Capítulo 53

4K 447 38
                                    

Saio da minha casa e vou até os estábulos, vendo alguns dos meus peões trabalhando, principalmente o picanha, que era responsável pelos cavalos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Saio da minha casa e vou até os estábulos, vendo alguns dos meus peões trabalhando, principalmente o picanha, que era responsável pelos cavalos.

Quando Anna me colocou para deitar, consegui dá um pequeno cochilo, mas logo não consegui ficar deitado por muito tempo e tive que levantar. Achei uma graça ela ficar brava por não ter continuado deitado.

Fico aliviado também que aquele medo que ela estava, não era de mim, pelo menos é o que ela mostrou. Não vou pressiona-la a falar o que a deixou daquele jeito, vou esperar o tempo dela, quando se sentir confortável, conta.

-- Patrão. – Picanha sorri de lado. – Eu ....  Sinto muito pelo senhor Marlon. – Somente confirmo, indo na direção do meu cavalo.

Passo a mão nele e olho de relance para a égua do Marlon, linda, ele colocou esse nome nela. Reviro os olhos, mas sorrio. Ela tem a pelagem meio avermelhada, tudo nela, na verdade.

Entro na baia do café e vou olhando em volta, e lembro da parte ‘’ secreta’’ que tem aqui. Me abaixo e abro a portinha, vendo uma caixa media com alguns papeis e um pen drive.

Pego aquela caixa, me levanto e saio da baia, indo até a saída. De longe, noto um carro se aproximando.

-- Quem é? – Pergunto ao picanha.

-- Não sei, patrão. Não é desconhecido, os peões não deixariam entrar se fossem. –

Sem falar nada, sigo para entrada da minha casa, onde aquele carro estava parando. Uma bota preta é a primeira coisa que vejo, para logo minha mãe aparecer por inteira e logo meu pai.

-- Neném da mamãe! – Diz animada e vem me abraçar.

Não teria outra hora melhor para aparecer.

-- O que fazem aqui, mãe? – Me afasto um pouco do abraço de urso que ela estava me dando.

-- Credo, Antônio! É assim que você trata a sua mãe? – Cruza os braços.

-- Me desculpe, mãe. – Ela volta a sorrir e me abraçar. – Achei que ficariam uns dois anos por lá. –

-- Não aguentei. – Resmunga.

Olho para o meu pai e faço somente um movimento com a cabeça o cumprimentando. Solto um suspiro. Merda! Com eles aqui vai complicar.

-- Vamos entrar, querido. Estou cansada e com fome. – Pega em minha mão e sai me puxando. – Por que tem tanto peão em volta da fazenda? – Pergunta enquanto entra.

-- Estamos com alguns problemas, mãe. – Falo sendo sincero.

-- Hum. – Somente resmunga e me olha desconfiada. – Cadê Marlon? – Olha em volta.

-- Não sei. – Dou de ombro e saio de perto. – Estou resolvendo umas coisas. –

-- Antônio! – Paro ao ver a baby saindo do meu escritório.

Ela estava com bico, de braços cruzados, mas para quando vê os meus pais atrás de mim, mudando totalmente a postura que estava.

-- Quem é ela? – Minha mãe volta a fazer perguntas.

-- Minha namorada. – Anna me encara.

-- E você não nos disse nada!? – Pergunta brava se aproximando, apertando Anna em um abraço apertado.  Vejo que ela fica um pouco desconfortável. – Como você é linda! Olha amor, ela é tão linda. – Mexe no cabelo dela.

-- Antônio? Cadê o porco que você disse que ia ... – Minha sogra aparece. – Ah, oi. –

-- Pela aparência, eu diria que você é a mãe dessa menina aqui, não é? – Mamãe se aproxima.

-- Sou sim. Muito prazer, Lydia Gearoid. – Sorri apertando a mão da minha mãe.

-- Sou maria silva Montenegro, muito prazer. – A abraça. – Esse é o meu marido, Gustavo Montenegro. – Meu pai somente acena com a cabeça. – Não se preocupe, ele é ogro igual ao filho. – Reviro os olhos.

-- Mãe? Por que não sobe e descasa um pouco? –

-- Não quero mais. Irei ficar aqui e conhecer a minha nora e a mãe dela. – Fala empolgada.

Anna me encara assustada, mas desvia a atenção ao ver o Vitor na ponta das escadas. Ela faz os sinais para ele ficar aonde estava, e sobre, o pegando no colo.

-- O pequeno Vitor. – Se aproxima dele e toca seu rosto, que esconde no pescoço da mãe. – Marlon saiu e deixou ele? É um milagre, ele é apegado nesse menininho. –

-- Tenho que voltar a trabalhar. – Vou para o escritório.

Assim que entro, vejo o Ryan fumando um charuto, enquanto olhava par a tela do notebook. O que ele tanto mexe ali?

Coloco a caixa em cima da mesa e vejo ele se aproximando. O primeiro envelope era vermelho, o segundo amarelo e o outro é verde.

Pego a primeira e abro, mas logo me arrependo. Era fotos de uma criança ruiva, com sardas no rosto. Ela estava deitada no chão, somente com a peça de baixo da roupa intima. O corpo dela estava vermelho, como se tivesse batido com algo, mas que não deixasse marcas.

Na outra, ela estava de cabeça baixa, enquanto o desgraçado que estamos atrás, segurava ela pelo cabelo. Tinha outros homens em volta, todos davam risada.

Tinha muitas outras, mas que não tive coragem de olhar e joguei na mesa, vendo Ryan as pegarem com as mãos tremulas.

Não precisa ser o mais esperto, para saber quem é aquela criança.

Fecho meus olhos por um tempo, logo voltando a mexer naquela caixa. Pego a amarela e estava escrito algumas coisas da onde ele andava e ainda anda, mas o que estava circulado, era dois lugares, que na verdade é uma divisão.

Ele tinha falado isso.

-- O que tem no meio dessas duas divisões? – Pergunto.

Apesar de viver aqui, tem lugares que eu não vou, ou porque eu não posso mesmo, já que faz parte de um território de mafioso.

-- Eu não sei. – Suspiro.

-- Igreja. – Me viro para a porta.

Anna acaba entrando no escritório e o pai dela fecha a parta, mas noto um sorriso de lado, um sorriso triste, com um olhar que dizia ‘’Eu já vi ‘’.

-- Nessa divisão de território tem uma igreja. Eu sei, porque me lembro de ouvir todos as vezes, a cada quinze dias, á noite, um sino tocar. Quando aquela mulher me levou, eu consegui ver o mesmo sino. –

Me aproximo ela e abraço, me sentindo mal por ela ficar relembrando dessas coisas, mesmo não tendo culpa.

-- Posso ouvir aqueles sinos. Eles sempre tocavam três vezes para começar e duas vezes quando terminavam. Eu via pelos buracos uma pequena cesta passando entre as pessoas. –

-- Não fique pensando nisso. Vamos achar ele. – Beijo o topo de sua cabeça.

-- Fica difícil a cada momento. – Suspira, mas logo se afasta e sorri. – Sua mãe gosta de abraçar. Não me disse que eles estavam voltando. –

-- Nem eu sabia. – Resmungo.

-- Eu acho que o seu pai não gostou muito de mim. – Faz bico.

-- Ele te disse algo? – Ryan pergunta se aproximando.

-- Não. Mas já cuidei de pessoas que não gostavam de mim. Ele tem o mesmo olhar. –

-- Se ele falar ou fazer algo, mando eles para alguma das casas. – Digo.

-- Eles são os seus pais, não pode fazer isso. – Me repreende, cruzando os braços.

🌟....

💬 38

Pequena baby Onde histórias criam vida. Descubra agora