Amores Inesperados: FreenBecky

Cap_38

Pov_Heng

Faziam semanas que minha esposa tinha sumido com a desculpa de que precisava espairecer a mente, pois andava muito cansada. Sou apaixonado por essa mulher, por isso faço de tudo para agradá-la, mas não sou burro; sei que ela está na Tailândia. Porém, o que ela estava fazendo lá ainda era uma incógnita para mim. Hoje, ela resolveu voltar, só que não veio sozinha. Estávamos discutindo.

- Você simplesmente faz uma viagem dizendo que está precisando espairecer e volta com uma criança dizendo que é sua filha, assim, sem mais nem menos.

- Eu quero minha mãe - a voz chorosa da menina me faz olhar para ela com o cenho franzido, sem entender nada.

- Você vai ficar um tempinho comigo, depois você volta para sua outra mãe, tá ok? - Nita tenta falar com a menina, mas ela cai no choro.

- Como assim, outra mãe? Nita, que diabos está acontecendo aqui?

- Heng, agora não, por favor. Mais tarde conversamos. Ela é minha filha, só isso que precisa saber por enquanto. - A menina continuou chorando e Nita parecia estar sem paciência. Resolvi deixar a conversa com ela para depois e me aproximei da menina.

- Oi, pequena, como é seu nome? - Ela não me respondeu, apenas ficou me olhando com os olhinhos cheios de lágrimas. - Eu sou o Heng - me apresentei primeiro, tentando dialogar com ela, mas a menina não queria conversar.

- Vem, Ploy, vou te mostrar seu quarto. - Nita saiu arrastando a menina pela casa até um dos quartos de hóspedes.

Pov_Becky

Foi tudo rápido e intenso. Assim que saí do quarto, liguei para a Nam, que veio correndo para o hospital. Tivemos que esperar do lado de fora; a deixaram em observação durante a noite para fazer alguns exames. Quando o médico saiu do quarto, bombardeamos ele de perguntas. Ele afirmou que a Freen estava fora de perigo e que, aparentemente, não tinha sofrido sequelas, mas eles teriam 100% de certeza quando os resultados dos exames saíssem. Porém, ele falou que não seria bom se ela sofresse fortes emoções, por isso decidimos não contar sobre a Ploy. Não posso negar que, mesmo feliz pela Freen, meu coração continuava apertado. Já fazem dias sem nenhum tipo de notícia da Ploy e, quando a Freen ficasse sabendo, sei que ela ficaria arrasada.

Entramos no quarto da Freen e a vimos deitada na cama, com os olhos abertos. Sua pele estava mais pálida que o normal devido aos dias presa nesse hospital. Assim que seus olhos encontraram os meus, senti a emoção tomar conta de mim. Quando seus olhos brilharam em minha direção e um lindo sorriso se formou em seu rosto, só me dei conta de que estava chorando quando senti uma lágrima escorrendo pela minha bochecha. No momento em que olhei para a Nam, percebi que ela também chorava.

- Não chorem, por favor - a voz rouca da Freen soou pelo quarto. - Eu já estou bem. - Nós nos aproximamos da cama, e a primeira a se jogar nos braços dela foi a Nam.

- Nunca mais faz isso, você me assustou - Nam diz entre lágrimas.

- Me desculpem por isso, não fiz de propósito - ela fala e abre os braços para que eu também a abrace, e nem é preciso que eu peça duas vezes.

- Você tá bem mesmo? - pergunto. - Sei que você não está totalmente bem, mas quero dizer, você se lembra do que aconteceu? Você está sentindo alguma dor?

- A única coisa que me lembro foi de estar saindo da empresa junto com o pessoal para almoçar. Depois disso, só lembro de acordar aqui com você segurando minha mão e só estou com dor na cabeça e o corpo dolorido. O médico falou que era normal e disse que a pancada na cabeça foi muito forte.

- Sim, foi mesmo. Você já está aqui há quase 15 dias - falo, lembrando que esses dias pareciam uma eternidade. Continuamos conversando sobre os acontecimentos desses dias até ela perguntar pela Ploy. Nam e eu nos entreolhamos.