ombro onde tem um curativo.
- Eu tô bem, Freen. Levei apenas uns pontos; o tiro pegou de raspão. - Nesse momento, Nam e Agatha aparecem na sala, nos chamando para ir jantar. Eu e Becky vamos até o quarto e chamamos Richei e as crianças também para irmos jantar.
A janta foi bem tranquila, com as crianças conversando entre si, Richei e Becky implicando um com o outro o tempo todo. Richei só se aquietou quando recebeu uma bronca da Agatha. Todos elogiavam a lasanha, fazendo Agatha e Nam sorrirem cúmplices. O clima harmônico se estendeu por todo o tempo. Nem nos demos conta da hora passando.
- Foi realmente bom te ver, Freen, mas já está na hora de irmos - Agatha fala, fazendo Richei olhar as horas no relógio que está em seu pulso e concordar.
- Você vai com a gente, Becky? - ele pergunta, e vejo seus olhos buscarem pelos meus. Ela parece tentar ler minha mente, desiste e concorda com o irmão - então vamos.
Eles se levantam, despedindo-se de Nam, Ploy e de mim. Quando Becky chega até mim, ela fica sem saber o que fazer e puxo ela para um abraço, como nem fiz com todos.
- Fica aqui essa noite - sussurro em seu ouvido. Ela se afasta, me olhando surpresa.
- Sério? - pergunto, esperançosa. Apenas confirmo com a cabeça. - Deixa eu só acompanhar eles até o carro e dar as chaves lá de casa, porque eles estão lá. - Eles se despedem novamente e vão embora, e Becky os acompanha.
- Bom, já que a Becky vai dormir aqui, creio que não vai precisar de mim, mas saiba que, se precisar, é só me ligar a hora que for que venho correndo. E não esqueça de tomar os remédios, tá bom? - Concordo com a cabeça e ela me abraça, beijando minha testa. Assim que ela sai, a porta se abre novamente, mas dessa vez é Becky que passa por ela.
A Ploy está entretida em algum joguinho no meu celular, sentada no sofá, quando me sento ao seu lado e Becky vem junto.
- Vamos tomar um banho, mocinha. - Ela nega com a cabeça. - Vai sim, e depois do banho, o que acha de ir dormir comigo e com a tia Becky? - Ela larga o celular, agora me olhando animada. Era raras as vezes que eu permitia que ela dormisse comigo.
Ajudo minha pequena a tomar banho e deixo ela e Becky na minha cama enquanto vou tomar meu banho. Quando saio do banho, vejo Ploy já dormindo e Becky mexendo no celular. Sabia que eu e ela ainda tínhamos coisas para conversar, mas estava cansada e com muito sono. Os remédios que o médico passou me deixavam muito sonolenta.
- Vamos dormir - digo, me aproximando da cama e me ajeitando para deitar. Puxo Ploy para mais perto e, com a outra mão, pego Becky com cuidado para que não machuque seu ombro, fazendo-a deitar com a cabeça em meu peito. Não demorou muito para que ela dormisse.
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Boa noite, pessoal! Como estão e como foi o final de semana de vocês? Me falem o que acharam do capítulo.
Nossa, menina Ploy voltou!
Beijo, até o próximo!
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Amores Inesperados: FreenBecky
FanfictionSinopse Freen é intersexual e foi abandonada com sua filha recém-nascida por sua melhor amiga, Nita. Elas sempre foram amigas, mas Freen nutria outros sentimentos além da amizade por ela. Por isso, em uma noite de bebedeira, acabaram dormindo juntas...