Cap_36

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Pov_Becky


- Becky, a Ploy sumiu - escultor. Ela solta a respiração antes de continuar. Minhas mãos tremem, meu corpo dói, meus olhos não deixam de esbanjar lágrimas gordas. É sufocador tudo isso. - Eu não te liguei antes porque eu e a Yasmin estávamos tentando procurá-la. Fomos na casa dela e na casa das amiguinhas para saber se tinha sido alguma mãe das amigas da Ploy, porém não foi nenhuma delas. A diretora falou que a mãe da Ploy veio pegá-la hoje na escola.

- Não, não, não, isso não pode estar acontecendo - primeiro a Freen, agora a Ploy.

- Eles falaram que a outra mãe dela que a pegou, mas ainda tentei argumentar, falando que ela não tinha outra mãe, mas ela falou que foi uma tal de Nita.

- Puta que pariu!! - Ela não pode ter feito isso.

- Você conhece?

- Sim, Irin, preciso desligar. Viro-me para Nam com o rosto molhado pelas lágrimas que escaparam sem minha permissão.


- Nam, a Nita pegou a Ploy. Vejo quando seus olhos parecem querer soltar lágrimas, seu rosto ficando branco como papel. Precisamos ir atrás dela agora.

- Eu vou matar essa desgraçada - Nam fala, se levantando. Peço para meus seguranças ficarem aqui de olho na Freen e não saírem por nada.

Saímos do hospital. O céu já estava escuro; as horas naquele hospital pareciam uma eternidade esperando notícias da Freen, mas tudo correu bem e agora é só esperar ela acordar. Com o coração na mão, entramos no meu carro. Não queríamos deixar a Freen sozinha, mas era necessário.

- Você por acaso sabe onde procurar ela? - Nam me pergunta, freando o carro bruscamente.

- Não - digo, olhando em seus olhos e vendo que ela está assustada pelo modo como freie o carro. - Você sabe onde ela poderia estar?

- A Freen me falou onde ela estava hospedada quando estávamos conversando. É um dos melhores hotéis de Bangkok. Com o endereço do hotel, ligo o carro novamente e, seguindo o GPS, em poucos minutos chegamos lá. Saímos às pressas do carro, entramos no hotel e fomos até a recepção.

- Boa noite, como posso ajudar? - o rapaz atrás do balcão perguntou. - Vocês gostariam de um dos nossos quartos?

- Não. Nós só precisamos saber em qual quarto a Nita está hospedada - ele intercalou o olhar entre mim e a Nam.

- Sinto muito, mas não posso passar informações sobre nossos hóspedes sem permissão.

- Nós somos amigas dela, viemos fazer uma surpresa. Será que não tem como você nos ajudar? - Nam fala, se debruçando sobre o balcão e deixando o decote da sua blusa exposto. Vejo que o olhar do rapaz segue exatamente para onde ela queria. Engolindo em seco, ele tira o olhar do seu decote, olhando diretamente para seus olhos.

- Sinto muito, mas não posso.

- Ok, cara, vamos lá. Ou você me diz onde é o quarto dela, ou faço você perder seu emprego. Creio que conhece o sobrenome Armstrong, não? - Ele engole em seco e balança a cabeça positivamente. - Pois bem, sou Rebecca Armstrong e, se você não me falar onde é o quarto dela, você perderá seu emprego em um piscar de olhos. - Ele digita algo no computador e volta seu olhar para mim.

- Qual é o sobrenome dela?

- Nita Asavarid - Nam responde. Ele volta a digitar no computador e franze o cenho, parecendo estar confuso.

- É bom, ela não está mais hospedada aqui. Ela encerrou sua estadia hoje de manhã.

- Como assim? - Nam e eu perguntamos ao mesmo tempo.

- Olha aqui - ele vira a tela do computador para nós e vemos que realmente ela encerrou a estadia no hotel hoje de manhã, por volta das 11 horas. Nam e eu nos entreolhamos sem dizer uma palavra.

- Eu tenho o número dela, vou tentar ligar - ela fala de repente, pegando o celular do bolso - tá dando fora de área.

- Que merda! - digo, já sentindo vontade de chorar - se eu achar essa mulher, eu mesma vou matá-la com minhas próprias mãos. Meu celular começou a tocar e o nome do Gabriel brilhava na tela. Nervosa, com as mãos trêmulas, levo o telefone até o meu ouvido, atendendo.


- Oi, Gabriel - minha voz sai embargada - aconteceu alguma coisa com a Freen? - Nam me olha atenta.

- O médico liberou para que pudessem ver ela, mas ele falou que não vai poder demorar muito. Bom, só está eu e o Henrique aqui; todos os outros já foram para casa.

- Ok, estou a caminho - desligo a ligação.


- O que aconteceu? Eles liberaram para poder ver a Freen, vamos lá?

- E a Ploy?

- Bom, já sabemos que ela está com a Nita. Continuamos tentando ligar para ela. Se ela não atender amanhã, vamos à delegacia registrar uma queixa. Ela concorda comigo e voltamos para o hospital. Chegando lá, realmente só estão o Henrique e o Gabriel.

- Bom, eles falaram que só poderiam liberar uma pessoa para poder ir vê-la. Nam e eu nos entreolhamos.

- Pode ser você. Eu vou tentar falar com a Nita.

- Obrigado. Agradeço a ela e logo uma enfermeira vem e me leva até o quarto da Freen. Minhas mãos tremem, meu corpo dói, meus olhos lacrimejam. É sufocador tudo isso.

Já em frente à porta branca, empurro-a e, com os olhos apertados, entro em seu quarto. Engulo seco ao sentir o cheiro de hospital. Tudo cheira a álcool. Tudo parece vazio, escuro, em silêncio. É sufocador. Seu corpo está sobre uma cama, com lençóis brancos; os aparelhos ao redor controlam seus batimentos e sua pressão. Seus braços estão com agulhas; vejo remédios sendo injetados em suas veias, e tudo em mim dói. Aproximo-me da cama, onde me sento em uma poltrona que está ao lado. Seguro suas mãos, que estão geladas, ao contrário das minhas.

- Meu amor, não me deixa aqui, preciso de você - as lágrimas voltam a cair e a dor na garganta é forte, já que quero engolir esse choro - te prometo que vou trazer nossa menina de volta antes que você acorde - pego sua mão para beijá-la, deposito vários beijinhos e depois me endireito para olhar para seu rosto, que está cheio de feridas e alguns pontos que foram dados - Eu te amo, volta logo pra gente, por favor.

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Boa noite, pessoal! Como está sendo o final de semana de vocês? Foi mal a demora, mas essa semana estava sem tempo.

Beijo, até o próximo!

Amores Inesperados: FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora