Capítulo 31

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Assim que levo o café da manhã do pequeno e do senhor Marlon, desço novamente para a sozinha

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Assim que levo o café da manhã do pequeno e do senhor Marlon, desço novamente para a sozinha. Os moços encaravam o glandão com caras fechadas, enquanto ele os encarava com tedio, como se não tivessem nem aí para eles.

-- Os senhores querem mais café? – Pergunto já colocando para eles.

-- Anna? Tinha quantos anos quando essa moça ficou com você? – Voltam com esse assunto.

-- Por que vocês querem saber tanto da minha vida quando criança? Não quero ser grossa, mas já sendo, isso não é da conta dos senhores e senhora. – Falo olhando para baixo. – A Mayara não me deixava vê-la como mãe, ela deixava isso bem claro. E sempre me dizia o quanto a minha mãe me desprezava e que não me queria, dizia o quanto o meu pai era um bêbado que amava me machucar quando bebê. Uma vez ela disse que ele beijou a minha boca. – Sinto meus olhos lagrimejar.

Continuo com a cabeça baixa, não tendo a coragem de olhar para ninguém.

-- Ann .. – Corto ele.

-- Se eles não sentiam amor por mim, porque eu tenho que ter por eles? Porque tenho que saber deles ou falar deles? Não desejo mal a eles, mas quero que os mesmos se mantenham longe de mim! Cresci sem eles, eu tive que depender de algumas pessoas até conseguir andar sozinha, então agora a ajuda deles, não quero saber deles, não quero falar deles e nem nada! Desculpa, sei que estou sendo grossa, mas eles não estavam aqui quando mais precisei, não estavam nos dias das mãe ou pais .. – Sinto as lagrimas descer.

-- Pequena .. ---

-- Eu tive que aturar o namorado da Mayara, ele era uma pessoa muito luim, ele vivia puxando meu tabelo, falava o quanto meu papai odiava a Anna. Então não quelo saber deles, nunca! – Limpo meu rosto com as costas da mão.

Sinto uma mão na minha coxa, e nem preciso olhar para saber de quem é. Pisco meus olhinhos e respiro fundo.

-- Me desculpe, é que esse assunto me deixa nervosa. Não gosto de ficar lembrando que fui deixada para trás por eles. – Levanto a cabeça e fico um tiquinho confusa quando vejo os moços com a cabeça baixa e a moça cholando.

-- Eu .. Sinto muito. – O liam diz com a voz falha.

-- O senhor não tem que sentir. Eles têm. -- Dou de ombro. – Mas vamos falar de ooutra coisa. A senhora tem outros filhos? – Pergunto enquanto pego um morando do glandão, que coloca o pote mais para o meu lado.

-- ... – Ela fica por uns minutos calada. – Tenho o aiden, mas ele é de coração, não é de sangue. Uma menina ... E esse pequeno que está por vim. – Fala se afastando um pouco, me deixando ver a barriga dela.
-- Que legal! E sua filha? Ficou aonde vocês moram? Ela é mais nova que o aden? – Pego mais morango. Olho para ele e noto um brilho em seus olhos.

-- Ela foi levada de nós. – O senhor liam fala com uma certa raiva. – Ela era um neném muito esperta. Amava morando – Sorri de lado. – De nós três, ela é a minha filha. – Levanta o olhar e me encara. – O nome dela era Anna flor ... Eu que escolhi. Porque para mim, ela é bela e graciosa. – Seu sorriso se torna triste. – Só que a minha flor foi levada no dia do aniversário dele, o dela ia ser dois dias depois. Ela é ruiva, olhos claros, nariz pequeno, ele tem uma cicatriz atrás da orelha. – Sinto minha respiração ficar, desregular. – Sabe o que eu mais amava nela? Era a pinta que ela tem com o formato de meia lua, assim como eu tenho. Ela somente dormia quando ficava mexendo na orelha dela. –

Mordo minha boca, sentindo um pequeno desconforto ao começar a pensar nisso que ele está falando, e em todo momento ele me encarava.

-- Ela caiu do berço de cabeça uma vez, o médico disse que ficou uma sequela e que ela levaria isso pelo resto da vida. – Abaixo o olhar. – Ryan era casado com uma mulher chamada Mayara, ela tem uma tatuagem de flor negra e .. – O corto.

-- O senhor pode parar, por favor? – Aperto minhas mãos que estão em cima da minha coxa.

-- Ficamos procurando a Mayara com a nossa filha por dias, semanas, meses. Fomos encontra-la dois anos depois. Mas de alguma forma, ela escondeu se esconder de novo. – Balanço as pernas.

-- Não quero mais ouvir. – Comento baixo.
Não sou burra, entendi muito bem a refêrencia dele, seu olhar. Mas não quero acreditar, não quero saber.

-- Anna? –

-- Meus pais me abandonaram, meus pais nunca ligaram para mim e me colocaram e um orfanato, não quero saber disso. Por favor, senhor liam. – Falo entre dentes.
Deixo o prato por lá e me levanto, vou até a pia e deixo meu copo por lá. Pego o outro soro que deixei dando uma esfriada.

-- Vou ver como está o pequeno. – Saio sem olhar para trás.

Antes de subir, ouço o Antônio falar com o aiden e família dele ficar longe de mim e se aproximar somente quando eu quiser. Vou para o quarto do Victor e assim que entro, vejo ele dormindo com um pano na testa.

-- A febre dele aumentou um pouco. – Confirmo. Vou até a gaveta e pego o remédio que ele precisa.

O senhor Marlon acorda ele e pego o remédio, assim que ele se senta, ofereço para ele, pegando a água que estava ali. Coloco as gotas corretas e dou a ele, que bebê tudo fazendo careta.

-- A vitamina que dei a ele irá ajuda-lo também. O remédio está sendo dado na hora exata e isso vai começar a fazer efeito e abaixar a febre dele. – Checo o soro e ele estava na metade.

-- Você está bem, Anna? – Ouço ele perguntar.

-- Sim, senhor. – Tento colocar a merda do tubinho no buraco.

-- Você está tremendo. Tem certeza? – Somente confirmo. Meus olhos lagrimejam.
A mão dele vem até minhas costas e acabo deixando o tubo cair, junto com as minhas lagrimas e pego novamente.

-- Ei, ei.. Calma. O que houve? – Pergunta e me puxa um pouco para trás.

Fungo e isso faz ele me puxar para si, me abraçando e encosto a minha cabeça no ombro dele. As lagrimas dessem como cascata, não tenho controle sobre elas. As lembranças com a Mayara, vem em meus pensamentos, dela falando palavras horrível dos meus pais, daquele namorado dela que vivia no meu pé, vivia puxando meu cabelo e dizendo sobre o homem que é meu pai, que nem mesmo eu conheço.

-- Está tudo bem, meu bem. Calma. – Passa a mão em minhas costas.

-- Não podem ser, senhor Marlon. Eles não podem ser. Não! – Choro.

Minha vida toda foi comigo sozinha, sabendo que meus pais me abandonaram, me odiando! Eles não podem simplesmente vim e falar essas coisas.

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