Cap_22

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Pov_becky

- Ah, foi só isso, filha? - Freen virou-se para mim com um olhar assassino, arqueando uma sobrancelha na minha direção.

Quando a Ploy estava prestes a falar algo, alguém bateu na porta. Freen olhou confusa.

- Será que é a Nam? - perguntou para si mesmo. Tirando a Ploy do seu colo, caminhou até a porta. Quando abriu, um garoto que não aparentava ter mais que vinte anos apareceu segurando duas caixas de pizza e uma coca.

- Boa noite, entrega para Rebecca Armstrong - o garoto falou, olhando para a notinha que estava em sua mão. Freen me olhou com confusão.

- Sim, sou eu - levanto-me já ao lado dela, pego as pizzas com o entregador, agradeço e ele vai embora. Eu já tinha feito o pagamento pelo aplicativo. - Eu pedi pizza para jantarmos, imaginei que chegaria cansada do trabalho - ela me olha com um brilho nos olhos e um sorriso gentil.

- Eba, as pizzas chegaram! - Ploy fala toda animada. Freen aponta para a mesinha de centro que tem na sala e avisa que vai pegar os copos.

Quando ela volta, sentamos juntas no chão mesmo e começamos a comer, enquanto Ploy prestava atenção na TV. Perguntei a Freen como foi o dia dela.

- Hoje eu conheci seu pai - Freen fala, levando a fatia de pizza à boca.

- Sério, ele foi lá? -  Será que eles já descobriram sobre mim e ela? - Ele falou alguma coisa com você? - Seu cenho se franze, mas ela responde com calma.

- Ele chegou lá, se apresentou e me apresentou a nova CEO. Ele me pediu para marcar uma reunião para apresentá-la a todos da empresa. Não vou negar que senti uma pontada de decepção ao saber que ele já colocou outra pessoa no meu lugar.

- E qual o nome dela? - Minha voz vacilou e fiquei um pouco com raiva de mim mesmo por sentir fragilidade por causa dos meus pais. Os olhos dela focaram intensamente em mim, mas ela preferiu não comentar.

- Aurora, o nome dela é. Uma loira de olhos claros - ela me respondeu com tranquilidade.

- Ah, eu sei quem é. Nunca pensei que ele a colocaria no comando da empresa, mas tenho certeza de que ela será ótima. Ela sempre teve determinação, corre atrás do que quer e é bem comunicativa. Vai se dar bem com todos vocês.

- Sim, ela me tratou super bem hoje. Passei sua agenda da semana para ela e ajudei mostrando relatórios.

- Fico feliz sabendo que a empresa, pelo menos, está em boas mãos.

Depois que terminamos de comer, Freen desligou a TV e mandou Ploy escovar os dentes e lavar as mãos para ir para a cama, pois amanhã teria aula. Eu estava ajudando ela a limpar a pequena bagunça da sala.

- Acho que já deu minha hora - falo, já colocando as caixas no lixo, chamando sua atenção para mim.

- Pensei que fosse dormir aqui - fala hesitante, coçando a nuca.

- Eu não quero invadir sua privacidade e a da Ploy - expresso com sinceridade.

- Tudo bem então - ela diz, parecendo estar chateada.

Vou com a Freen até o quarto da Ploy para me despedir, depois ela me acompanha até a porta.

- Quando você chegar, me avise para eu não ficar preocupada - ela me ordenou em um tom sério.

- Ok, eu aviso sim - falo, aproximando meu corpo do dela, minha mão em sua cintura a puxando para mim. Meus olhos ficaram presos nos olhos de jabuticaba que estavam na minha frente. Ele brilhava tão intensamente que me sentia hipnotizada pelo brilho deles. Selei nossos lábios em um beijo lento e calmo, tentando demonstrar tudo que ela conseguia despertar em mim: a paixão, o amor, o carinho e a confiança que eu tinha nela. Sua língua adentrou a minha boca, me arrancando um suspiro. Quando nos separamos, fiquei desnorteada pela intensidade que seus olhos ainda brilhavam, só que mais forte. Dei mais um selinho nela.

Fui para o meu carro, que estava estacionado em frente à calçada da sua casa. Ela ficou me observando até eu entrar no carro e sair da sua visão. Não demorei para chegar em casa, pois não havia tanto trânsito. Assim que cheguei, tirei os saltos e os joguei ao lado da porta. Subi para o meu quarto, liguei o ar condicionado e me joguei na cama. Mandei apenas uma mensagem para Freen avisando que cheguei bem em casa e deixei o celular de lado. No silêncio do meu quarto, lembrei de tudo que aconteceu na casa dos meus pais e de como eles já colocaram outra pessoa no meu lugar. Sinto uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto e depois delas várias outras.


Pov_Freen

Sinto algo pesado em cima de mim, abro meus olhos e me deparo com Nam deitada sobre mim, me olhando.

- Ahh!! Porra, Nam, você que me mata de susto - falo levantando a mão até meu peito, sentindo meu coração batendo tão rápido que parecia que eu iria ter um infarto a qualquer segundo. Escuto só a risada da Nam, às vezes me arrependo por ter dado uma cópia da chave daqui de casa a ela - que horas são? - ela não me responde, eu apenas estico o braço para alcançar meu telefone e faltavam ainda oito minutos para meu alarme tocar.

- E eu que sei? Eu queria saber das novidades, então vim cedo para conversarmos, já que ultimamente você não está tendo tempo para mais nada. Passei na padaria, comprei pão e acabei de fazer café para você - meu estômago vibra de felicidade.

- Meu Deus, você é uma Maria Fifi mesmo, né? Tudo isso para saber fofoca, Nam?

- Ei, eu sou sua melhor amiga, é meu direito saber o que está acontecendo com você.

- Tá, pelo menos posso escovar os dentes antes - falo, já tentando tirá-la de cima de mim.

- Certo, então vou te esperar na cozinha - diz, já se levantando e saindo do quarto.

Me levanto, indo para o banheiro. Lavo o rosto e escovo os dentes. Assim que chego à porta da cozinha, Nam está assistindo a um vídeo no celular enquanto come. Vou até o armário, pego uma xícara, coloco um pouco de café e me sento. Desta vez, Nam caprichou, até geleia e torradas têm.

- Vocês já estão namorando? - ela pergunta toda animada enquanto passo geleia na torrada e balanço a cabeça em negativa - Como não? Você até deixou ela passar um dia todo com a coelhinha e ainda não estão namorando? Mas já rolou algo mais com vocês ou só os beijos? - Sinto meu corpo todo esquentar ao me lembrar da noite na casa dela e no escritório.

- Eu sabia, você está ficando vermelha. Vamos, Freen, desembucha logo, já já você vai trabalhar e a Ploy acorda. - Contei a ela o que aconteceu na noite em que dormi na casa da Becky, mas optei por deixar de lado sobre o outro dia na empresa. Contei sobre a Jane e o que aconteceu com ela e os pais também.

- Poxa, pesado isso dos pais dela. Eles não merecem a filha que têm.

- Concordo com você, ela é a pessoa mais gentil que conheço. Apesar de demonstrar sempre ser fria e fingir que nada a abala, ela é incrível.

A coelhinha acordou e eu a arrumei para a escola. Depois, Nam ajudou-a a tomar café da manhã, enquanto eu me arrumava para ir ao trabalho. Ela se ofereceu para levar a Ploy para a escola hoje, já que chegou mais cedo.

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Boa noite pessoal, como vocês estão? Sentiram minha falta? Vi que alguns de vocês perguntaram se eu estava bem. Eu estou bem sim.

Essa semana foi bem corrida, fiquei sem tempo de escrever. Hoje, como tive tempo, já escrevi e vim correndo postar para vocês.

Espero que tenham gostado do capítulo.

Beijos, até o próximo. Dessa vez não vou demorar tanto assim para voltar.

Amores Inesperados: FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora